8- Almoço divertido e confissão inesperada

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Acordo com uma respiração pesada em minha barriga, e sinto-me presa. Abro os olhos lentamente e quase grito com o susto de ter o Liam a dormir comigo. Droga, tinha me esquecido disso. Ele está com a cabeça pousada em minha barriga e suas pernas estão entrelaçadas a minha. Não me lembro de tanta proximidade quando dormimos. Droga, isso está tão errado, mas sorrio. Não sei o porquê, mas sorrio com a cena estranha.

Eu só preciso sair da cama sem que ele perceba, para evitar o embaraço. Sem deixar de fita-lo, tentei me arrastar para a beirada da cama. Estava quase conseguindo, quando Liam gemeu em seu sono e mudou de posição. Olhei desanimada para o braço que ele passou sobre a minha cintura. Logo, senti uma coxa musculosa prender-me ao colchão. Tentei planejar outra escapatória quando ele me puxou contra si. Nossos corpos de encaixaram e o meu se amoldou ao dele facilmente. A surpresa e a proximidade me deixou momentaneamente imóvel, e algo evitou que eu o afastasse  –algo que tinha a ver com a sensação nova e inebriante de ser abraçada de modo tão intimo por um homem. Ou será que seria por este homem em particular? A questão perturbadora teria de ficar para depois, quando não estivesse sendo bombardeada por desconhecidas sensações. Fechei os olhos instintivamente, sentindo o perfume masculino do corpo quente colado ao meu. Contive a minha mão antes que ela chegasse ao rosto perfeitamente sereno dele. Eu tenho a certeza que, se eu o tocar, sairei queimada, e claro que não pretendo fazê-lo porque seria errado em vários sentidos, e, além disso, não seria uma boa ideia. Precisava me acalmar, não alimentar uma chama perigosa. O que preciso é de distância, e muita. Engoli em seco e lentamente puxei minha perna que estava sob a dele. Eu preciso-me por a salvo do adorável perfume masculino. Depois de muito esforço, consigo me afastar e levanto-me da cama. Vejo-o contrair-se e soltar um pequeno gemido antes de se agarrar ao meu travesseiro. Sorrio outra vez e depois de admirá-lo por alguns segundos, dirijo-me até meu guarda-roupa a procura de uma roupa para ir para o trabalho, já que preciso estar no hospital em 1h.

Escolho uma calça jeans skinny branca que não é apertada, mas sim, justa ao corpo e uma camisa de manga comprida, também branca, procuro minhas sapatilhas rosa claro e levo para o banheiro.

Termino o banho rapidamente, esperando que Liam não acorde ainda. Eu não sei como reagir quando ele acordar. Termino minha maquiagem e cabelo em 30 minutos e vou para a cozinha. Termino o café e preparo alguns ovos, bacon e torradas. Termino de tomar meu café e deixo tudo arrumado em cima da mesa, para que Liam se alimente quando acordar.

Volto para o quarto e pego meu jaleco e minha bolsa e antes de sair do quarto dou outra espiada para o meu lindo vizinho que agora é ‘meu namorado’ e suspiro quando admito a mim mesma que entrei em uma roubada, mas não posso recuar agora, acho que estou bastante envolvida para pular fora. Reprimo uma gargalhada quando o vejo resmungar no sonho e se contorcer exageradamente na cama. Ele fica tão perfeito dormindo, não que acordado não seja também, mas, ele parece tão sereno e tão lindo com seus cabelos levemente bagunçados e sorrindo entre cada murmuro. Deve estar a sonhar com a sua verdadeira namorada. Sinto uma pontada no peito, mas decido ignora-la e depois de mais alguns segundos o admirando, fecho a porta e saio do apartamento depois de deixar um bilhete em cima da mesa da cozinha para ele. 

Quando o elevador se abre vou até o meu carro no estacionamento e depois de colocar o maravilhoso: Sam Smith, para tocar ligo o carro e vou em direção ao grande hospital onde trabalho. No caminho lembro que já faz algum tempo que não ligo ou converso com meus pais, que boa filha sou. Eles só têm a mim de filha e eu ando muito distante, tenho que ir os visitar qualquer dia desses. Não posso me esquecer, eu tenho que ligar para eles hoje mesmo, bateu uma saudade e sei lá, me sinto deprimida, preciso mesmo deles.

POV Liam

Acordo com uma luz fraca que entra pela janela do quarto. Abro os olhos, mas rapidamente fecho-os. Droga de dor de cabeça. Quem manda beber demais. Atira meu subconsciente. Com um pouco de dificuldade ergo meu tronco do colchão e olho em volta, este definitivamente não é meu quarto. Sorrio sabendo perfeitamente quem é a dona desse aconchegante quarto. Olho para o lado, onde ela estava quando me deitei ontem e ela já não estava ao meu lado. Suspiro e me deixo cair para trás outra vez. Já faz algum tempo que não tinha tido uma noite de sono tão boa e tranquila como essa. Eu de um tempo para cá, vinha tendo uns sonhos estranhos, com aquela garotinha dos olhos castanhos esverdeados e longo cabelo escuro. Como pode eu ainda lembrar-me dela? Eu era apenas um garotinho...

Namoro De Mentira - Childhood loveOnde as histórias ganham vida. Descobre agora