" Sem buxixo, sou a mais discreta entre as discretas "
Low - SZA
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Eu costumava ser mais animada do que antes, o que faz com que meu peito rasgasse com as memórias que ainda insistem em se fixar dentro da minha mente como um chiclete embaixo do sapato. Entretanto a questão é; aconteceram muitas coisas da qual tive que passar e fingir ser uma garota boa e não problematica definitivamente não era algo que eu queira nesse momento.
Sentada observando o campo da escola, suspiro em frustração vendo as garotas quase pulando em Damien e seu grupo de cachorros. Não sei se o cercam para puxar seu saco para assim não ser o alvo do grupo, ou se realmente gostam dos garotos insanos e tóxicos que adentram a a escola nesse exato momento.
Damien está logo a frente, seu corpo malhado era visível mesmo usando um moletom preto junto com uma calça moletom também. Seus cabelos pretos estavam embaraçados e caíam em seus olhos, eu detestava acha-lo bonito, um grande babaca lindo. Ele passou seus dedos tatuados entre seus fios sombrios.
Ele não parecia gostar muito de toda a atenção embora andasse com confiança e cabeça erguida. Nos meus dezoito anos de idade jamais vi alguém andar com tanta postura igual Damien Maverik anda.
Atrás dele está Nevan Castatini, Dareen Rhys e Davian Caccini.
Nevan tem cabelos loiros claro, seus olhos são em um tom verde e ele mal parece alguém que participaria da gangue de Damien. Ele exala confiança mas não parece tão rude quanto os outros, o que não tenho certeza já que nem ao menos conheço ele.
Dareen tem seus cabelos pretos igual Damien, seu maxilar é definido e seus olhos são verde escuro. Mal consigo ver de longe porém já me permiti observa-lo quando ele estava um pouco mais perto.
E por último, Davian, ele sem dúvidas é o mais mulherengo e babaca de ambos. Ele tem um sorriso de canto sombrio no rosto enquanto anda despreocupado ao lado dos seus amigos, óbvio que estaria despreocupado.
Os quatro tem um grupo conhecido por toda a escola, o que na realidade é ridículo observando que não estamos em um filme de colegial e sim na realidade onde as coisas são completamente diferentes. Pelos boatos que já pude ouvir, eles já passaram muitas vezes dos limites o que ocasionou mortes ao longo dos anos que estudam aqui, provavelmente o motivo de todos terem medo deles.
Não nego que quando entrei para a escola me encantei por eles, porque apesar de idiotas e babacas, a beleza deles era algo que não poderia ser ignorado. Mas com o tempo pude ir me acostumando, eu sempre vivi nas sombras da escola e nunca tive a atenção deles o que eu agradeço, não queria ser alvo de mais bullying, mesmo que eu seja durona o suficiente para enfrentar qualquer pessoa, mesmo que eu apanhasse no final das contas.
Eu soltei a fumaça do cigarro, aqui onde estava era um ótimo lugar para fumar sem que alguém me visse e fosse correndo contar para a merda do diretor dessa escola. Um velho corpulento e ranzinza que não tem piedade quando se trata de punir seus alunos. Grande idiota de merda.
Soltei a fumaça pela última vez jogando o cigarro no chão. Peguei impulso me levantando do chão e batendo no meu traseiro para retirar as folhas da árvore que ficam presas em minha legging preta, peguei também minha mochila a jogando em meu ombro. Respirei fundo ajeitando meus cabelos e então começando a caminhar pelo gramado, vendo os quatro garotos destemidos em roda conversando com alguns caras da equipe de futebol.
Eu passei reto evitando algum contato visual ou o que fosse, apenas segui para o meu apartamento que não ficava muito longe da escola. Era um cômodo pequeno e simples, mas que dava para morar com minha mãe, que quase sempre estava ausente.
Eu trabalho em um bar a noite para pagar a mensalidade e as despesas da casa, já que minha mãe gosta de gastar a merda do seu dinheiro em bebidas e droga.
Assim que pisei os pés na recepção, dei um sorriso fraco para a senhora de idade que estava sentada no banquinho e fui até o elevador, apertando o botão e esperando alguns segundos para que a porta se abrisse. Cliquei no meu andar e mal pude esperar para deitar-me na minha cama e aproveitar os horários livres até a hora de ir ao serviço.
Aquele lugar era algo nojento de conviver, os homens que entravam lá eram quase todos pedófilos tarados que me enojavam e conseguiam me tirar do sério a ponto de pensar que ir presa por matar alguns homens não era o pior pesadelo do mundo.
Eu me estiquei na cama sentindo o lençol gélido em contato com a minha pele. Soltei um suspiro de prazer assim que pude relaxar meus músculos e fechar meus olhos por alguns segundos, até a realidade bater contra meu rosto violentamente me lembrando de que deveria tomar um banho quente para me arrumar.
