Capítulo 6 - Fábio Machado

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O calor era intenso, insuportável. Todos estavam deixando o prédio. O caminhão de bombeiro jogava água a toda velocidade á partir do outro lado da rua. Alguns moradores tentavam salvar seus bens materiais mais valiosos, como notebooks e joias, e eram ajudados a fugir pelos curiosos e bombeiros mais corajosos que entravam e saíam a todo momento! Em alguns segundos o prédio estava vazio.

De repente ouve-se um grito de desespero! O berro veio do subsolo! Os bombeiros não tiveram tempo de checar aquele local, e não perceberam que uma pequena garota estava procurando pelo seu gato naquele local e acabou ficando presa por uma das tábuas da estrutura que caiu e impediu a porta de se abrir. Ninguém conseguiria entrar ali, a menina estava fadada a morte, pois o fogo já estava tomando as paredes, os móveis, e tudo o que havia ali.

A menina estava fraca por causa de toda a fumaça que ela inalou. Cai no chão, e começa a ser queimada... como não tem mais forças para se mover, tudo o que ela pode fazer é ver seu corpo pegar fogo. A dor é insuportável, ela está prestes a desmaiar. De repente sente uma espécie de puxão – sente seu corpo ser levantado do chão. Milagrosamente a dor acaba e uma sensação de amor, tranquilidade e paz toma conta de seu corpo. A menina tenta não sentir medo... mas o pavor é tamanho que ela não consegue nem abrir seus olhos. Até que ouve uma doce voz carinhosa:

-Eu te peguei!

Ao abrir os olhos, a menina se vê no colo de Gabrielle e uma espécie de bola de energia azulada é gerada em volta delas, como se fosse uma redoma de energia, que afastava o fogo para longe.

-Enquanto estiver aqui, comigo, vai ficar bem!

-Q-Quem é a senhora?

-Por favor, menina.... A "Senhora" está no céu! Me chame de você!

-Eu... tô com medo...

-Fica quietinha só um pouquinho, eu estou curando as suas feridas... você está bastante queimada, então tá um pouco difícil, mas vamos lá...

A menina começa a olhar pros lados...

-Está pensando em como vamos sair daqui, não é?

-Meu gato!!! Não encontrei o meu gato, moça!

Gabrielle sorri. Como as crianças são simples, inocentes, puras... Nenhuma criança deveria sofrer nenhum tipo de maltrato, dor ou passar por nenhum tipo de aborrecimento.

-Mas é claro que não, menina... não sabe que os gatos são as criaturas mais ariscas e ressabiadas que Deus criou? Eles estão aqui na Terra pra tomar conta de meninas bonitas como você, por isso, seu gato já está lá fora, e deve estar te procurando. Quer ir lá se encontrar com ele?

A menina sorri e acena que sim com a cabeça. Gabrielle olha para a porta em chamas e ela explode pra fora, abrindo o caminho. Do outro lado da porta o bombeiro que a deteve aparece e tira as duas de lá, em segurança.

Depois que o incêndio é controlado, a menina está com sua mãe à alguns metros dali. Há um gato malhado no colo da menina, que o agrada com toda ternura. Gabrielle está envolvida com um cobertor que fora fornecido pelos bombeiros, e nessa hora, sua "vovozinha" aparece:

Você gosta mesmo de um cobertor, não é, Minha menina?

-Vovó... por quê veio aqui?

-Eu vi tudo, filha.

-Tudo?

-Sim, tudo!

-Me viu entrando...?

-Vi... e vi você saindo.... e ví o brilho azul, também...

Os Agentes da Penumbra: GabrielleOnde as histórias ganham vida. Descobre agora