Capítulo 14 - Seu Amadeu desperta

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Finalmente Seu Amadeu desperta. Ele abre os olhos e começa a ver imagens desfocadas girando... que vão aos poucos estacionando e tomando forma. Então ele percebe que está em um quarto de hospital. Ele consegue levantar um pouco o pescoço e olha do lado, e percebe que tem outras pessoas deitadas nas camas ao lado da dele. Também existem outras pessoas deitadas em macas até nos corredores. Aquele era um hospital público, sem muitos recursos... Um lugar novo para seu Amadeu, que sempre pode pagar por um plano de saúde para si e sua esposa. Estar ali era muito triste para ele, então Seu Amadeu começa a se levantar, ele quer ir embora.

É nessa hora que uma enfermeira entra na sala. É uma senhora de quarenta anos e cento e quarenta quilos. Negra, cabelos bem curtinho e cheirando perfume barato, a enfermeira se assusta ao ver o homem tentando se sentar na cama:

-Doutor!!! Doutor, rápido!!!

Seu Amadeu ainda está fraco, mas consegue se sentar:

-O..Onde eu estou?

-o Sr. Está no Hospital de Caridade Irmã Dayse. Por favor, não tente se levantar, o sr. Dormiu por mais de 12 horas...

-Como é que é, eu... – nesse momento as imagens da luta entre Gomez, o homem explosivo e ele próprio vão pipocando em sua cabeça. Seu Amadeu se lembra de ser atingido pelas costas e cair com a última explosão. – Sim... Sim, eu me lembro!

Entra o médico. Um garoto! Recém formado! Cheirando leite ainda:

-O Sr está bem? Nossa, o senhor é uma figura!!!

O médico põe o estetoscópio no olvido e se senta em um banquinho logo á frente da cama. Ele encosta a ponta gelada do aparelho no peito de Seu Amadeu, que está com uma espécie de pijama azul claro, do hospital:

-Como cheguei até aqui? Quem me trocou?

-O senhor é um sobrevivente, meu amigo! Foi o único sobrevivente da explosão do prédio, não foi? Ah, quem te deu banho foi a enfermeira Miriam aqui.

A enfermeira sorri como quem faz uma gracinha:

-Apesar de o Sr. Ter sido encontrado em um galpão próximo do local da destruição, e haverem muitos sinais de ferimentos e queimaduras por todo o seu corpo, o senhor não tem nenhum trauma!!! Como é possível? Como foi parar lá, alguém o levou? – o médico fazia muitas perguntas, mas Seu Amadeu não tinha aquelas respostas... ele apenas balançava a cabeça negativamente.

Então o médico terminara seu exame:

-Fique aqui. Temos muitas pessoas lá fora que irão querer falar com o senhor. Eu vou ver se eles podem entrar agora, mas só se estiver se sentindo bem, senhor... É verdade, não sabemos o seu nome...

-O quê?

-Sim, não haviam documentos com o senhor. Nem mesmo a sua carteira foi encontrada... Por favor, pode passar os seus dados para a enfermeira...

A enfermeira vem trazendo alguns formulários em uma mão e uma caneta na outra. Seu Amadeu está muito confuso, fraco, mas sabe que não pode dizer nada... Afinal é para pensarem que ele está morto, que fora pego no incêndio que acabou com sua casa, junto com sua esposa. Então, o homem se desespera. Ele pula pra fora da cama, e acaba caindo sobre alguns instrumentos médicos que estavam na mesinha ao lado!

-Sr, acalme-se... – o médico tenta tranquilizar o homem indo de encontro a ele. Nesse momento ele percebe a ira nos olhos do velho senhor, que levanta a mão para ele. Quando o velho homem ergue totalmente sua mão, o jovem médico sente suas roupas queimando! Ele entra em pânico, assim como todas as pessoas, os pacientes que estavam deitados nas camas do quarto. Essas pessoas ficam desesperadas e começam a gritar, mas não conseguem saírem de lá, apenas gritam e pedem por socorro enquanto o médico é consumido completamente pelas chamas. O que restou do corpo dele cai inerte no chão logo à frente de todos, apenas um pedaço negro de carne queimada.

Seu Amadeu se levanta. Está completamente reestabelecido, e solta um grito:

-CALEM A BOCA OU EU MATO TODOS VOCÊS!!!

Todos se calam instantaneamente. Seu Amadeu só olha para a enfermeira, que está toda encolhida no canto da sala, visivelmente desesperada e aflita. Ele aponta para ela:

-Quero uma roupa descente. Agora. Vou ,me trocar e dar o fora daqui! Se alguém der um pio, todo mundo morre!

O cheiro de carne queimada toma conta de toda a sala... As pessoas estão morrendo de medo, choramingando, desesperadas. É melhor deixar aquele homem ir embora mesmo!

 É melhor deixar aquele homem ir embora mesmo!

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Os Agentes da Penumbra: GabrielleOnde as histórias ganham vida. Descobre agora