05. Sexta-feira

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Dortmund, Alemanha

Sexta feira

20 minutos. Era o tempo em que Meli já esperava por Marco no Asemann. Não era um longo período, mas para os padrões Marco e Amélia aquilo já era um atraso enorme, visto que a duração da sua recém-adquirida rotina de encontros no café não duravam mais que meia hora. 

Ouviu um barulho vindo da porta de entrada e logo depois a cadeira a sua frente foi ocupada, era Irmela Risse, a mesma mulher que serviu café para Marco no dia anterior.

- Bom dia, minha querida. - Ela disse.

- Bom dia, Irmela! - Meli devolveu o sorriso que a mulher lhe oferecia. 

- Me atrasei alguns minutos, que bom que ainda está aqui. - A mais nova franziu levemente o cenho, não conseguia lembrar de ter marcado algum compromisso com Irmela. - Tenho algo pra você. É daquele rapaz.

- O que?

A senhora carregava um sorriso travesso no rosto enquanto revirava sua bolsa. Retirou um envelope branco com detalhes em amarelo e o colocou na frente de Meli.

- Ele me pediu pra te entregar. - Olhou pra ela uma última vez e se dirigiu ao seu lugar no balcão.

Amélia abriu o envelope e retirou o papel que havia dentro.

"Você me deixou um bilhete no início da semana, então eu quis deixar um bilhete pra você também. Obrigada por me ouvir ontem, você é especial.

Marco."

Mais embaixo no bilhete havia um número de celular, então se apressou em gravá-lo em sua agenda para enviar uma mensagem a ele.

"Obrigada pelo bilhete, mas porque só ele se fez presente no Asemann hoje?" enviou. 

Marco a respondeu imediatamente.

"Dia cheio. Eu costumava odiar rotina, mas poderia matar por um café agora."

"Onde você está?" Meli perguntou depois que a resposta de Marco a fez ter uma ideia. 

"Chegando em Brackel."

"Vou levar café pra você."



- Não acredito que você veio mesmo. - Marco exclamou a puxando pra um abraço.

- Ah, você sabe, eu precisava de um desculpa para faltar a aula de Farmacologia. - Amélia respondeu dando de ombros. 

- Me lembre de nunca consultar meu cachorro com você. - Brincou.

- Você quer que eu leve esse café de volta? - Tentou roubar o copo de Marco, mas ele era alto o suficiente para impedi-la. 

- É brincadeira, Meli. 

- Você é ridículo. - Ela riu e deu um tapa em seu ombro. Ele continuou a olhá-la. Tentando entender como alguém pode chegar tão de repente na vida de outra pessoa e conseguir mudar pequenas coisas em sua vida. Chegou a rápida conclusão de que, na realidade, isso acontecia com toda e qualquer pessoa que você conhece. Todo ser humano que cruza sua vida é destinado a exercer um papel nela e o papel de Amélia em sua vida era ensiná-lo isso. E ele estava aprendendo rápido especialmente porque ela era uma ótima professora. Uma professora que não o fazia querer matar uma aula sequer. 

- Preciso ir para o treino. - Ele disse interrompendo o momento de silêncio.

- Tudo bem.

- Obrigada, Amélia. 

- Você já agradeceu, Marco.

- Não. - Ele a abraçou novamente, do mesmo jeito que fez quando ela chegou ali. Havia decidido que abraçá-la era bom. - Obrigada por ter sentado na minha mesa e por me ouvir falar sobre o desastre que é minha vida amorosa. E obrigada por ter feito todo o caminho até aqui pra me trazer café.

- Você também é especial. - Ela respondeu ao que ele escreveu no bilhete de mais cedo. Desfizeram o abraço e Meli voltou para seu carro, com a frequência cardíaca levemente abalada.

Das BesteWhere stories live. Discover now