ESPECIAL: Aquele dia em Salvador

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Nota da autora: ATENÇÃO! ISSO É UMA SURPRESA!!!! Obrigada pelos 3K e curtam esse crossover topper contando uma das aventuras da Amélia em seu mochilão pela América do Sul.



Salvador, Bahia

Brasil, 2016


Quando sentou em sua escrivaninha meses atrás para organizar seu plano de mochilão, Amélia estava certa de que a divisão seria de um mês em cada país. A maior exigência, que ela não abriria mão de forma alguma, era que o mês de fevereiro fosse passado no Brasil, por causa do Carnaval. E assim aconteceu.

Desembarcou em Salvador e ao ser deixada pelo taxista em frente ao hostel que se hospedaria, foi pega de surpresa pela quantidade enorme de pessoas que já se encontravam nas ruas dançando ao som das batucadas mais rítmicas que Amélia já escutara. Rapidamente enfiou a mão dentro da mochila que levava nas costas e retirou de dentro uma planilha milimetricamente organizada com todas as datas e horários que a guiariam durante os 6 meses. Olhou e checou 4 vezes, no mínimo, a data marcada para o Carnaval, até ter certeza que não havia trocado os números e chegado tarde demais.

Entrou no hostel e sorriu de imediato para a mulher que estava atrás do balcão, rezando a todos os santos para que ela entendesse seu portunhol que estava longe de ser fluente.

- Bom dia. – A recepcionista disse. Isso Amélia sabia o que significava.

- Bom dia - Tentou repetir. – Eu sou da Alemanha...

- Oh sim, estávamos esperando sua chegada. Eu me chamo Raquel. – Ela disse interrompendo-a e estendendo sua mão para a alemã, que só conseguiu entender que no meio de todo aquele emaranhado de palavras, havia um nome. Ok, tinha que se virar.

- Meu nome é Amélia. – Falou apontando pra si mesma e estendeu o papel que confirmava sua reserva.

Percebendo que isso não estava funcionando e que sua pronúncia aparentemente era incompreensível, desistiu de arranhar no português e tentou falar em espanhol, achando que essa seria uma língua mais fácil para a senhora entender.

- Mi nombre es Amelia, he reservado una habitación. – Falou, se embolando no meio das palavras. Sempre achou que espanhol era uma língua difícil demais. Logo após se apresentar, estendeu a confirmação de reserva novamente.

- O quê? Desculpe, moça, eu não estou entendendo. – A recepcionista falou para ela com uma expressão confusa. Esse diálogo estava indo de mal a pior.

Antes de tentar explicar novamente com uma mistura de português e espanhol, foi impedida por duas garotas que adentraram a recepção com roupas que denunciavam que estavam na praia que ficava perto dali. Uma delas tinha pele negra e longos cabelos cacheados e a outra, muito mais excêntrica, tinha longos cabelos verdes que emolduravam um rosto muito delicado.

As duas entraram sorrindo e foram em direção ao balcão para cumprimentar a mulher que estava falando, ou melhor, tentando falar com Amélia. Pediram a chave do seu quarto para Raquel, enquanto eram acompanhadas pelo olhar focado e confuso da alemã.

Meli percebeu que as duas amigas olhavam para o lado ocasionalmente, em sua direção, enquanto conversavam com a recepcionista. Estavam falando dela, com certeza, quando de repente, a negra com cabelos cacheados perguntou, em espanhol, se ela conseguia entender o idioma. Balançou a cabeça em afirmação, aliviada por descobrir que alguém ali poderia ajudá-la.

- Meu nome é Catarina, essa é a minha amiga Gabriela. Você reservou um quarto aqui, não foi? A Raquel não entende espanhol, eu posso ser a tradutora da conversa.

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