12. Sábado

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Dortmund, Alemanha

Sábado


Nos últimos dias Marco teve o que costumava chamar de semana de cão. Passou todos os dias dela imaginando como seria se pudesse passar 48 horas, no mínimo, dormindo e mais 48 horas extras beijando Amélia.

Ah, Amélia.

Pela manhã, o Borussia Dortmund havia jogado contra o Freiburg e ganhado por 3x0, pela primeira vez ela pôde ver Marco jogar dentro Signal Iduna Park.

E pela primeira vez ela viu o time ganhar.

Passou o resto do dia com um sorriso bobo no rosto e ansiosa para mais um de seus encontros que aconteceria naquela mesma noite em um pub chamado Balke. Ele garantia que era um ótimo lugar. Ela só acreditou.

Meli estava nos últimos dias de estágio e já podia sentir o cheiro da formatura chegando. Haviam sido cinco anos de muito esforço da sua parte para concluir o curso que sempre quis, na faculdade que sempre sonhou. Diferente das amigas do colegial, que foram todas para Berlim ou Munique, ela queria Dortmund. Sentia no coração que era ali que começaria sua vida adulta longe dos pais, que permaneceram em uma cidade onde havia mais vacas do que habitantes.

Logo na primeira semana conheceu Liz, no meio de uma adorável coincidência envolvendo apartamentos vizinhos. Ana Liz sempre se mostrou um ser humano abençoado com o dom de tirar Meli de seus apuros, de sempre aparecer quando a amiga precisa de um colo confiável, ou só de um dia de vagabunda, onde ambas costumam matar todas as aulas do dia para aproveitarem a companhia uma da outra em algum estabelecimento da cidade.

Nos últimos dias seus conselhos foram ouro. Amélia tinha dúvidas e medos quando o assunto era Marco, mas foi parcialmente convencida de que ele valia a tentativa. Valia a chance de tentar mergulhar de vez nesse lance louco que eles tinham.

E foi assim desde que ele a acompanhou no estágio. Encontravam-se no Asemann pelo menos duas vezes por dia, conversavam como velhos amigos e confidentes e beijavam-se como amantes de longa data.

Por volta das 8 horas da noite de sábado, Marco desceu de seu carro quando finalmente chegou ao apartamento de Meli, subiu rapidamente os três lances de escada do pequeno prédio e bateu em sua porta ansioso para que fosse atendido. Era a primeira vez que estava ali, mas todo aquele ambiente já passava uma mensagem de lar.

Apenas alguns segundos depois, pôde vê-la em pé a sua frente. Linda como sempre, esperando por ele.

- Vamos? – Ele disse estendendo a mão para ela, que lhe sorriu e entrelaçou seus dedos nos dele.

- Vamos.

Balke não ficava tão longe, logo não foram necessários longos minutos até que chegassem até lá, o pub tinha uma decoração que fugia do tradicional germânico e de alguma forma se aproximava dos anos 60. Era reservado, ainda que cheio e a luz baixa trazia o tom romântico que eles procuravam.

- Você está linda. – Marco disse quando estavam acomodados em uma das mesas.

- Você também. – Ela respondeu e arrastou sua mão até que alcançasse a dele. – Parabéns pela partida de hoje.

O loiro abriu um grande sorriso ao lembrar-se da vitória. – Obrigada. É diferente jogar quando sei que você está presente, eu percebi isso. Sua presença é forte demais pra não ser notada.

- Você não tem ideia de que essa é uma definição de você mesmo, não é? Por que acha que você me chamou tanta atenção semanas atrás no Asemann? Marco, não foi só pelo olhar triste que você carregava, eram as sensações que você causava.

Das BesteWhere stories live. Discover now