21. Sábado

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Dortmund, Alemanha

Sábado

Amélia se olhava no espelho do quarto espaçoso de Marco passando calmamente uma escova pelos cabelos claros. Ainda que quieta e silenciosa, surpreendentemente não ouviu a porta abrir e fechar. Foi quando focalizou seu olhar para o que o objeto refletia atrás de si que sentiu como se uma manta cobrisse seu corpo, lhe aquecendo inteiramente. Só a presença do jogador a fazia sentir-se assim.

- Está atrasado. – Ela disse para o loiro, que se aproximava para beijar seus lábios, como sempre.

- Tive que passar em um lugar antes. – Respondeu e olhou-a de cima a baixo. – Você está tão linda.

Usava um macacão longo e florido que combinada perfeitamente com o evento para o qual estavam indo. A essa altura, o Asemann já estaria completamente livre de todas as mesas e ornamentado com várias luzes e girassóis. As duas semanas que sucederam a entrega do convite da renovação de votos de Irmela e Anthony passaram numa velocidade que agradava Amélia, que era uma fã assumida de celebrações de amor. Podia jurar que até o ar estava perfumado, o dia mais claro e o barulho da cidade mais agradável, tudo isso porque era um dia de festa.

- Você tem uma hora para ficar pronto, Marco.

- Você está mais mandona do que nunca, amor. O que aconteceu com toda aquela coisa de boas energias que você me falou que estava sentindo hoje de manhã? – Falava enquanto, no caminho para o banheiro, tirava a roupa que havia vestido depois do treino.

- Foi sufocada pelo seu exagero. – Rolou os olhos, rindo e pôs a cabeça para dentro do banheiro. – Você sabe que posso ser mais mandona que isso.

Piscou para Marco, que soltou uma boa gargalhada. Se apaixonava cada dia mais por ela, era verdade.

...

Assim que pisou os pés fora do apartamento, Meli estranhou o fato de Marco não estar ao seu lado. Olhou para trás confusa, tinha certeza que haviam saído do quarto juntos quando ele finalmente ficou pronto.

- Jogador? – Gritou voltando para dentro do cômodo de entrada, conseguindo, então, ver Marco saindo da cozinha com as mãos no bolso.

- Só estava bebendo água, senhorita. Vamos lá para este casamento.

Desceram pelo elevador de mãos dadas até que chegassem ao estacionamento. O caminho para o Asemann não era tão próximo de onde estavam, mas aquele domingo estava tão tranquilo que realizaram o percurso sem nenhuma interferência no fluxo do trânsito de Dortmund.

Assim que chegaram conseguiram perceber que já havia uma boa quantidade de carros estacionados ali. Na porta do Café estavam duas adolescentes usando vestidos amarelos esvoaçantes, segurando nas mãos uma cesta com vários girassóis dentro. Marco e Amélia se aproximaram e foram prontamente recebidos por elas, que lhes entregaram uma das flores que estava depositada em um vaso laranja.

A área mais aberta do Café estava preenchida com cadeiras de madeira e entre elas havia um grande tapete branco estendido. Do teto pendiam muitas luzes e Amélia não conseguia parar de admirar toda aquela decoração que trazia a todos um ar extremamente simpático.

Tomaram seus lugares e não muito tempo depois o local já estava cheio, Irmela e Anthony eram muito queridos por todos. Sem muito atraso, ouviram uma música instrumental começar a tocar, chamando a atenção dos convidados para o início da cerimônia.

A primeira coisa que Amélia conseguiu ver foi um garoto carregando um par de alianças dentro de um objeto de madeira, era o neto de Irmela e Anthony e logo atrás dele vinham seus pais. Meli só os conhecia por fotos e de ouvir a senhora falar. Eram todos muito parecidos e carregavam aquele mesmo olhar acolhedor que sempre recebia assim que pisava no Asemann.

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