10. Portugal II

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Lisboa, Portugal

Quarta-feira


Antes que o sol tivesse a oportunidade de nascer na capital de Portugal, o celular de Amélia recebeu uma ligação de um Marco exaltado de animação, perguntando-a se já estava de pé.

- De pé? Marco, eu estou dormindo! – Disse enquanto se revirava na cama.

- Não me faça ir até aí fazer você levantar dessa cama, Meli. Vamos, precisamos começar nossa saga de turismo em Lisboa. – Respondeu ao mesmo tempo em que andava todo o quarto a procura do par de sapatos que tinha jogado em algum lugar por ali depois que voltou do estádio.

- Me dê meia hora e uma xícara bem grande de café.

- Você sabe que não precisa pedir.

Estava alguns minutos atrasada quando encontrou Marco no saguão do hotel, no entanto seu humor já havia melhorado consideravelmente. O acordo silencioso da noite anterior ainda estava estabelecido, logo nenhum dos dois mencionou uma palavra sequer sobre os sentimentos inéditos que surgiram entre ambos. O plano era ignorar tudo e torcer para que nunca mais sentissem isso de novo.

Claro que nada na vida acontece como planejamos.

O jogador sabia muito bem disso, porque ver Amélia se aproximar, foi o equivalente a voltar no tempo, exatamente para o momento em que estavam tão próximos que sabia que só um pequeno movimento faria com que seus lábios se unissem. Xingou mentalmente, repreendendo seus pensamentos e lembranças.

A alemã não se encontrava em uma situação melhor. Desde que levantou, seu único pensamento era sobre ele e sobre o quanto tudo isso era errado.

As coisas estavam acontecendo muito rápido, era isso!

Não é que se sentia atraída por ele, pensava Meli, é só que eles haviam se aproximado tanto em tão poucos dias, que estava confundindo um sentimento puro de amizade com desejo superficial. Desde que entrou na faculdade, tem sido só ela e Liz, e agora as coisas estavam mudando. Tinha que ser isso.

Só era difícil de suportar essa teoria quando, de repente, lá estava ela, de frente pra ele, prontos pra passarem um dia inteiro juntos.

Marco estendeu o café para Amélia, que riu com a situação.

- Parece que estamos sempre dando café um pro outro. – Ela disse.

- Não poderia ser melhor que isso. – Respondeu.

Seguiram pra fora do hotel e começaram, oficialmente, a explorar Lisboa.

Desceram o Bairro Alto e exploraram aquela região durante toda a manhã, andando por suas ruas estreitas e empedradas, descobrindo ruelas, lojas e casas seculares. Durante o dia, vários turistas se espremendo entre as ruas, mas durante a noite eram completamente lotadas de mesas pertencentes à bares. Toda a empolgação de Meli foi diminuindo por volta do meio dia, à medida que o cansaço começou a surgir, e quando estavam em um ponto comercial do bairro, decidiram parar em um dos vários restaurantes que existiam ali. O clima boêmio pertencia a todo e qualquer estabelecimento que entravam, concluíram assim que entraram.

- Posso te perguntar uma coisa? – Disse Marco, quando já estavam acomodados em uma mesa.

- Claro. – Ela respondeu.

- Você se arrepende? Digo, de ter vindo? De ter dito sim? – O jogador se perguntava isso desde o momento que saiu do quarto de Amélia, na noite anterior.

Das BesteWhere stories live. Discover now