07. Domingo

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Marco Reus e Amélia Boehl tinham um problema. E perceberam isso ainda no sábado à noite.

"Marco. Você se deu conta de que amanhã é domingo?" Enviou Meli.

"Qual o problema?" O loiro franziu a testa ao ler a mensagem.

"O Asemann não abre. Nossa rotina foi quebrada!! Isso pode modificar o universo de alguma forma?!"

Marco soltou uma boa gargalhada com o desespero da mulher.

"O que acha do Westfalenpark? Passo pra te buscar as 8 horas, me passe seu endereço."

"Vou levar café." Claro que ia. Se não tivesse café não seriam Marco e Amélia.


Dortmund, Alemanha

Domingo

O Westfalenpark é uma atração turística natural muito famosa de Dortmund, porque além de bem cuidado, possuía inúmeros canteiros de flores exuberantes. Todas essas ótimas características contribuíram para que o lugar fosse muito querido por Amélia, que imaginava que estar ali na presença de Marco era um indicativo que ele definitivamente estava fazendo parte da sua vida, deixando de ser só o cara do café.

- Você não acha uma boa coincidência que o tempo está ótimo justo no único dia que decidimos tomar café fora do Asemann? - Meli perguntou assim que se acomodaram na toalha que foi estendida no gramado.

- Tecnicamente, não decidimos tomar café fora do Asemann, fomos obrigados a tomar café fora do Asemann. – Marco respondeu e acompanhou Meli com uma gargalhada.

O dia estava, de fato, muito bonito, fazendo com que a ideia de tomar café fosse quase inadequada. Quase. De forma alguma perderiam a chance de, pela primeira vez, tomarem a bebida quente feita especialmente por ela e bebida especialmente nas canecas dele.

Permaneceram ali, apenas conversando sobre os assuntos mais banais possíveis, com a mesma naturalidade de velhos conhecidos. Na realidade, já estavam bem profissionais nisso de ignorar que se conheciam há uma semana. E mesmo que parecesse que nada pudesse entrar na bolha que eles criaram apenas pra eles dentro de um parque lotado, aconteceu. Amélia já estava a alguns minutos explicando para Marco sobre como quebrou o braço aos 10 anos de idade, quando sentiram algo se aproximar, algo branco e peludo que pulou nos dois como se estivesse os convidando pra se juntar a ele nessa brincadeira fantástica que era latir e correr em círculos pela toalha estendida.

- Que coisa mais linda! - Exclamou a quase-veterinária, pegando o cachorro no colo e começando, imediatamente, a falar com aquela voz que as pessoas sempre usam com animais e bebês. – Você é o cachorro mais lindo do mundo? Você é!

Marco, particularmente, achava a coisa mais adorável do universo. Mas percebeu que atingia um nível muito maior quando era Amélia quem fazia.

- Acho que alguém fugiu do dono. – Disse rindo e passando as mãos na cabeça do animal, que por causa dos carinhos, já estava menos afoito.

Pouco tempo depois, perceberam uma garotinha se aproximar, provavelmente a dona do animal que já se sentia totalmente em casa deitado com Meli.

- Dixie! Ele se soltou da minha mão, obrigada por cuidarem dele. – Ela disse quando Marco entregou Dixie em seu colo.

- Você tem um cachorro muito bonito. – Ele disse.

- Ah... – Amélia começou a dizer quando a garota estava prestes a virar para ir embora. – Você está passeando com ele?

- Sim. Querem vir junto? – Perguntou oferecendo a guia da coleira.

Olhou para Marco, que assentiu. Guardaram a toalha, garrafa de café e canecas na mochila do loiro e acompanharam a garota pelo Wesfalenpark.


Depois que Anna foi embora, levando Dixie com ela, os dois continuaram a caminhar um pouco pelo parque, próximo a um canteiro de flores lilás.

- Você está bem? – Amélia perguntou, sentindo que era o momento de conversar sobre a partida do dia interior.

- Não muito contente, mas eu estou bem. – Respondeu suspirando pesado.

- Sinto muito pelo jogo. – Apertou sua mão e lhe sorriu, tentando passar a ele algum tipo de conforto.

- Já passou, o importante agora é o próximo jogo. – Disse com um sorriso travesso que não passou despercebido por Meli. – O da champions league, sabe? Contra o Benfica, em Portugal.

- O quê? Como assim em Portugal? Marco! – Perguntou assustada porque rapidamente lembrou-se da promessa que fez no dia anterior. – Você não pode me fazer prometer ir a um jogo em outro país!

- Por que não? São só duas horas e meia de distância, Meli. Vamos! Você prometeu. – Ele disse.

- É outro país!

- Duas horas e meia!

- Eu não posso. – Disse. – E caso você não saiba, eu estou brava com você.

- Por favor, Amélia. – Marco pediu, segurando delicadamente em seu braço, interrompendo a caminhada.

- Me leve pra casa. – Foi a única coisa que a mulher respondeu.

Naquela noite, foi entregue na casa de Amélia uma pequena caixa amarela. Dentro, uma passagem pra Portugal, um ingresso para o jogo Benfica x Borussia Dortmund, e um bilhete escrito à mão.

"Pro caso de você mudar de ideia."

Das BesteWhere stories live. Discover now