Romance Intercontinental

Capítulo 30 Henry

Acordei por volta das seis da tarde, e estava de conchinha com ela. Eu não queria me afastar, mas precisava ir ao banheiro, e verificar se Gladys deixou algo para o jantar.

Dei um beijo leve em seus cabelos e saí da cama o mais silenciosamente possível. O quarto estava uma zona, com roupas dela espalhadas e as malas caídas num canto. Mas eu daria um jeito nisso mais tarde. Não queria acordá-la ainda, e precisava pensar em tudo que falamos e descobrir o que faríamos a seguir.

Depois que usei o banheiro, e estava na cozinha preparando alguns sanduíches, o interfone tocou. Era meu irmão que resolveu trazer o Kal mais cedo.

Fui recebê-lo na entrada, e mal meu irmão abriu a porta, meu akita correu todo feliz ao me ver.

- Oi garotão! Também senti sua falta amigo...

Ele pulava, lambia minha cara e latia de felicidade. Precisei pegá-lo no colo para que se acalmasse e parasse de latir para não acordar a Julia.

- Calma Kal... Quieto! Senta! Fica!

Ele sentou aos meus pés e ficou. Fui cumprimentar meu irmão.

- E aí cara. Você disse que só viria amanhã.

- Vou ter que levar Heather num evento do trabalho amanhã, que vai durar o dia todo. Por isso o trouxe hoje.

- Valeu Charlie. E obrigado de novo por cuidar dele! Gladys não daria conta sozinha.

- Sempre que precisar Henry. Mas e aí, como foi em L.A.?

- Entre! Estava preparando um lanche.

Charlie me seguiu e quando viu a bandeja que eu estava preparando me deu um olhar de questionamento, mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, um grito vindo do meu quarto nos assustou.

- Merda! Esqueci do Kal...

Falei para o Charlie ficar e corri para as escadas, subindo de três em três degraus, em pânico que o Kal tivesse atacado a Julia. Ele não reagia muito bem a estranhos. Mas quando cheguei e empurrei o resto da porta aberta, a cena que vi, não era nada parecida com o que imaginei.

Julia estava enrolada no lençol, agachada no chão e Kal deitado aos seus pés, de barriga para cima e língua pendurada para o lado enquanto ela fazia carinhos na barriga dele.

- Que coisa mais linda que você é meninão!

- Puta que pariu! Você quase me mata do coração Julia.

- Desculpe Henry... Me assustei quando acordei com ele cheirando meu rosto. Mas ele se afastou e se encolheu no chão. Acho que o assustei mais do que ele a mim.

Kal estava totalmente mole na frente dela, mas eu não o culpava. Julia não encantava só as pessoas, o filho da mãe estava caidinho por ela também.

- Ele é maravilhoso Henry. E enorme, igual ao pai dele.

- Ele não costuma ser assim tão dócil com estranhos. Mas eu entendo ele. É impossível não cair de amores por você...

- Seu bobo!

Me agachei junto dela e a beijei, mas fomos interrompidos pelas lambidas do Kal em nossos rostos. O safado estava tentando me tirar de jogada.

- Kal! Nem vem amigo...Eu a vi primeiro.

Julia riu e continuou acariciando-o.

- Você foi buscá-lo enquanto eu dormia?

- Não, meu irmão o trouxe. E ele está lá embaixo, nos esperando para jantar.

Ela ficou tensa.