Capítulo 48 Henry

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Julia andava meio estranha quando nos falávamos, mas ela sempre dizia que estava tudo bem. Eu estava achando ela inquieta e ansiosa, e isso estava me preocupando. Ela devia estar com problemas de dinheiro por estar vindo me ver, e não queria me contar. Além disso, sempre encerrava rápido nossas ligações, dizendo que tinha algo importante para fazer. Quando eu questionava, sempre dava a mesma resposta.

"Amor, está tudo bem, só ando com muito trabalho. Quero adiantar tudo para não ter que voltar correndo depois do ano novo."

"Sei lá...Você anda muito estranha."

"Isso é cisma sua. Não se preocupe. Tudo vai melhorar depois do réveillon. Eu garanto."

Eu não tinha alternativa, a não ser acreditar, pelo menos até estar com ela pessoalmente.

Dois meses e meio depois, eu a busquei no aeroporto, e foi tão bom vê-la de novo.

A essa altura, nosso namoro já era de conhecimento público e o interesse inicial da mídia, já tinha diminuído. Para minha surpresa, Julia tirou de letra todo o assédio, inclusive no país dela.

Eu a beijei loucamente sem me importar com os flashes pipocando sobre nós no saguão do aeroporto.

- Henry...estamos em público.

- Eu não estou nem aí. Não vejo minha namorada a quase três meses, e quero beijá-la sem medo que alguém veja.

A beijei novamente, e depois seguimos para minha casa.

- Amor, você só trouxe uma mala?

- Sinto muito Henry, mas vou ter que voltar no dia dois.

- É sério? Você disse que estava trabalhando horas extras para poder ter tempo, e vai ficar menos de uma semana?

- Sinto muito amor. Foi o que consegui.

Eu estava muito puto, mas o que me irritou mais, foi ver que ela não parecia chateada. Pelo contrário, Julia estava numa animação só.

Chegamos na minha casa, e eu ainda estava muito chateado, mas quando ela me arrastou para meu quarto, e nós nos amamos, tudo evaporou. Porque o jeito que ela se entregava a mim, compensava qualquer tempo e distância que nos separava.

Nos dois dias antes do réveillon, nós fizemos alguns programas românticos sozinhos, mas na noite da virada, fomos para a casa dos meus pais em Jersey.

Julia estava maravilhosa em um vestido longo branco, de um ombro só, justo até seu quadril e com uma fenda na perna esquerda que me deixou babando. Ela usava o colar de platina que lhe dei de Natal, que combinava perfeitamente com a sandália de salto, de tiras prata que ela calçou, a deixando quase da minha altura.

Ela me disse que o meu presente, só me entregaria no dia de ir embora, e que foi muito difícil escolher, pois eu já tinha de tudo.

- Meu anjo, meu melhor presente é você, que é o meu bem mais valioso.

A festa que minha mãe organizou estava perfeita como sempre, e nós nos divertimos muito. Este era o primeiro réveillon que passamos juntos, e foi fantástico poder beijá-la a meia-noite.

Dormimos nos meus pais mesmo, já que tinha o tradicional almoço do dia 1º que minha mãe fazia.

À tarde, depois de falarmos com os pais dela pela internet, voltamos para Kensington, e meu humor já estava sumindo, sabendo que ela iria embora no dia seguinte de manhã.

Eu estava sentado na cama olhando-a arrumar suas coisas.

- Você vai ficar com a cara amarrada na minha última noite aqui?

- Desculpe amor. Eu pensei que teria mais tempo com você dessa vez.

- Henry...Eu sinto muito te deixar triste assim...

Eu a puxei para meu colo me sentindo um idiota egoísta.

- Não precisa se desculpar Julia... Eu entendo. Vamos esquecer isso e aproveitar a noite.

Nós não dormimos nem meia hora, porque eu queria aproveitar cada segundo com ela, e depois de tomarmos café, eu pedi ao Tom que nos levasse, por que eu não tinha a menor condição para dirigir.

Enquanto eu estava destruído pela falta de sono e saber que ela estava indo embora, Julia parecia mais animada do que o normal, eu só não conseguia entender o motivo. Será que ela estava feliz em ir embora?

Quando saímos de casa, ela disse que tinha que passar num lugar primeiro.

- Que lugar é esse Julia?

- É uma apartamento em Fulham, que pediram para eu fotografar. Vai ser rapidinho, eu prometo.

- Caramba, nem nas festas te deram descanso? E porque você deixou para fazer isso hoje amor?

- Porque eu queria gastar todo o meu tempo com você, e o ap fica no caminho para o aeroporto.

Como eu poderia ficar chateado com essa mulher... Dei-lhe um sorriso e um beijo enquanto seguíamos para o endereço que ela deu ao Tom.

 Dei-lhe um sorriso e um beijo enquanto seguíamos para o endereço que ela deu ao Tom

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O prédio ficava numa parte muito agradável do bairro. Tinha seis andares, e um apartamento por andar. E quando paramos, ela nos convidou para subirmos com ela. Julia falou com o porteiro.

- Bom dia! Eu vim pegar a chave do nº 6. Meu nome é Julia Santos.

- Bem vinda Srta. Santos. Espero que goste do lugar.

- Obrigado!

Ela respondeu meio nervosa, e nós a seguimos para o elevador, e subimos até a cobertura, e quando entramos, todos ficamos surpresos.

O lugar era uma graça. Sala de estar, jantar e cozinha integrados, um corredor que dava acesso a um pequeno escritório, um banheiro e uma suíte bem grande.

Estava todo mobiliado de forma moderna, mas muito aconchegante. Na sala, grandes portas de correr de vidro, davam acesso a um pátio de bom tamanho, com um belo jardim e uma vista fabulosa do rio Tamisa.

Ficamos admirando tanto que esquecemos da hora até o Tom nos lembrar.

- A que horas sai seu voo Julia? Acho melhor se apressar, pois o trânsito a essa hora é pesado.

Ela saiu do transe e virando-se para nós dois, com o maior sorriso que eu já tinha visto, começou a falar.

- Henry... Eu preciso te contar uma coisa...

- O quê amor?

- Lembra que eu disse que ia te dar seu presente de Natal hoje?

- Sim, mas eu disse que não precisava. Não quero você preocupada em gastar seu dinheiro comigo. Já chega o que tem gasto com as viagens para cá, sem deixar que eu te ajude.

- Bem, mas acho que você vai gostar muito desse presente.

Ela pegou o molho de chaves que o porteiro lhe entregou, tirou uma e estendeu para mim.

- O que é isso Julia?

- É uma cópia da chave do meu novo apartamento. Este é seu presente Henry.

Enquanto Tom ria e a abraçava, eu estava em choque. Achei que não tinha escutado direito.

- Julia...Que brincadeira é essa?

- Eu não estou brincando amor....

Romance IntercontinentalWhere stories live. Discover now