Capítulo 42 Henry

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Quando a vi descendo as escadas, meu coração quase explodiu de felicidade. Ela estava linda, com um short branco e blusa de seda vermelha. Seu cabelo em um rabo de cavalo alto, e uma maquiagem mais pesada do que o costume, mas ainda assim ela estava maravilhosa.

Mas quando percebi que ela tinha um encontro, e depois de tudo que foi dito, a repulsa que vi em seus olhos  quando toquei seu rosto, vê-la subir na garupa daquele cara, foi a gota d'água para mim.

Eu não tinha chorado até aquele momento, mas não consegui segurar meu desespero ao perceber que a tinha perdido de vez.

Julia estava tão magoada, que não iria nem mesmo me dar a chance de concertar as coisas.

Vendo como eu estava desabando, Tom me tirou do lobby, me levando para um canto mais reservado.

- Henry, se acalme. Vamos, você não pode ficar assim em público.

- Eu a perdi Tom.

- Não se dê por vencido ainda meu amigo. Vamos dar um jeito.

- Acho que não tem mais jeito Tom. É melhor voltarmos para casa.

- Ainda não. Eu vou falar com ela. Agora vamos nos registrar. Você precisa de um banho e descansar um pouco.

- Você quer que nos hospedemos aqui? Ficou louco? Como posso ficar no mesmo hotel que ela sabendo que saiu com outro cara?

- Henry, não tem como saber se ela realmente está com ele, sem perguntar a ela. Mas ficando aqui, não a perderemos de vista antes de fazer uma última tentativa.

Eu não estava tão otimista quanto ele, mas depois que tomei um banho, me senti menos na merda.

Estava deitado, lembrando da reação dela ao me ver mais cedo, quando meu celular tocou.

- Não quero falar com ninguém Tom. Seja quem for, despache por mim.

- É um número local. Você conhece alguém aqui?

- Não. Deve ser algum repórter então. Deixe tocar.

Mas Tom não me obedeceu e atendeu a chamada. E eu o ouvi dizendo que ia passar o telefone para mim.

- Eu disse que não queria falar com ninguém...porra!

- Ahhh..., mas eu acho que você vai querer atender essa ligação.

Ele me olhou sorrindo. Seria possível que fosse a Julia? Eu não queria acreditar para não me decepcionar.

Peguei o telefone da mão dele, e eu estava tremendo. Tom disse que ia sair do quarto para me dar privacidade.

"Alô?"

"Henry...Sou eu..."

Eu senti um nó na garganta e meus olhos arderam de lágrimas só em ouvir a voz dela.

"Oi meu anj... Julia."

"Acho que precisamos conversar, não é?"

"É tudo que eu quero Julia. Poder me explicar a você."

"Certo! Vou te dar essa oportunidade, mas não pense que vou perdoar o que você fez Henry..."

"Amor, eu jamais te traí, e posso te provar isso."

Ela ficou muda, e achei que tinha desligado. Me desesperei e com o choro evidente em minha voz gritei no telefone.

"Anjo.... Por favor, não desligue. Fale comigo. Eu estou sofrendo demais sem você..."

"Henry...... Pare de chorar! Não é justo comigo..."

"Nada do que aconteceu com a gente foi justo, mas se você me deixar te provar o engano, tudo vai ficar bem, eu prometo."

"Certo! Me diga onde está que eu vou ao seu encontro."

"Estou no mesmo hotel que você meu amor."

"Me encontre no meu quarto em meia hora. Estou no 308."

"Combinado Julia."

Aquela meia hora pareceu levar um ano para passar, mas finalmente, eu estava parado em frente a porta do quarto 308. Eu estava mais nervoso do que nunca. E se ela não acreditasse no áudio? O que eu iria fazer?

Contei até dez, respirei fundo e bati na porta. Ela abriu logo em seguida, e eu perdi o fôlego ao vê-la. Estava com os cabelos úmidos do banho, e vestia um vestido curto verde de alcinhas. Ela estava linda como sempre.

- Entre Henry.

- Obrigado!

- Você quer que eu peça algo para você beber?

- Não Julia. Nada de álcool para mim. Já chega o problema que isso nos causou.

- O quê? Vai dizer que você fez o que fez por que estava bêbado? É isso que queria me explicar?

- Eu estava bêbado sim, mas eu não fiz o que acha que fiz.

- Henry, eu sei o que vi. E bêbado ou não, você me destruiu com aquilo.

Ela estava chorando muito, e eu não me contive. Corri para ela e a puxei num abraço apertado. Ela relutou no início, mas acabou cedendo e me deixando abraçá-la até que seu choro diminuísse.

- Julia.... Se você soubesse o quanto me dói te ver assim...

- Então porque fez doer Henry?

Eu me afastei e a guiei até que estivesse sentada na cama e me ajoelhei na frente dela.

- Eu não fiz o que você acha Julia. Jamais faria isso com você. Sei que o que viu diz o contrário, mas acredite...eu estou tão inocente quanto você nessa história.

- E como pode ser isso?

- Foi tudo uma armação da Stella, meu amor.

- Você espera mesmo que eu acredite nisso?

- Eu posso te provar. Consegui a confissão dela.

Contei tudo que aconteceu, desde que falei com Gladys e ela tinha me dado uma bronca. Falei do que descobrimos no hotel, mostrei o vídeo e falei do plano do Tom. Depois, deixei ela escutar o áudio.

Julia chorava ainda mais agora do que antes.

- Ohhh Henry... Como ela pôde fazer isso? E meu Deus....como fui injusta com você....

Eu sentei ao seu lado e a puxei para meu colo, e graças a Deus, ela veio de bom grado, me abraçando enquanto chorava com o rosto enterrado no meu pescoço.

- Meu amor, vamos esquecer tudo isso. Eu já a demiti e nunca mais ela vai interferir em nossas vidas. O que importa é que eu não te traí e nunca farei isso. E sabe porquê?

- Por quê?

- Porque eu te amo Julia. Como jamais amei ninguém na vida.

- Henry....

Não aguentando mais, eu a beijei. E foi o céu, sentir tudo aquilo de novo. Eu queria ficar assim para sempre, beijando-a e sentindo seu corpo grudado ao meu.

Romance IntercontinentalWhere stories live. Discover now