Dezessete

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Além do quarto onde eu fui acomodado, o abrigo tinha mais dois cômodos. Um era só com meninas e o outro também era de meninos, porém mais velhos do que os garotos que eu conheceria mais tarde. As crianças tinham adotado dois gatos de rua, Pipoca e Churros. Os gatinhos viviam entre a cozinha e a sala e, por isso, o corredor que ligava os dois ambientes tinha potinhos com água e ração e, consecutivamente, o odor que eu estranhei na minha chegada.

Num primeiro momento eu odiei o cheiro da ração. Mas não demorou nem 5 minutos para me apegar à Pipoca e deixar de me incomodar com isso. Como eu não tinha pelúcias, a dona Jô, que cuidava das crianças, até me deu permissão para dormir com a gatinha. Mas o Pipoca não gostou da ideia e fugiu antes mesmo de eu pegar no sono.

Cochilei durante aquela tarde, uma coisa rara de acontecer. Quando despertei, as crianças já estavam na casa e sabiam toda a minha história. A verdade é que alguns já me odiavam, mas outros abriram mão de alguns de seus brinquedos pra mim.

No segundo dia eu já tinha amigos e passei a tarde toda brincando. Também descobri porque uma parte deles não se aproximavam de mim: eles sabiam que eu iria embora em breve e não queriam se apegar. Expliquei que assim que vovó ficasse boa eu iria embora de fato, mas que voltaria sempre para brincar e quem sabe eles não poderiam ir lá em casa comer uma macarronada às vezes?

Todos sorriram. Eu nunca tinha imaginado que teria tantos amigos.

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Oie, tudo bem? Nós já passamos da metade do livro (eba!). Conta pra mim nos comentários o que você está achando da história e como imagina qual será o final. Além disso lembra de dar aquele voto, não é só no BBB que você tem que focar em votar, poxa. E se quiser, se inscreve no meu canal no Youtube :)

O Azul do Meu PassadoWhere stories live. Discover now