Can Ci Pin (殘次品) [PT-BR]

Capítulo 03

Livro I: A Estrela do Deserto
Capítulo 03

"Sua voz era preguiçosa e satisfeita, e ele falava como se estivesse cantando, mas sua pronuncia era perfeitamente clara; o final de sua frase tinha um tom lúdido e afetuoso. Não parecia um diretor sério."

Três homens e uma mulher saíram dos automóveis de alta velocidade. Os homens pareciam estar se preparando para estrear como uma banda, seus cabelos tingidos de vermelho, amarelo e verde como semáforos. A mulher estava vestida como a menina delinquente, de paletó e sutiã. Talvez esse estilo fosse popular entre as delinquentes da cidade.

Todos eles tinham surgido do nada; no entanto, parados em uma fila atrás do bar clandestino, nenhum deles ousou dizer uma palavra.

Após alguma deliberação, a "banda do semáforo" mandou a mulher falar em seu nome. Ela era o tipo de pessoa que poderia suportar o frio intenso por uma questão de moda, mas quando encontrou o brilho gelado do homem parado na porta dos fundos, ela foi totalmente derrotada. Tremendo, ela falou hesitantemente.

"Aquele cara estava usando um dispositivo de proteção estranho, perdemos o alvo..."

O homem a encarou em silêncio, fazendo-a espirrar tanto que seus pulmões quase voaram para fora do peito. O menino, que finalmente se acalmou há apenas alguns minutos, assustou-se com o forte espirro e prontamente voltou a chorar ruidosamente de seu lugar no chão. No entanto, um olhar do homem segurando o cigarro foi o suficiente para assustar o menino e levá-lo a um silêncio trêmulo.

"Chame a polícia. Não fique aqui parada me envergonhando, entre." O homem segurou o menino cujo choro havia parado com o simples contato visual em um braço, olhou para a menina desgrenhada no canto da sala e falou.

"Você também."

O grupo de cavalheiros o seguiu um a um como se tivessem sido perdoados após cometer um crime. A garota se levantou e hesitou por um momento, mas o calor do bar clandestino rapidamente a persuadiu. Ela tocou o ferimento nas costas da mão, arrastando a bagagem com ela.

A atmosfera no bar clandestino era bem retrô, de modo que até a decadência parecia deliberada. O cheiro doce de rum encheu o ar e a música jazz iluminou o clima da sala. O bar clandestino parecia estar fechado no momento, já que não havia garçons ou bartenders. O único ali era o homem que abrira a porta dos fundos, provavelmente o proprietário.

Ele é muito arrogante para o dono de um bar tão pequeno... a garota pensou, insegura. Ela pensou ter visto algo se mover na prateleira ao lado da mesa, mas descartou isso como um truque de luz, até que seu olhar encontrou um olho frio. Ela saltou em alarme. Na prateleira estava um lagarto verde escuro.

"Não se preocupe, ele é muito preguiçoso para morder alguém." O proprietário colocou o menino em um banquinho de bar em frente à menina. "O que você quer beber?"