Capítulo II

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O sol estava tão quente que nem mesmo dentro do elevador, com o ar-condicionado no máximo e usando o mínimo de roupa possível - apenas um short e uma camiseta sem mangas - o calor dava sinais de que iria passar. Oh, eu estou quase derretendo, pensei saindo do elevador em direção à portaria.
- Olá, Alfred. - Falei, me apoiando na bancada. - Alguma carta para mim?
- Não, mas - ele se abaixou, pegando um buquê de flores - o senhor James deixou isso aqui.
- Oh, quanta preocupação a dele. - Ironizei, pegando as flores e as jogando no lixo ao lado de Alfred.
- Flores servem como uma decoração perfeita.
- E servem para enfeitar enterros.
- É a segunda vez que ele aparece aqui pedindo para falar com você.
- Ele pode insistir o quanto quiser, eu não irei atendê-lo.
James era o meu ex-namorado. Nós namoramos por dois anos e quando eu menos esperei, eu o peguei transando com outra em cima da minha própria cama em uma das festas que Marcus insistia em fazer em seu apartamento. O chão debaixo de meus pés desapareceu e as lágrimas descerem de meu rosto. James era o homem com quem eu desejava me casar, o homem perfeito para mim. Tinha um bom emprego, um porte físico que daria inveja a muita gente e atraía muitas mulheres. Mas, mesmo toda a perfeição tem seus defeitos, e o perfeito, na verdade, não era perfeito, porque perfeição não existe. Isso é apenas uma ilusão boba criada para enganar garotas como eu. Não existia homem perfeito, eu sabia disso agora.
- Hoje está muito quente, você não acha, Alfred?
- Eu devo concordar. Eu daria tudo para ter uma piscina agora.
- Ah, piscina. - Gritei, assustando Alfred. - Na cobertura tem uma piscina! - falei dando um beijo na bochecha de Alfred. - Obrigada, Alfred! - Gritei para ele antes de entrar no elevador. Piscina, como eu não tinha pensando nisso antes? Alana, você é mesmo uma cabeça oca, pensei saindo do elevador e correndo em direção ao meu apartamento.
Fui até meu quarto, coloquei um biquíni e peguei uma toalha. Era fim de tarde e, provavelmente, o vizinho de Marcus não estaria por lá. Eu sabia seu nome agora, mas nada me impendia de mostrar o quanto eu ainda desprezava aquele homem. Mesmo já tendo visto o que ele tem de melhor - ou pelo menos o volume - ele ainda não tinha me impressionado. Ele não passava de um depravado sem coração para mim.
Saí do apartamento olhando para os dois lados do corredor e me certificando que o meu odioso vizinho não estivesse lá. Continuei meu caminho até a porta que levava ao terraço e quando a abri só pude escutar uma risada alta e fina habitar meus ouvidos. Isso só pode ser brincadeira, pensei, olhando para os dois que estavam na piscina com lábios vermelhos. Ei, espere um segundo, aquela não era a senhora Dargos?
- Alana, minha querida. - Ela falou, nadando até a borda. - Vejo que não resistiu ao calor e pensou em dar um mergulho!?
- Parece que não fui a única. - Falei cruzando os braços. - Eu volto outra hora.
- Que isso, Alana. - Ela deu impulso para sair da piscina. - Eu que não deveria estar aqui. - Ela pegou uma toalha, se enrolando. - A piscina também é sua por direito, eu só vim bater um papo com Ian enquanto nos refrescávamos.
- Se a senhora quiser pode ficar, eu vou usar a jacuzzi de qualquer forma. - Falei, começando a andar em direção à jacuzzi, que estava ao lado da piscina.
- Muito obrigada, querida, mas acho que já vou indo. Meu marido já deve ter chegado.
- Eu te acompanho, Marta. - Ian já havia saído da piscina a essa hora e ficado ao lado da senhora Dargos.
- Até mais, Alana. - Ela falou acenando para mim enquanto Ian abria a porta para ela.
- Até mais. - Eu disse colocando minha toalha ao lado da jacuzzi.
Entrei na água fria, dando um mergulho para molhar meus cabelos e refrescar minha cabeça. Encostei-me à parede da jacuzzi, me sentando para esticar minhas pernas e fechando os olhos, sentindo o cansaço de semanas de trabalho desaparecer. Eu finalmente teria paz. Sem Marcus e Sam gritando pela casa; sem enfermeira Johnson rabugenta; sem precisar sair à noite, pois, pelo o que me aparentava, o meu vizinho tinha procurado diversão em outra freguesia.
Apenas eu, meu sofá, e uma coleção de filmes clássicos e românticos esperando para serem assistidos. Mas eu havia pedido paz muito cedo, pois logo senti a água se agitar e duas pernas se esticarem ao meu lado.
- Você sabia que existe uma piscina enorme aqui do lado, a qual você estava usando, e você poderia tê-la sozinha para você agora?
- Eu gosto de companhias. - Ele falou com um tom sarcástico.
- Você já se perguntou se eu quero sua companhia?
- As mulheres gostam da minha companhia.
- Eu percebi isso. - Abri os olhos, olhando para ele. - O que te faz pensar que eu quero tua companhia?
- Eu sei que você quer. - Ele se ajoelhou perto de mim.
- Não, eu não quero. - Falei apoiando minhas mãos na borda da jacuzzi, dando impulso para me levantar e sair dali.
- Você quer sim. - Ele segurou minhas pernas fazendo com que eu me sentasse na borda. Ele se ajoelhou em minha frente, ficando na altura do meu umbigo, fazendo-me olhar para baixo. - Eu ainda não lhe agradeci formalmente por ter me salvado naquele dia.
- Você não precisa. - Eu disse, apoiando minhas mãos no chão feito de madeira.
- Eu preciso sim. - Ele colocou suas mãos em meus joelhos, os afastando, fazendo com que minhas pernas ficassem abertas.
- O que você está fazendo?
E, antes que eu pudesse tentar fechar minhas pernas, ele começara a dar beijos na parte interna de minha coxa, fazendo com que eu fechasse os olhos sentindo seus beijos quentes subirem por toda extensão dela. Fazia algum tempo que eu não ficava com um homem - necessariamente seis meses - então sentir os beijos de um em uma das partes mais sensíveis do meu corpo fez com o prazer aumentasse dez vezes mais. Suas mãos seguraram meus quadris, puxando-me mais para perto e apertando minha bunda. Sua boca se alternava em dar leves mordidas e beijos até chegarem em minha intimidade, beijando-a por cima do biquíni.
Senti suas mãos começarem a descer meu biquíni e, a medida que seus beijos desciam por minha coxa, suas mãos afastaram mais meus joelhos, fazendo com que minha intimidade ficasse exposta de uma forma quase imoral. E então, sem nem ao menos deixar que eu protestasse, ele enterrou sua cabeça entre minhas pernas passando sua língua por minha intimidade, fazendo um gemido rouco sair de minha garganta.
Sua língua explorava cada centímetro da minha intimidade fazendo movimentos para cima e para baixo, parando algumas vezes para fazer movimentos de vai e vem na minha parte mais sensível, fazendo com que eu agarrasse em seus cabelos, puxando-os. Eu não sabia se o empurrava ou se o puxava mais para perto. O desejo havia tomado conta do meu corpo de uma forma que eu mesma não conhecia, e a única coisa que eu sabia era que eu não queria que ele parasse.
Suas mãos seguraram em meus quadris novamente, fazendo com que eu fosse mais para perto dele e ele enterrasse sua cabeça mais ainda em minhas pernas. Sua língua me sugou mais fundo, e minhas pernas abriram-se automaticamente mais e mais à medida que sua língua fazia movimentos de vai e vem em minha intimidade. Senti sua língua acelerar os movimentos enquanto suas mãos apertavam minha bunda, me empurrando para que sua língua fosse o mais fundo possível. Eu sentia todo o meu corpo relaxar, se entregando a uma das melhores sensações que um homem poderia dar a uma mulher. James nunca havia aceitado me tocar dessa maneira, ele dizia que mulheres deveriam dar prazer aos homens como foi desde o princípio. Eu nunca imaginaria que um homem poderia causar sensações extremas em uma mulher dessa maneira e, se soubesse, teria caído nos braços do primeiro que aceitasse me dar esse prazer.
E então sem mais nem menos sua língua abandonou minha intimidade fazendo com que eu abrisse os olhos, vendo-o se levantar e se inclinar em direção a mim. Uma de suas mãos passou por minha cintura fazendo com que nossos corpos se colassem e ele ficasse entre minha pernas. Dando um sorriso malicioso, ele enterrou seu rosto na curva de meu pescoço e começou a dar leves mordidas. Eu podia sentir sua ereção latejar debaixo do short de tecido fino em contato com minha intimidade, fazendo com que eu cruzasse minhas pernas em sua cintura, puxando-o mais para perto. Ele então subiu uma de suas mãos pela parte interna da minha coxa, chegando até meu clitóris, massageando de leve e fazendo círculos.
Eu pude sentir que eu iria tocar o céu e que nunca, em minha vida, eu poderia ofegar tanto. O ar parecia me faltar toda vez que ele aumentava e diminuía os movimentos, enquanto eu soltava palavras obscenas em seu ouvido, palavras que eu jurei nunca nem ao menos pensar em dizer.
E, como em um passe de mágica, ele deslizou dois de seus dedos para dentro de minha intimidade, indo até o fundo, fazendo com que eu estremecesse da cabeça aos pés. Ele me penetrava sem pressa fazendo com que gemidos de reprovação saíssem de minha boca. Comecei então a fazer movimentos para frente e para trás com meus quadris, fazendo seus dedos penetrarem mais fundo e mais rápido, fazendo gemidos saírem de minha garganta cada vez mais alto. Ele então aumentou a intensidade de seus movimentos acompanhando os movimentos de meus quadris, sussurrando palavras maliciosas em meu ouvido.
Sorri deixando que minha boca fosse levada até sua orelha lambendo-a por inteiro, e levei então minha boca em direção ao seu pescoço, começando a dar mordidas enquanto sentia seus dedos fazerem movimentos circulares, diminuindo o ritmo. Sua boca desceu por todo o meu colo, chegando até meu biquíni, afastando-o com a mão livre, mostrando, assim, meu seio que estava excitado e se encontrava com o mamilo duro. Sua boca então começou a sugá-lo fazendo movimento circulares com a língua em volta do bico. Ele sugava meu seio enquanto me penetrava mais rápido, enquanto os gemidos começavam a ficar mais altos e mais intensos.
E então ele deu uma última sugada e uma mordida antes de descer sua boca por toda a minha barriga até chegar a minha intimidade, a qual seus dedos haviam acabado de abandonar. Suas mãos afastaram de novo minhas pernas deixando minha intimidade exposta outra vez e seguraram meu quadril enquanto sua língua tomava conta de novo de minha intimidade, fazendo movimentos circulares. Meu corpo todo se encontrava quente e eu podia sentir que meu ar faltava novamente, fazendo com que os gemidos que se formavam em minha garganta ficarem cada vez mais alto. E, quando eu menos esperei, eu senti todo o meu corpo relaxar de uma forma que nunca fez antes. Abri os olhos e o vi se levantando para ficar em minha altura, olhando em meus olhos. O que eu havia acabado de fazer?
E antes mesmo que ele pudesse pensar em fazer mais alguma coisa, minha mão voou na sua cara, acertando em cheio sua bochecha. Levantei-me depressa, me enrolando na toalha e saindo do terraço.
Entrei em meu apartamento ofegante, girando a chave na porta duas vezes para me certificar que eu estava bem segura. O que diabos acabou de acontecer?, pensei andando de um lado por outro. Eu só podia está ficando louca. Eu provavelmente tinha perdido toda a noção do que era certo e do que era errado para deixar com que ele fizesse isso comigo.
O telefone começou a tocar interrompendo meus pensamentos.
- O que é? - Falei logo quando atendi.
- Que isso, Alana? - Escutei a voz do Marcus do outro lado da linha. - O que aconteceu?
- Nada. Apenas o odioso do seu vizinho acabou de me dar um dos melhores orgasmos da minha vida só usando a língua, coisa que o James não sabia fazer nem usando o pênis. - Coloquei a mão na boca quando o escutei gritar do outro lado da linha.
- Eu não acredito. Você acabou de pegar meu vizinho que você odeia tanto?
- Tecnicamente, ele que me pegou.
- E pegou de jeito, pelo o que eu vi.
- Carência, Marcus, foi só carência. Não vai acontecer outra vez.
- Alana.
- Eu tenho que ir, Marcus. Preciso tirar o cheiro desse homem odioso de mim. - Desliguei o telefone, jogando-o no sofá.
Isso nunca mais vai acontecer. É só carência. Isso vai passar. Isso não é bom para você, Alana, você já se meteu com um desse e veja como você acabou, pensei andando em direção ao meu banheiro, desejando nunca ter tido a ideia de tomar banho de piscina.

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