Capítulo XII

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Fazia um tempo que eu não dormia tão bem e acordava com um sorriso no rosto. Podia ser o fato de que pela primeira vez eu consegui dormir sem ter pesadelo ou pelo braço ao redor da minha cintura. Algo me dizia que a segunda opção era a mais provável. Abracei-me mais a ele parar ter certeza de que tudo que tinha acontecido não tinha sido apenas um sonho. Tava tudo muito bom pra ser verdade, parecia que a qualquer minuto alguém poderia me tirar tudo isso de mim e mostrar que eu não merecia ser feliz desse jeito. Mas bastou apenas um beijo na testa para que eu percebesse que não tinha como alguém tirar isso de mim e que, finalmente, ser feliz fazia parte da minha realidade.
- Bom dia. - ele disse com a voz meio rouca. Apertei meu braço ao redor da sua cintura.
- Bom dia! - respondi, não conseguindo conter o sorriso em meu rosto.
- Pensei que ainda ia te ver dormindo mais um pouco. - ele passou a mão por meu braço - Só pra ter certeza que eu não sonhei com isso.
- Você não é o único. - sentei-me na cama - Que horas são? Eu acho que Marcus pode está me procurando a essa hora.
- Ou ele pode está muito ocupado. - respondeu, se sentando pra ficar de frente pra mim.
- Você acha?
- Eu sei que Fred não perde tempo, Marcus muito menos. - ele se aproximou para dar um selinho, mas eu coloquei a mão em sua boca - Que foi?
- Acabei de acordar. Bafo. - respondi, levantando da cama. Peguei meus tênis no chão, mas antes que eu pudesse dar mais um passo, ele me puxou fazendo com que eu caísse na cama.
- Eu não ligo. - ele se deitou por cima de mim e me deu um selinho.
- Ian, Ian, Ian! - Sansa entrou no quarto como um furacão gritando fazendo com que eu empurrasse Ian e ele caísse deitado na cama - A Alana desa... - a voz de Sansa desapareceu no momento que ela me viu sentada na cama - ...pareceu.
- Eu sabia! - Marcus apareceu atrás de Sansa - Você está me devendo duas garrafas de champanhe. - a cara de Marcus com aquele sorriso vitorioso nos lábios fez com que minhas bochechas queimarem.
- Eu pensei que eles estariam no quarto das videiras, é bem mais romântico.
- E esses dois são românticos? Querida, o que esses dois tem é pressa.
- Marcus! - Ian o repreendeu, mas como Marcus era Marcus, ele apenas deu de ombros.
- Parou a palhaçada né. - falei me levantando - Vocês não tem que fazer qualquer outra coisa não? Tomar café ou um banho ou talvez um pouco de vergonha na cara? - falei, olhando para Marcus.
- Não está mais aqui quem falou. - Marcus levantou as mãos - Vamos Sansa, deixa esses dois chatos ai. - Marcus segurou Sansa pelos ombros e a conduziu pra fora do quarto.
- Não se preocupe, Sansa já me encontrou em situações mais embaraçosas.
- Ian! - falei, dando um tapa em seu braço. Ele segurou minha cintura, me puxando pra perto.
- Vamos sair, tomar um café.
- E Sansa?
- Aposto que Marcus e Fred podem cuidar dela.
- Eu falo com Marcus então.
- Eu vou te esperar lá embaixo. - ele me deu um selinho antes que eu saísse pela porta. Encostei-me na mesma não deixando um sorriso escapar de meus lábios.
- Parece que a noite foi boa. - deixei meus tênis cair no chão olhando para o lado.
- Marcus! - falei, pegado meus tênis - Quer me matar do coração?
- Se o nosso vizinho não matou, não sou eu que vou matar. - ele cruzou os braços e me seguiu até o quarto - E aí, como foi a noite de vocês? Vocês fizeram as pazes?
- Estamos trabalhando nisso. - respondi, jogando uma roupa em cima da cama - Preciso que você fique com Sansa hoje, Ian e eu vamos sair.
- Considere feito. Posso levar Fred comigo?
- Mas é claro. Eu ia sugerir isso. - andei em direção ao banheiro, porém voltei no mesmo instante - Posso confessar uma coisa?
- Tenho certeza que já sei o que é, mas fala.
- Eu nunca me senti desse jeito. - falei me sentando ao seu lado - Eu não consigo parar de sorrir, minhas bochechas já estão doloridas. E meu coração, eu acho que tem chances de explodir a qualquer momento.
- Você está apaixonada! - ele beijou o topo da minha cabeça - Você merece, Alana.
- Mereço mesmo? - perguntei, olhando para ele - De verdade? Porque às vezes eu acho que eu estou predestinada a viver na miséria.
- Esse papo outra vez?
- Você sabe, não é fácil.
- Mas deveria. Eu já te disse que pare com essa mania de se martirizar e de culpar.
- Gostaria que fosse fácil assim. É bem mais fácil falar do que fazer. - me levantei - Acho que vou contar o que eu fiz pra ele.
- Alana, pelo amor de Deus, será que você não se permite ser feliz por um momento?
- E você quer que eu faça o que? Esconda dele pra sempre?
- Não. - ele se levantou - Oh minha rainha, deixa as coisas fluírem naturalmente, aproveita esse momento e depois você conta pra ele.
- Você acha?
- Sim! Poxa, se permite ser feliz um pouco antes de voltar a se culpar por algo que não é sua culpa. - ele me abraçou.
- Você sabe que foi. - me soltei dele - Agora deixa eu ir la porque tenho um encontro com o garanhão do 701.

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