CAPÍTULO 1 - O INÍCIO DE TUDO.

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Pov Autora
Sedona, Arizona - 03:25 AM
Alguns dias antes.

Arizona. Uma cidade pacata e pouco habitada com cerca de 9 mil habitantes, criminalidade baixa e assassinatos quase inexistentes facilitando a vida profissional da xerife Lalisa Manoban e seu companheiro Kunpimook Bhuwakul.

Porém, certa vez enquanto estava em uma missão de perseguição contra bandidos que roubaram o banco da cidade com troca de tiros e luta de corpo a corpo, a mulher consequentemente foi atingida por uma barra de ferro desferida em sua cabeça ocasionando em um trauma cerebral que a fez ficar em coma por dois longos meses. No início foi um tanto quanto complicado para Kunpimook estar no comando da delegacia tão repentinamente, o homem não largou de visitar Lalisa nem por um dia sequer e não por que ambos pareciam envolvidos romanticamente mas sim pelo simples fato de que eram amigos a bastante tempo e Lalisa é uma mulher sozinha.

Acontece que a mesma não tem amigos e nem família além do seu melhor amigo e companheiro, os pais morreram quando ela ainda era pequena daí por diante foi criada por seus avós que faleceram a dois anos atrás. Sendo assim, Lalisa é uma mulher solitária, impaciente, nada afetuosa e nem um pouco saudosa, Kunpimook a chama de "sem coração" pois não procura socializar com os demais e nem tenta abrir seu coração para uma mulher.

Enquanto estava em coma com uma possível probabilidade de não acordar nunca, o mundo parecia ter virado literalmente de cabeça para baixo. Algum vírus incomum e totalmente desconhecido dominou os Estados Unidos de maneira assustadora.

Kunpimook Bhuwakul estava em mais um dia comum e sem graça na delegacia quando de repente passou a ouvir gritos e tumultos fora do local e fora de sua sala. Espiando pela brecha da cortina roliça o homem notou que algo de muito errado estava acontecendo pois observou claramente que pessoas corriam de um lado para o outro com semblantes apavorados, veículos eram atacados e abandonados na mesmice da avenida, corpos eram visivelmente destroçados e comidos por outras pessoas de fisionomia peculiar, olhos mortos e esbranquiçados com roupas claramente encharcadas de sangue.

Seu coração de repente passou a se contrair rapidamente, sentiu suas mãos emitirem um líquido de suor e sua boca secou. Batidas bruscas tomavam de conta da porta de sua sala e a essa altura ele já sabia que poderia ser o único sobrevivente na delegacia. Lalisa passou por sua cabeça lhe fazendo pensar que ela estava encrencada e tão no atoa, provavelmente o hospital já havia sido invadido. De fato ele não sabia ao certo o que fazer, as coisas ainda estavam turbulentas lá fora e Kunpimook não poderia sair naquele momento.

Então tudo que o rapaz se prestou a fazer foi tranquilizar a si mesmo e pensar em algo lógico para fazer, talvez ele fosse ao hospital, mas ele não saberia se seria o mais certo a se fazer levando em consideração que Lalisa poderia estar morta e que se estivesse viva ela morreria logo ou que não acordaria nunca de seu coma. Ele também estava sozinho nessa, agora era apenas ele e ele mesmo.

Kunpimook não ficaria naquela delegacia para sempre, ele precisaria sair. Então após algumas horas de vigia na janela e em silêncio para não chamar atenção dos zumbis que estavam no resto da delegacia, ele pegou a escopeta exposta na parede da sala, destrancou a porta e saiu em passos lentos e silenciosos. O odor que exalava de cadáver e carne podre lhe fez embrulhar o estômago e tampar o nariz com um de seus antebraços, haviam corpos em carne viva espalhados pelo chão, alguns com vísceras para fora e pele do rosto arrancadas.

Ele não podia acreditar no que estava vendo e no que estava acontecendo, como algo desse tipo poderia acontecer tão repentinamente e principalmente em uma cidade de poucos habitantes onde ninguém os visitava com frequência. Coisas desse tipo fazem mais sentido em cidades grandes dos Estados Unidos ou era o que o rapaz pensava a algumas horas atrás.

Haviam cerca de alguns quinze policiais na delegacia todos os dias e levando em consideração essa contagem então naquele momento Kunpimook estava cercado de quinze policiais mortos vivos famintos a espera de alguém abobado por aí. Kunpimook nunca pensou que algum dia poderia sequer encarar uma situação desastrosa nessa proporção, quer dizer, ele treinou luta e tiro ao alvo para punir assassinos e bandidos e não zumbis em algum momento de sua vida.

Então tudo que o rapaz assustado fez foi se manter calmo e quieto caminhando bem lentamente e cuidadosamente para a saída da delegacia que por sorte não era tão grande o que facilitava a sua locomoção rápida, ele passou pelo enorme escritório alcançando por fim a porta de saída do estabelecimento e lá fora ele havia de tomar outro grande susto.

Eram centenas de corpos estirados ao chão repletos de sangue e em carne viva, poças de líquido vermelho pareciam fazer parte do asfalto, o odor era a pior das situações pois embora estivesse em um espaço amplo e aberto o mal cheiro ainda era horrível. Obviamente zumbis andavam de um lado para o outro alheios de sua presença ali, pareciam bem lerdos o que ele de fato agradeceu por isso.

Caminhou para o estacionamento logo atrás da delegacia avistando algumas viaturas, ele tirou uma chave do bolso e abriu um dos carros entrando e saindo daquele bairro tão morno.

Kunpimook ainda estava aéreo sobre o que fazer e para onde ir, o rádio da viatura não parecia haver um sinal próximo ou algo assim, ele insistiu algumas vezes contato, mas não adiantava era tudo em vão. Irritado e desnorteado ele socou o volante em desespero, sua ficha caiu e ele notou que de fato estava sozinho nessa.

Ele sabia que seria perigoso frequentar o hospital naquele momento, Kunpimook poderia morrer ao tentar visitar Lalisa uma última vez antes de partir para qualquer lugar distante. Algo nele dizia para que ele não perdesse a esperança, Lalisa ainda estaria viva, ele não saberia quando ela poderia acordar, mas sabia que ela deveria estar protegida até que esse momento finalmente chegasse.

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APOCALIPSE, A EXTINÇÃO - JENLISA, G!POù les histoires vivent. Découvrez maintenant