CAPÍTULO 5 - CAMINHADA

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Lalisa Manoban
Norte de Los Angeles, 05:12 PM.

De fato eu não tinha noção de por quanto tempo eu estava dirigindo, também não sabia que horas marcava porém eu sabia que parecia ficar tarde levando em consideração que o sol escaldante de horas atrás estava bem mais morno se pondo bem ao nosso lado nos presenteando com um magnífico por-do-sol.

Eu sentia minha pele arder bem menos que mais cedo, mas eu ainda parecia um camarão assim como Kim Taehyung que tinha seus braços bem vermelhos e seu rosto deixando evidente os seus olhos castanhos claros, ele parecia até meio engraçado do meu ponto de vista. Tínhamos sede pois o único gole de água que restava na garrafa o infeliz sentado ao meu lado havia deixado cair da mochila quando corremos para o carro.

Minha aflição aumentava gradativamente pois olhava de segundo em segundo para o painel do carro que marcava a gasolina na reserva, ele não andaria por muito tempo e eu não sabia onde poderia haver outro posto de gasolina. Tudo que tínhamos ao nosso redor era árvores e estradinhas de terra. Me sentia incrivelmente perdida e receosa e a julgar a feição e o silêncio do rapaz sentado ao meu lado então tirei a conclusão de que ele também estava tão nervoso e receoso como eu.

Ainda conseguimos percorrer alguns quilômetros mesmo com a gasolina na reserva, mas fiquei irritada quando o mesmo estancou. Xinguei e bati diversas vezes no volante sob o olhar nervoso de Taehyung que parecia querer falar algo, mas ao mesmo tempo continha alguma fala ao me ver tão nervosa e irritada.

- Porra, porra, porra! Óbvio que essa merda tinha que acabar justo agora — eu disse irritada socando o volante.

Eu abri a porta do carro e desci chutando o pneu e esmurrando o capô do carro não conseguindo conter a minha respiração acelerada. Ouvi o ruído da porta abrindo e não ousei olhar na direção do rapaz, seus passos cessaram e eu levantei a cabeça para olhar em sua direção notando que ele estava encostado no carro de braços cruzados analisando seus pés em um tênis preto.

Agradeci imensamente por seu silêncio ou eu seria capaz de surtar e lhe mandar pra casa do caralho, admito que muitas das vezes eu conseguia ser bem rude e um tanto quanto explosiva. Eu era incapaz de conseguir controlar minhas emoções na maioria das vezes. Eu tinha sérios problemas com relação a raiva, inclusive fiz terapia, mas parece que não adiantou muita coisa.

Respirei fundo procurando buscar um pouco de sabedoria e passei a mão no meu cabelo olhando para todos os lados. Taehyung permanecia na mesma posição e aquilo voltou a me irritar pois ele parecia tranquilo demais.

- Taehyung! — chamei pelo rapaz que me olhou no mesmo segundo — vamos! nós não podemos parar agora — eu disse começando a caminhar na direção que seguiamos antes.

O homem nada disse e apenas colocou-se a caminhar ao meu lado ainda em silêncio. Não sei por quanto tempo teríamos que andar, mas eu só pararia quando encontrasse sinalizações militares. Não sei se Taehyung pensava o mesmo, mas por mim não faz diferença pois se ele resolvesse desistir então ele ficaria sozinho.

...

Minhas pernas doíam assim como meus pés, eu estava suada e cansada. Mas ainda assim fui incapaz de diminuir o meu ritmo, eu tinha uma sensação boa que logo logo nós encontrariamos ajuda isso se a informação que o rapaz havia me dado estivesse certa. Taehyung caminhava um pouco mais atrás de mim, não tão perto e não tão longe, ele estava visivelmente cansado.

Estava escuro pois era noite a única iluminação que tínhamos era da lua que brilhava intensamente. Ao contrário de mim Taehyung parecia sentir frio levando em consideração que abraçava o próprio corpo e eu estava apenas de camisa e calça já que eu tinha desistido de usar a minha jaqueta deixando-a pendurada em meu ombro.

- Lalisa, nós podemos por favor parar um pouco e descansar as pernas? — ele indagou.

- Não, se você não quiser morrer então continue andando - eu respondi ríspida não parando para olha-lo.

- Vamos lá, será que você pode ser um pouco menos egoísta. Acho que vamos morrer se continuarmos nessa sem descanso e nem um pingo de água - ele disse e eu suspirei parando para olhar em sua direção.

- Se você tivesse tido um pouco mais de cuidado, talvez agora nós tivéssemos água - eu respondi chateada.

- Eu sinto muito, me desculpa por isso - ele disse abaixando a cabeça.

- Não tenho tempo para ouvir suas desculpas, se quiser sentar e descansar então fique sozinho enquanto eu sigo o meu trajeto assim não tenho ninguém para me atrapalhar - eu respondi voltando a caminhar.

- Você é uma egoísta de merda e ingrata - ele disse e eu parei de caminhar apertando os meus pulsos e me virando para ele.

- Eu já agradeci você por ter salvado a minha vida, não espere que eu beije seus pés e estenda um tapete vermelho para você - eu respondi encarando seu rosto irritado.

- Não preciso que faça isso, só queria que você fosse um pouco menos egoísta - ele disse cruzando os braços.

- Eu pouco me importo com o que você acha e se você me acha tão egoísta então por que ainda tá aqui discutindo comigo? Só faça logo o que você quiser, eu não ligo - eu respondi recebendo como resposta o seu silêncio.

Após alguns segundos eu voltei a caminhar relaxando meus pulsos cerrados. Eu estava realmente irritada e ouvir a voz de Taehyung falando disparates me deixava ainda mais chateada. Eu realmente não pensava em descansar, eu estou disposta a continuar e descansar somente quando eu achar seguro para tal coisa.

Para mim é totalmente idiota pensar em descansar quando estamos totalmente vulneráveis a qualquer risco, eu não pretendo virar comida de zumbis, mas se para ele tudo bem ele ser uma dessas coisas então eu não me importo.

Jurando que eu estaria sozinha de agora em diante e que o idiota realmente sentou-se embaixo de uma árvore e fechou seus malditos olhos, ele surgiu ao meu lado acompanhando os meus passos. No fim, talvez ele não seja tão burro ou talvez seja medroso o suficiente para pensar em ficar sozinho.

Ele suspirou ao meu lado e fitou brevemente o chão antes de olhar para frente.

Ainda tínhamos um longo caminho para percorrer a pé e eu só pedia em silêncio para que não estivéssemos nos esforçando atoa.

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APOCALIPSE, A EXTINÇÃO - JENLISA, G!Pजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें