CAPÍTULO 19 - O RESGATE

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Point Of View Lalisa Manobal.
Sudoeste de Los Angeles ↪ Texas, 8:40 PM.

Estava escuro e silêncioso lá fora, o único alvoroço que eu ouvia era referente ao vento que ecoava de fora para dentro da pequena caverna que eu havia encontrado enquanto procurava por um lugar seguro e quente que eu pudesse passar a noite. Por sorte eu sabia muito bem como fazer fogo com gravetos e folhas secas então eu estava sentada sob as pernas próxima ao fogo para me manter aquecida e longe de uma hipotermia e resfriado, mas eu estava com fome porque durante o dia inteiro eu não tinha conseguido comer qualquer coisa que fosse o meu estômago reclamava.

Começava a pensar em coisas ruins como; eu iria conseguir? eu ficaria viva? aguento chegar até lá quase congelando e com fome além de costelas possivelmente fraturadas? será possível eu estar desejando demais?, em certos momentos eu até ficava chateada comigo mesma por pensar tão pequeno com relação a mim mesmo, eu estou praticamente desmerecendo os meus esforços mas durante o percurso eu pensei várias vezes em desistir e entregar-me a morte no entanto algo dentro de mim mais forte que meu pensamento de derrota me faz querer continuar.

"Eu estaria bem melhor se aquela explosão tivesse me matado... - disse para mim mesma suspirando cansada e derrotada.

Ouvi meu estômago reclamar de novo e suspirei outra vez sentindo dor em minhas costelas, me deitei com um calma e encarei as pedras da caverna quase escuras. Não me restava fazer nada além de dormir para esquecer que estou com fome.

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Acordei na manhã seguinte ouvindo os pássaros cantarem ao redor da caverna que ecoava diretamente para dentro, o fogo já estava no fim então me movi ficando sentada outra vez. Eu tinha que seguir adianta embora me sentisse exausta, com fome e com dor. Quando me levantei e saí sem muito ânimo e divagar da caverna encarei aos meus pés um passarinho morto, enquanto voava ele provavelmente deveria ter se chocado contra a parede da caverna, a princípio fiquei meio chateada e entristecida por ele mas depois comecei a pensar que seu destino talvez tivesse que ser esse para que eu enfim pudesse me alimentar da pouca carne que ele me proporcionaria.

Após pegá-lo e arrancar suas penas amareladas eu refiz a fogueira como na noite anterior e espetei a carne em gravetos mais grossos enquanto ia girando em cima da fogueira com apoio de outros dois gravetos enterrados, esperei pacientemente até que ele estivesse no ponto então assim que a carne parecia dourada o suficiente eu o comi com toda a fome que sentia tirando pedaços desesperadamente mastigando com rapidez e vontade. Não tinha qualquer tempero sequer, mas quando estamos com fome nós comemos com tanta insaciedade que ao meu ver mesmo sem sal a carne estava deliciosa, claro que aquele minúsculo passarinho não me encheria como deveria, mas já era alguma coisa e eu podia enganar o meu estômago por enquanto.

Depois de estar meio satisfeita eu tive a idéia de usar uma pedra para raspar a ponta de um dos gravetos mais grossos com o objetivo de fazer uma lança o que deu muito certo já que eu poderia usá-la para me defender de zumbis e caçar.

Retomei o percurso para o Texas e eu não via a hora de finalmente chegar lá, eu precisava ser rápida porque embora eu pense que estão seguros lá ainda assim tenho pressentimentos estranhos em relação ao acampamento e também me sinto solitária e perdida mesmo que algum tempo atrás eu tenha cogitado a idéia de seguir o meu caminho sozinha, mas depois de conviver algum tempo com o grupo eu percebi que o meu lugar é junto com eles.

No momento eu carregava apenas um objeto; uma lança improvisada para o caso de me defender ou caçar, eu torcia também para logo encontrar alguma parte do riacho que eu havia visto ontem para beber um pouco de água porque eu já começava a me sentir desidratada embora eu estivesse alimentada, pena que não tenho como carregar um pouco de água comigo.

APOCALIPSE, A EXTINÇÃO - JENLISA, G!PWhere stories live. Discover now