19 - LEONARDO

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Trilha sonora: Broken Ones - Jacquie Lee

"A recordação da felicidade já não é felicidade; A recordação da dor ainda é dor."

—-George Lord Byron

No momento eu não sei o que pensar. Não há possibilidade dela não ser minha irmã. Tento pensar em diversas possíveis justificativas para a verdade. A noite carregada de lindas estrelas, mas depois carregada de uma neblina horrível. O frio de onde me encontrava fazia-me sentir acuado e agarrado com qualquer objeto que permitisse alguma emissão de calor.

A noite fria se passara rápido. Passei a noite toda pensando no bilhete, observando-o. Pedindo para que apareça algum detalhe, ou algo me desse alguma explicação perpétua e concreta. A noite que fora acompanhada de hinos, imagens de tributos mortos e o sentimento de alívio, o alívio de saber que meus aliados estão vivos. Sadie, Sohan e Giulia, jovens tributos que estão lutando para sobreviver a cada instante. Se eu tive que enfrentar aquela criatura rápida e estranha, o que esperava por eles?

O próximo dia já teve seu início. Pelas as minhas contas já era para estar claro, mas infelizmente não é isso que ocorre. Uma noite se passara, e consegui a sobreviver a muita coisa. Mas sei que na arena, o próximo dia é ainda pior do que o anterior. Como um pão e saio à procura de alguma coisa que me possa ajudar a me manter forte o bastante e assim conseguir sobreviver os malefícios dessa desastrosa arena. As minhas feridas já se encontram num ótimo estado regenerativo e reestruturante, graças ao kit médico que me fora entregue.

Pensei em diversos lugares que eu poderia me esconder, ou melhor, sobreviver, e então eu tive uma ideia. A mansão fora toda destruída, assim como qualquer coisa que estivesse lá dentro, assim com o amplo espaço destruído nenhum tributo iria para lá, pois estariam vulneráveis. Aqui de um jeito ou de outro estou em risco de morte, então resolvi me arriscar, seguindo o meu plano, implorando para que ninguém tivesse esse mesmo pensamento. A noite continua fria e escura como sempre, a neblina tampa totalmente a luz da lua, fazendo com que fique quase impossível conseguir enxergar algo. Escuto um barulho vindo de alguma direção à minha direita. As batidas inconstantes de meu coração informavam-me que o medo tinha acabado de tomar conta de mim. Tento respirar sem fazer barulho algum. De repente algo pula em cima de mim, fazendo-me cair num chão áspero coberto de pequenos objetos pontiagudos, que não consigo identificar graças a falta de luz. Pego a minha espada e acerto na pessoa ou algo que pulou em cima de mim. Ela grita. É uma tributo. Ela enfia algo na minha barriga, pelo tamanho parecia ser uma faca. A dor é tamanha, e sabia que precisaria sair dali o mais rápido possível. Só tinha um problema, o único jeito é matando-a. Um raio desce do céu. Fazendo com que eu tenha a visão possível para arrancar a cabeça dela fora. Pego a espada e faço o golpe certeiro, decapitando-a. De repente vejo o rosto de Giulia invés da garota. Isso me fez ficar espantado por completo. Pego o isqueiro e acendo para melhorar a minha visão.

Estou vivo, mas ferido. Enquanto caminho pego alguns curativos para ajudar a ferida da facada melhorar. A última coisa que quero é uma infecção, então paro por alguns minutos para fazer um curativo bem caprichado. Depois de ter feito tudo que podia algo surpreendente me assusta. De repente tudo ao meu redor desmorona num longo buraco. Antes de cair tento olhar ao redor e vejo a mansão. Tinha chegado ao meu destino, mas infelizmente me trouxe a uma destemida e incrédula armadilha.

A queda foi de poucos metros. Minhas pernas conseguiram absorver o impacto, mas fizeram com que uma dor insuportável tomasse conta de mim. Já não bastava a ferida e agora isso? Ando com dificuldade à procura de algo que nem sei o que é. Pelo menos algo que me ajude a sair dali de baixo. Um cheiro de álcool e formol atinge as pequenas frestas de meu nariz. Através de uma luz vinda de algum aparelho eletrônico à minha direita consigo me guiar através da escuridão. Várias mesas cheias de frascos feitos de vidro se manifestam no local. Logo concluo que estou num laboratório meio que abandonado. Ao chegar perto de onde a luz se manifestava vejo o computador gigante ligado com uma contagem regressiva, acompanhada de uma palavra.

"00:58:34

AUTODESTRUIÇÃO."



Corro até o computador. A dor das minhas pernas impregnava minha mente. Após tentar digitar alguns botões algo apareceu na tela me indicando que deveria responder perguntas o mais rápido possível. Se não já era. A contagem regressiva aparece no canto da tela, me fazendo a ficar nervoso a cada instante. A primeira pergunta aparece na tela:

"Qual o Distrito de origem de Werica Vellut?"



Seria difícil tributos que viveram afastados nos outros distritos saberem disso. Mas como fui criado na capital, tenho as informações necessárias. Sempre assistia televisão, nas noites quando morava na capital, e lembro que tinha uma empregada que falou que a nossa famosa Werica foi uma vencedora. E ela era do distrito 11.

Rapidamente digito no computador a resposta correta. E logo outra pergunta parece manchando a tela com milhares de letras que correspondiam á uma resposta única. O que será que irá acontecer se eu errar a pergunta? Não quero nem tentar.

"Com quantos anos Werica Vellut foi sorteada para os Jogos Vorazes?"

Tentava me lembrar mas era quase impossível. Como eu conseguiria essa resposta? E foi então que me lembrei de algo. Lembrei que eles falaram que ela foi muito forte pra idade dela então ela devia ter pelo menos por volta de 12 a 14 anos. Depois de pensar em algumas opções decidi arriscar no 13. Digitei a resposta, e logo eles emitiram um sinal vermelho informando que a resposta esta incorreta.

Algo cai do buraco e eu escuto o barulho. Será mais um tributo ou algum bestante? De repente 2 criaturas com cérebro exposto, unhas enormes e com uma língua gigante aparece. O medo começa a me corromper. O coração batendo rápido, mãos tremendo e meu rosto travado remetia a transmitir o medo que eu sentia. Pego alguns frascos de vidro com algum líquido estranho e logo jogo em direção à eles. Pelo jeito aquilo era algo parecido com ácido, pois eles gritavam de um jeito descomunal. Eu precisava continuar e então que eu digitei outra resposta: 14 anos. Resposta correta e de repente outra pergunta aparecia:

"Em quanto tempo o Presidente Phräm Morris ficou no poder?"

Essa era fácil, eu era um ótimo aluno de história na escola, assim eu conseguiria saber de tudo sobre os antigos presidentes de Panem. Principalmente eu que morava com o perverso e malvado atual presidente. 4 anos. Resposta correta. 

A criatura agora havia se reerguido e estava preste a partir pra cima de mim. Pego minhas 2 faquinhas e então atiro-as bem no cérebro deles, com o objetivo de paralisá-lo e interceptá-lo. Quando viro para o computador outra pergunta estampava na tela, junto ao lado a contagem regressiva que estava cada vez menor.

"Qual o presidente antecedente de Phräm Morris?

00:00:55"



Essa era fácil era o Charles Phared. Um dos primeiros presidentes da grande nação destruidora de sonhos. Resposta correta. O monstro logo já estava prestes a me atacar, quando entro na pequena e estreita porta que acabara de se abrir ao meu lado. Corro com muita dificuldade, tentando ser o mais rápido possível, pois aquele lugar estava prestes a explodir e a ultima coisa que quero é eu explodindo.

Nunca vi tamanha felicidade quando consegui chegar ao topo. Por incrível que pareça a porta me transportou para longe de lá, bem longe mesmo. A expandida paisagem de explosão e destruição aparece ao norte. Sento ao chão aliviado. Pego o que resta do kit médico e uso para cuidar dos meus ferimentos. Mas infelizmente meus pés vão ficar doloridos por mais tempo.

Um barulho logo chama minha atenção. Ligo o isqueiro para ver o que está acontecendo até que vejo alguém. Sadie. Está sendo dilacerada por uma criatura horrenda. O canhão soa. Não quero essa coosa atrás de mim e para não chamar atenção logo apago o isqueiro e me escondo em alguns pinheiros. Sadie, uma garota super determinada, engraçada e forte acabara de morrer. E Snow pagará por todas essas mortes. Ele pagará por tudo que ele fez.





Distrito 9. O recomeço do inevitável.Where stories live. Discover now