Distrito 9. O recomeço do inevitável.

13 - LEONARDO

"Acreditamos ficar tristes pela morte de uma pessoa, quando na verdade é apenas a morte que nos impressiona."
- Gabriel Meilhan

" Se caso você tentar algo seus pais e seu irmãozinho serão mortos." Essa frase não conseguia sair de minha cabeça. Estava deitado em minha cama em prantos. Acabara de conhecer meu verdadeiro pai e agora ele está sendo ameaçado de morte. Porque por onde eu ando só trago morte? " Morte ", porque você me persegue? Como se livrar de você?

A morte pode ter um certo domínio em nossa vida, mas é nosso papel fazer com que esse domínio não ultrapasse limites para assim nós não acabarmos morrendo na arena. Passo algumas horas chorando, mas logo adormeço entre enorme travesseiros. "Pai, sobreviva", o meu último pensamento desse longo e quase inacabável dia.

A manhã teve início. Pequenos raios cintilantes e quentes atravessavam as pequenas brechas da janela. Acordo meio traumatizado e encaro com cabeça erguida um novo longo dia. Tomo um banho frio e logo relaxo um pouco. A cada segundo tentava fazer com que lembranças ruins não viessem em minha mente. Pode até ser difícil, mas preciso.

Ao me enxugar coloquei uma camiseta preta e um short branco, não para me preparar para morte e sim para o café da manhã.

Quando saí do meu quarto fui em direção a mesa que sentamos todos os dias para desfrutar uma das maravilhas desse mundo : a comida. Apenas Giulia e Bruna permanecia sentadas a mesa. A mulher, que nos trouxe e disse nossos nomes na colheita só aparece as vezes, então como sempre ela não estava presente. Dessa vez a atenção delas não estava para a mesa, mas sim para a televisão.

- Senhoras e senhores, hoje será o grande casamento de Janicy Vellut e contaremos com a presença de todos os tributos e todos os mentores pois após a festa do casamento serão realizadas as entrevistas dos tributos. Isso ae pessoal e serão disponibilizadas para vocês ao vivo. - Dizia o apresentador.

- Não preciso dizer agora o que vocês vão fazer. Se preparem pois esta noite será inesquecível. - Dizia Bruna enquanto pegava uma fatia de bacon bem suculenta.

- Com certeza. - Assinto.

Abraço minha irmã e logo pego meu prato. Coloco um ovo, 2 fatias de bacon e pego duas fatias de pão e recheio elas de bastante queijo e presunto. Posso até não ser gordo, mas como muito. Comer é tão bom, porque comer demais faz mal a saúde? Era como Mary dizia "Tudo demais faz mal." Mary, outra pessoa morta por nossa culpa. Tentava afastar esses pensamentos, mas qualquer pensamento acabava me levando a eles.

A porta que fica perto de onde estou sentado logo se abre. Levo um susto mas logo me recomponho. Rony, Harry e Flávia entram com seus sorrisos nos rostos e com suas roupas bem magníficas. Rony usava uma camisa azul cintilante e uma calça esverdeada, Flávia usava uma roupa social, só que bem extravagante e Harry usava uma túnica azul bebê, junto com uma calça cinza.

- Desculpe por interrompê-los, mas preciso levar o Leonardo para algumas "sessões de moda". - Dizia Flávia.

Fui encaminhado para fora do prédio através de um ótimo elevador. Todos lá de fora ficavam me olhando, mas com o tempo me acostumei.

Ao sair do grande pátio do prédio me encaminharam para uma grande limousine preta recheada de luxo. Por dentro dela há um pequeno bar e uma televisão enorme acompanhada de videogames irados. Era tudo magnífico, até Flávia me chamar com seu olha tenso.