Distrito 9. O recomeço do inevitável.

7-THIAGO

           Capital é um lugar magnífico de se morar, mas eu e Larissa preferíamos ficar na aldeia de vitoriosos. Fazia um tempo que não víamos para cá. Gostávamos da nossa vida calma a beira do mar sentindo a brisa da paisagem aquática. O coração batia cada vez mais rápido, o desejo de tê-los ao nosso lado era ainda maior, tínhamos que encontrá-los de um modo ou de outro.

-Amor é melhor se separarmos. Assim teremos mais chances. Temos que encontrá-los logo para conseguirmos fugir com eles. Com isso, pegamos o Ricardo, que está com Lucia lá em casa, e depois desaparecemos. - Dizia para Larissa.

-Tudo bem. Quando mais rápido conseguimos mais rápido podemos vê-los. Nós vamos conseguir. - Dizia Larissa.

     Fui em direção ao prédio onde ficam os tributos. Lembro de quando era mentor, ficava aqui a cada segundo, e graças a muita determinação um dos meus tributos masculinos venceu a 9ª Edição. Mas quando consegui sair daqui minha vida deu uma melhora, tivemos o Ricardo, e a Capital parou de investigar nossa vida. Fora um alívio. Era um renascer de uma nova vida.

     Todos que estavam nas ruas me olhavam com espanto, pois eu corria de um jeito desesperador. Depois de uma longa corrida cheguei ao prédio, mas tinha um guarda que se encontrava bem na porta. Entrei pelo prédio tentando fingir em não reparar no segurança que ali se encontrara. Mas infelizmente a sorte não estava ao meu lado, e fui interceptado por ele.

- Apresente-me sea passe de autorização. - Falava o guarda.

-Ah desculpe, acabei esquecendo. Não se lembra de mim? Thiago, vencedor, dois filhos roubados? - Falava para ele.

-O senhor não tem autorização para passar. Não importa quem o senhor seja, se você passar terei que te matar. - Afirmava ele num tom ameaçador.

   Retirei-me com raiva – bem que ele podia ter autorizado a minha entrada, se eu estivesse com um tridente aqui...- e então lembrei de um amigo meu que com certeza me ajudaria. Fui correndo para a casa dele, ele era meu vizinho, e a sorte era que eu morava perto de onde eu estava. Ao chegar observei a casa onde anos atrás eu freqüentava. Era uma casa enorme, com paredes todas revestidas de pedras brilhosas e esculpidas. O cara era realmente um gênio e poderia me ajudar á falar, ou melhor, conseguir entrar no prédio.

     Ao chegar lá fui receptado com toda a graça e alegria, não queria muita conversa e sim um modo de conseguir completar meu objetivo, que será bom para todos da nossa família.

-Thiago, você por aqui? Venha cá, pode entrar. - Falava Bread enquanto abria a porta.

-Bread, preciso de sua ajuda. O mais rápido possível. - Falava enquanto sentava no sofá que era bem confortável.

-Diga meu amigo. Farei tudo que puder.

- Consegui achar meus filhos, eles estão participando dos jogos desse ano como tributos do distrito 9. Quero se comunicar com eles para que possamos fazer alguma coisa.

-Nossa. Não tenho como te colocar lá dentro, mas posso conseguir um telefonema. É o máximo que consigo, a segurança daquele prédio é quase impenetrável.

-Obrigado mesmo, Bread. Mas tente ser o mais rápido possível, por favor.

-Tudo bem. - Dizia ele enquanto ia em direção aos computadores.

    Depois de algumas horas de espera finalmente ele conseguiu. Já havia ligado para Larissa, dizendo que estava tudo bem e que ela deveria ir dormir em um hotel. Já estava cansado de esperar, não conseguia relaxar, só pensava em onde eles viveram todos esses anos, todo o sofrimento de não ter seus pais por perto.

- Consegui, não sei o porquê do quarto do Distrito 9 ser o mais difícil de se comunicar, mas mesmo assim consegui. - Dizia ele enquanto entregava o papel com o número.

   Algo atravessou a janela fazendo um barulho descomunal. Um disparo veio de fora e acabara de acertar a cabeça de Bread. O papel havia caído e desaparecido. De repente pacificadores começaram a entrar na casa procurando por mim. Pelo jeito eles sabiam que eu estava ali, e estão fazendo de tudo para que eu não consiga falar com meus filhos. Será que a capital está por trás disso?