He Was Pride, I Was Just Me - Seo Yul/Jang Muni

.06.

É hoje! É hoje e é agora!
Eu andava de um lado para o outro á porta do balneário masculino da arena de treinos de Songrim, esperava Yul para finalmente contar sobre a gravidez. As minhas mãos suavam e eu não conseguia parar quieta, o nervosismo era imenso. Pouco tempo depois, vejo Seo chegar. Ele vinha distraído olhando para o chão, mas assim que seus olhos batem em mim, ele para de andar, o garoto parece pensar por uns segundos e então avança na minha direção. O meu nervosismo começa a aumentar e minhas mãos tremem, então as coloco juntas na minha frente tentando parecer descontraída.

Yul: Dang-gu não vem hoje, tem umas coisas pra fazer. (Diz simples. Abro a boca para falar, mas nada sai...nada. Como nada sai da minha boca, Yul começa a avançar, passando por mim e entra no balneário. Penso em ir embora, mas não consigo, ainda com a decisão de contar tudo e juntando coragem entro no balneário, porém a imagem que tenho, não é nada boa. Seo Yul estava apoiado numa pia com a mão no coração e gemendo de dor. Algo estava errado. Corro até ele o segurando, tentando- o ajudar pelo menos a ficar em pé, o que parece funcionar já que em cerca de segundos o mais alto se acalma e me olha) como fez isso? (O olhei confusa)

Muni: fiz o que? (Ele me inspecionava de cima a baixo, talvez procurando algo diferente em mim, então escondo a minha barriga com os braços na frente dela) fiz o que? (Repito)

Yul: você retirou a minha dor com a sua energia...isso é praticamente impossível de se fazer, como fez? Você não tem esse nível de energia...

Muni: eu não fiz nada. (Digo confusa)

Yul: você fez e nem se apercebeu? Como isso é possível? (Pergunta mais pra si do que pra mim. Começo a pensar e então me lembro...o bebé. Será que foi ele? Não...isso é impossível, é necessário ter muita energia para que isso aconteça, e o portal dele nem está aberto, e talvez nem criado.) vamos ver o Mestre Heo Yeom, ele pode te analisar e ver como você fez isso. (Ele pega em meu braço pra me levar mas eu o puxo para que ele o largue, o que acaba por acontecer.)

Muni: o que pensa que ta fazendo? Eu não vou a lugar algum com você.

Yul: Jang Muni (ele me chama pelo nome completo...ele nunca me chama assim, a última vez que o fez, foi numa discussão nossa. Estávamos discutindo?) eu preciso saber o que você fez, eu realmente preciso.

Muni: é, mas eu não fiz nada, já pensou que a dor pode simplesmente ter passado? Aliás, se tá doente, quem deveria ir no Mestre Yeom é você, não eu. (Ele parece se sentir derrotado já que suspira e cruza os braços)

Yul: só não contra pra ninguém. Não quero que saibam que estou doente

Muni: sinceramente, dá pra notar só de olhar pra você. O seu aspeto não é o mais saudável.

Yul: tá, só não conta do mesmo jeito.

Muni: tudo bem, como queira.

Yul: então o que você quer?

Muni: o que eu quero? (O mesmo descruza os braços e se aproxima um pouco)

Yul: você entrou aqui mesmo sabendo que Dang-gu não estava, então vou assumir que veio mesmo pra me ver a mim. O que quer?

Muni: ah...é, eu...(começo a brincar com as minhas mãos nervosa, é agora.) eu preciso te contar algo...(ele me olha atento) então, é que...você lembra...(sou interrompida pela porta se abrindo, então rapidamente sou puxada para trás de uma cortina. Seo Yul estava encostado na parede atrás de si e eu estava na sua frente. Estávamos demasiado próximos, a última vez que isso aconteceu, foi quando passeámos por Songrim minutos antes do ataque da Naksu. Olho pra cima encontrando o seu olhar castanho em mim, então desvio o olhar para o lado. Vários homens tinham entrado no balneário e estavam retirando suas roupas. Yul repara e nos vira para me tapar a visão, então o olho. Ele me olhava pensativo, seu nariz estava quase tocando no meu. Não deveria, mas meu coração acelerou, isso já não devia acontecer, terminámos há 4 meses, não posso ainda conter sentimentos por ele. Reparo que os homens saíram, então rapidamente me esquivo por baixo do seu braço e corro até a saída, onde bati contra alguém.) peço desculpa (nem espero ele dizer nada, apenas continuo correndo, mas mesmo longe ainda o ouço soltar um)

Xxx: tudo...bem (Mas apenas continuei correndo até chegar em casa. Já era de noite, então as ruas estavam desertas. Assim que entro começo a procurar Jang Uk. Vou até ao escritório, porém como ele não estava, vou até o seu quarto. Ele olhava para Bu-yeon deitada na cama dele, mas ela não parecia muito bem, seus lábios estavam roxos e sua pele um pouco mais pálida que o normal.)

Muni: o que aconteceu? (Pergunto ofegante, ele me olha, e então volta o olhar pra ela)

Uk: foi atacada por um monstro aquático, não sei bem qual, terei que investigar...peça para que ponham um braseiro em seu quarto...vai fazer frio hoje. (eu sabia o que meu irmão passava com os espíritos das almas que ele matava. Não o queria deixar sozinho nessa noite)

Muni: ela está bem? (Ele me olha novamente)

Uk: irá ficar, não se preocupe...esteve correndo?

Muni: longa história...(não podia falar sobre isso com Jang Uk, na verdade, não podia falar com ninguém. Yul me pediu sigilo total da sua doença, e eu não sou ninguém para espalhar que ele está doente, então terei que descobrir o que aconteceu naquele balneário sozinha.) o que acha de eu te fazer companhia hoje? (Ele rapidamente nega)

Uk: não! Não quero você perto da porta do meu escritório nessa noite! Você tem que descansar, ta grávida de 4 meses e teve correndo, onde já se viu gravida correndo? Você é louca

Muni: você ficaria surpreso pela quantidade de grávidas que corre, aliás, o Mestre Heo que mandou fazer exercício! O que acha de amanhã treinarmos com espadas artificiais? (Meu irmão da um pequeno sorriso)

Uk: não vou pegar leve só porque está grávida (eu sorrio de volta)

Muni: estou grávida, não incapacitada (ele assente concordando, mas logo seu sorriso se desfaz)

Uk: o que teve fazendo nesses três meses Muni? Eu estava preocupado com você...(dei um sorriso triste)

Muni: pegue algo forte para beber, vamos conversar (saio de seu quarto e sigo até a sala me sentando junto à mesa. Pouco depois o meu irmão aparece com uma garrafa e um copo. Ele sai novamente e minutos depois trás uma xícara de chá que coloca na minha frente e por fim, se senta do outro lado da mesa) obrigada (ele enche o seu copo e da um gole) se adaptou bem a pedra do gelo? Ou tem sido muito difícil?

Uk: posso ser sincero? (Coloco minha mão em cima da dele que estava na mesa, o que faz com que olhe para mim)

Muni: você sempre poderá ser sincero comigo Uk...você é meu irmão, Jang é o nosso sangue, nada é mais valioso que isso (ele sorri, mas logo o seu sorriso se desfaz)

Uk: eu estou aterrorizado Muni...esses três meses têm sido os piores da minha vida...tou tendo que lidar com tudo. O rei quer que eu mate as almas invasoras, o que resulta nessas noites frias e aterrorizantes. A Naksu, Mu Deok-i, sei lá...me deixou, ela realmente morreu (vejo seus olhos marejando, então faço carinho em sua mão) eu a amava Muni...eu a amava muito. E devo a ela a pessoa que me tornei. Eu sei que ela não queria me matar, algo não estava certo, ela nunca faria isso comigo.

Muni: eu sei Uk...eu sei. Ela te amava tanto quanto você a amava. Mas algo aconteceu, e ela se foi...você tem que seguir em frente. Eu sei que é difícil, mais que tudo na verdade, mas você tem que se esforçar. Pense no lado bom da vida. Você vai se casar com uma garota incrível. Consegue desempenhar uma espada, coisa que você queria desde sempre. É o cara mais poderoso do mundo, ninguém pode te machucar. Todos os seus amigos e família te amam demais. E futuramente você terá que trocar muitas fraldas (solto uma risada e ele acompanha) você não está sozinho Uk, eu estou com você, para o que der e vier. Eu te amo.

Uk: obrigada. Eu também te amo muito Muni. Ainda bem que você ta aqui, não sei o que faria sozinho (dou um sorriso e me levanto indo até ele. Me ajoelho e o abraço. Sinto minha barriga aquecer, o que me faz sorrir, estávamos os três felizes, e não havia nada melhor do que isso. Jang Uk e eu passámos mais umas três horas apenas conversando sobre tudo, e então, ele disse que era melhor eu ir dormir, os espíritos iriam aparecer a qualquer momento, e ele não queria que eu visse tal coisa. Dei um beijo na sua bochecha e desejei boa noite, mesmo sabendo que para ele, era impossível.)