Capítulo 17

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Dormi com um sorriso no rosto e acordei com uma disposição que não era minha há muito tempo. No meio da semana, logo depois da aula, recebi uma ligação de Nicholas - que não parecia tentado a trocar mensagens - e fui para o quarto para poder atender sem a supervisão de Marceline.

- Oi. - Atendi timidamente e ofegante.

- Como foi sua aula? - Perguntou muito solícito.

- Foi boa, normal. - Dei de ombros mesmo que ele não pudesse ver.

- Estava pensando se não quer passar a tarde com Cenoura e Açúcar. Eles me disseram que sentem saudades.

Eu ri e me joguei na cama, fitando o teto do meu quarto.

- Só Cenoura e Açúcar? Ou um certo Nicholas Hayes também? - Mordi meu lábio inferior. Há quanto tempo eu não flertava assim? A sensação era revigorante.

- Hm, talvez esse tal de Nicholas Hayes também esteja morrendo de saudades. - Nós rimos juntos. - Mas então, topa?

- Claro.

- Passo aí em uma hora. - Houve uma pausa. - Eu te amo, menina Blue.

- Eu te amo, Nick.

E desligamos.




Ainda não estava falando com Marceline. A nossa relação se limitava apenas a de empregada e patroa. Era triste, muito triste e eu sabia que só estava conseguindo passar pelo fim dessa amizade porque eu tinha Nicholas na minha vida. A comida já não me descia do mesmo jeito e eu me limitava a dizer que estava gostoso sendo respondida por um "obrigada" tão baixo que eu me perguntava se era realmente aquilo que ela havia dito.

Mais uma vez saí sem dizer à Marceline para onde ia. A pessoa que sabia de toda a minha vida, sabia até mais do que a minha própria mãe que era sempre muito ausente.

Nick apareceu dentro de uma hora e eu entrei em seu carro com o maior sorriso do mundo. Lacei seu pescoço com meus braços e beijei sua boca com voracidade. Quando nos separamos, sua boca tinha um tom rosado pelo meu batom e seus cabelos se encontravam um tanto emaranhados.

- Cabulando o trabalho? - Perguntei enquanto colocava o cinto de segurança e ele arrancava com o carro.

- Acho que o chefe pode dar uma saída de vez em quando. - Ele piscou para mim, colocando uma mão sobre a minha coxa.

Congelei no lugar, sentindo sua carícia naquele local. OK, meus hormônios estavam aflorados e eu tinha que me controlar ou não tomaria a melhor das decisões dentro daquele carro tão aconchegante e...

- Blue?

- Oi? - Olhei para um Nicholas com uma sobrancelha arqueada em questionamento.

- Tudo bem? Eu fiz uma pergunta e você ficou olhando fixamente pra estrada, tensa, ereta...

Ereta? Ele disse ereta? O que tava ereta? Inspira, expira, inspira...

- Blue? Você quer voltar? Está se sentindo bem?

- Sim, eu estou ótima. - Comecei a abrir o vidro elétrico do carro. - Deve ser o calor. - Dei um sorriso amarelo na sua direção e senti o vento bater nos meus cabelos.

Eu só tinha que fazer com que meus pensamentos libidinosos desaparecessem.

Ele quer esperar, Blue. Ele não vai querer fazer sexo no carro.

- Não trouxe sua câmera? - Perguntou ele.

- Hoje não. - Dei de ombros. - Tenho poucas fotos para serem tiradas.

BlueWhere stories live. Discover now