Capítulo 36

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Blue

- Noah está agindo como uma criança. - Bianca reclamou enquanto pagávamos o lanche que pedimos em uma das lanchonetes do imenso Centro de Convivência da faculdade.

- Bianca, se você continuar a ser vaga desse jeito e não me falar o que está acontecendo, vai ser um pouco difícil eu conseguir te ajudar. - Me sentei com ela em uma mesa próxima à uma tomada e conectei meu celular. Estava sentindo saudades de Nicholas e queria poder falar com ele na hora do almoço.

- Tudo bem. - Bufou e revirou os olhos, pegando o lanche e dando uma mordida grande. Imitei minha amiga olhando enquanto ela saboreava seu lanche suculento. Deus, eu tinha o meu próprio! Essa criança dentro de mim comia como um dragão e já me deixava com o tamanho de um planeta em apenas vinte semanas de gestação. - Aquela Veronica Munro é uma vagabunda, pronto! Falei.

Gargalhei.

Apesar de já ter três meses na faculdade, eu fazia questão de deixar meus colegas de sala para almoçar com a minha melhor amiga. E que meus concorrentes entendessem, pois a minha amiga fazia o mesmo por mim. Depois de passar tantos finais de semana sem minha ruivinha - que preferia confraternizar em festas - eu precisava de pelo menos uma hora do almoço dela. Não exigia o mesmo de Noah, porque já o via aos finais de semana. Não era por pensar que a proximidade o afetaria, pois sabia que os sentimentos do garoto por mim desapareceram assim que ele me viu com o seu pai. Ainda mais agora que eu carregava seu irmão - ou irmã.

Desde que eu descobrira que Noah e Bianca estavam morando no alojamento juntos, sabia que alguma coisa muito boa ou muito ruim sairia disso. Eles já estavam juntos um pouco antes quando ela vivia dormindo (ou transando) na casa dos Hayes. Não foi diferente do que havia pensado e, depois de muito sexo, veio muita briga e discussão. Bianca era uma garota desejada no campus e Noah não conseguiu lidar com isso. Não demorou para que eles terminassem e ele aparecesse com uma garota nova.

- Devo dizer que ela é a sua cara? - Questionei, cruzando os braços.

- É ridículo, certo? - Ela entreabriu os lábios. - A garota ainda está no ensino médio.

Balancei a cabeça negativamente e dei outra mordida no meu lanche enquanto ouvia Bianca tagarelar. Olhei meu celular para ver se havia alguma mensagem e havia mais do que isso, tinham ligações também. Sabia que era apenas preocupação e, se ele pudesse, colocaria seguranças atrás de mim vinte e quatro horas por dia.

Vi um vulto ao longe entre o tanto de alunos e, ao se aproximar de mim, consegui distinguir que era apenas Noah. Assim que nos alcançou, eu estranhei por ele nunca almoçar conosco. Sentou-se ao meu lado ofegante e com a mão no peito. Deixei o lanche de lado e toquei suas mãos.

- O que foi? Se acalma.

- O assunto chegou. - Bianca revirou os olhos.

Joguei para ela um olhar repreensor e a vi ignorar, voltando a olhar para meu melhor amigo.

- Que bom que você está bem. - Ele respirou aliviado, tomando um gole do meu refrigerante de cereja. - Meu pai está procurando você como louco. Hoje tem ultrassom e ele quer saber se a mulher dele está viva já que não atende o celular.

Revirei os olhos e ri.

- Eu vou ligar para ele. - Peguei o celular e passei a discar o número do seu escritório.

- Como está meu irmãozinho? - Noah perguntou, passando agora a brincar com a minha barriga.

- Vamos ter certeza hoje se é um irmãozinho ou irmãzinha. - Sorri, vendo Bianca ignorar integralmente nossa presença.

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