Capítulo 2

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Acordei no dia seguinte me sentindo exausta. Na noite anterior, tive febre e dores pelo corpo todo; mas estranhamente acordei bem. Exceto pelo cansaço, é claro.

Assim que tomei coragem de levantar da cama, fui até o banheiro fazer minha higiene matinal diária, mas tive uma surpresa ao me ver no espelho.
Meu corpo estava diferente.
Meus sentidos estavam aguçados.

Eu podia ouvir o tic tac do relógio lá embaixo na cozinha, e o cheirinho de café sendo feito pelo meu pai.

Assustada, coloquei minha roupa de sair e desci escada abaixo para falar com ele. Mas tive outra surpresa ao ver Peter sentado no sofá, bebendo café.

— Peter? O que faz aqui?
— Perguntei chamando a atenção do rapaz para mim. Ele me olhou de um jeito estranho, um tanto preocupado talvez.

— Eu estava te esperando... Para irmos juntos — Diz ele sem jeito.

Ele não é de fazer isso, o que está acontecendo?, pensei desconfiada.

— Está tudo bem?

— Sim, claro. — Ele me dirige um sorriso doce.

Peguei meus cadernos e puxei Peter porta afora, morrendo de curiosidade para saber o porquê dele estar fazendo isso. Quando estávamos longe o bastante, Peter ficou me enrolando para não me dizer o que estava acontecendo, o que me deixou muito impaciente.

— Peter, somos amigos. Não precisa fazer rodeios.

— O-ok... Soube que o Aranha te salvou de ser atropelada ontem e queria saber se você está bem.

— Sim, estou.

Peter pareceu mais aliviado com isso. Até que chegamos cedo no colégio, e vendo que as aulas demorariam um pouco, resolvi passar no laboratório da escola.
Assim que cheguei, vi Rick sentado em uma mesa lendo um livro. Se tinha alguém que poderia me ajudar, era ele.

— Rick, posso falar com você?

— Oi, Gwen! — Ele franze o cenho —  Aconteceu alguma coisa?

— Preciso de sua ajuda. Acho que tem algo errado comigo.

— O quê?

— Eu... Fui picada por uma aranha.

Rick se levantou da cadeira, assustado.

— O que? Que aranha?

— Uma aranha modificada da Oscorp. Desde que ela me picou, estou me sentindo diferente. Já que você vai ser um futuro médico, o que acha que eu tenho que fazer?

— Bom, tenho que ter uma amostra do seu sangue para saber o que está acontecendo.

— Certo.

Sentei-me na mesa onde ficava os microscópios e comecei a levantar a manga do braço onde a aranha havia picado. Ele coletou uma amostra de meu sangue e o olhou pelo microscópio, sempre alternando o tamanho das lentes.

— E então? Tem algo errado?

— Você não vai acreditar... O seu DNA se fundiu com o da aranha! É como se você fosse uma híbrida.

— Eu não vou ter pêlos pelo corpo todo não, né? Nem várias patas.

Rick sorriu fraco.

— Não. Acho que não. Mas ocorrerão mudanças, melhor se preparar.

Droga.

— Obrigada pela ajuda, Rick. — Saí da mesa.

— Foi nada demais. A propósito, vou levar seu sangue para o laboratório dos meus pais para ter uma análise mais detalhada. Tudo bem pra você?

— Claro.

— Vai contar para alguém sobre... Isso?

— Não. E você está proibido.

Rick levantou suas mãos em frente ao corpo, dizendo:

— Já entendi. Sigilo médico.

Baixei a manga de minha blusa e fiquei encarando o vidrinho com meu sangue.

— Rick, quanto tempo até sua análise ficar pronta? — Perguntei sem tirar os olhos do recipiente.

— Não vai demorar muito. Por quê?

— Nada não. Só não diga nada a Ninguém.

Quando o sinal tocou, corri até meu armário pegar meus livros de biologia

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Quando o sinal tocou, corri até meu armário pegar meus livros de biologia. Nós tínhamos apenas cinco minutos para pegar nosso material e estar na sala de aula.
Assim que peguei tudo e tranquei a porta, vi Flash Thompson se aproximar de Peter e o jogar contra os armários com força, assim como fazia todos dias. Cansada de ficar apenas observando e não fazer nada, decidi que iria defender Peter.

— Aí! — Gritei me colocando no meio dos dois e empurrando Flash com força — Qual é o seu problema?

— Não se meta, Gwen! — Disse ele com uma expressão de fúria — Esse nanico zombou de mim e vai pagar por isso!

— Ele não fez mais do que sua obrigação.

Flash soltou um riso nervoso.

— Depois diga que eu não avisei.

Quando Flash começou a andar em minha direção, alguém pegou-o e o empurrou contra os armários na nossa frente. Era Max, e parecia bem irritado.

— Você não vai encostar um dedo na Gwen ou no Parker, ouviu?!

— Cara, o que você tá fazendo? — Perguntou Flash confuso.

Flash e Max eram as estrelas do basquete da escola e também melhores amigos. Max o soltou e deu um passo para atrás, dando espaço para o valentão.

— Vai embora, Flash.

— Que isso, amigo?

— Cara, eu tô cansado de ver você se aproveitar do Peter todo dia. Por favor, vai embora antes que eu faça uma besteira.

Flash olhou o amigo com raiva, mas logo saiu indo em direção ao ginásio. Voltei minha atenção a Peter, que olhava a situação com uma cara de dor e com a mão em seu estômago.

— Você está bem?

— Estou. Obrigada, Gwen.

Sorri, preocupada. Max se aproximou de nós e colocou sua mão no ombro de Peter.

— E aí? Você tá bem?

Peter assentiu, sério.

— Que bom. Acho que o Flash não vai mais te incomodar por um tempo.

— Muito obrigada, Max. Nem sei como te agradecer. — Digo me virando para ele.

— Que tal me ajudar em biologia agora? A aula já deve ter começado.

— Verdade, melhor a gente ir. Nos vemos mais tarde na lanchonete, Peter?

— Claro.

Dirigi um último sorriso a Peter, antes de ir para a sala com Max.

Obs: Esse Flash é do Ultimate Homem-Aranha

Spider-Gwen - Livro IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora