Capítulo 44

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— V-você sabe que eu não posso te corresponder, né? — Digo depois de longos segundos em silêncio.

Max estava sentado, me olhando fixamente sem esboçar reação alguma. Impaciente, me sentei na cadeira a sua frente e repeti a pergunta.

— Mas é claro que eu sei, Gwen — Respondeu ele — Sei que gosta do Peter.

— Quem te contou?

— Ninguém. Mas também não foi preciso, é só olhar para você quando está perto dele. Peter seria burro se não percebesse.

— Você acha que ele percebeu?

— É, acho.

No meio de nossa conversa, ouvimos alguém bater na porta. Era um homem vestido em um terno preto e com uma maleta em mãos. Parecia impaciente.

— Eu vou deixá-los a sós. — Digo me levantando.

— Mas Gwen...

— Você não vai deixar de recebê-lo por causa de mim.

Max soltou um suspiro frustrado, do qual eu ignorei completamente. Ao passar pelo sujeito, eu lhe dirigi um sorriso doce e voltei para a minha sala.
O resto do dia correu normalmente e logo chegou a hora de voltar para casa.
Meu pai estava sentado no sofá assistindo à um jogo de futebol, então decidi me juntar a ele e lhe dar uma boa explicação caso fosse preciso.

— Oi, pai. — Digo me sentando ao seu lado.

— Olha quem resolveu aparecer. Como foi na casa da sua amiga?

— Foi legal. Desculpe não ter avisado.

— Tudo bem, ela me explicou que você estava muito cansada e dormiu cedo. E também, você já é quase adulta.

— Você está bem? — Perguntei desconfiada.

Papai riu.

— Gwen, você está no último ano do ensino médio, eu não vou te tratar mais como uma criança.

— Quem é você e o que fez com o meu pai? — Pergunto com um sorriso.

Papai desligou a televisão e depositou um beijo no topo de minha cabeça, dizendo que iria dormir um pouco. Ele está de bom humor... O que será que houve?

 O que será que houve?

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Dia seguinte...

Estava lendo um livro em meu armário, quando de repente alguém chega perto de mim e cobre meus olhos com suas mãos. Só tem uma pessoa que faria isso comigo, pensei.

— Agora deu para ficar fazendo surpresa, é Sam?

— Não é o Sam.

— Peter?

— Acertou. — Disse ele tirando as mãos de mim com um sorriso.

Deixei meu livro de lado e o abracei fortemente, agradecendo por tudo o que ele fez por mim.

— Você não sabe o quanto eu senti medo quando Dr.Connors disse que você não poderia resistir. — Disse ele quando nos afastamos, mas ainda estávamos de mãos dadas.

— Graças a você isso não aconteceu. Eu sinto que deveria fazer algo para te agradecer.

— Não precisa.

— Precisa sim. Peter, você salvou a minha vida.

— Esse é meu trabalho, não?

Sorri fraco. Não acredito que ele tenha usado minha frase contra mim.

— Você se arriscou. — Digo em um tom baixo.

— Faria tudo de novo se fosse preciso.

Por que ele tem que ser tão fofo?

Respirei fundo. Agora era a hora de contar tudo o que eu estava guardando dentro de mim.

— Eu preciso te falar algo. É uma coisa que eu venho guardando e se eu não te contar, vou acabar ficando maluca.

— Então diz.

— O-ok. Peter, eu te...

— Peter! Gwen! — Ouvimos alguém nos chamar.

Era uma garota ruiva de olhos claros que vinha em nossa direção. Era ela, Mary Jane Watson. No ensino fundamental, Mary Jane era a melhor amiga de Peter mas teve que ir embora da cidade por um tempo. Depois que ela se foi, Peter fez amizade com o Ned e depois comigo.

— E aí, gente? — Diz ela com um sorriso.

— Oi. — Forcei um sorriso.

— Atrapalhei alguma coisa?

— Claro que não — Disse Peter abraçando ela — Saudades.

Senti que estava sobrando ali. Apesar de ter conhecido ela, Mary Jane e eu não poderíamos nos considerar “amigas” porque ela sempre andava com os mais populares do colégio.

— Também senti saudades de vocês.

— Por que decidiu voltar, Mary Jane? — Perguntei tentando não parecer chateada.

— Você deve estar pensando que é sobre o boato do Aranha, mas a verdade é que eu vim para ficar mesmo. Vou fazer faculdade aqui e quem sabe, ser a nova repórter do Clarim.

Coitada.

— Fiquei sabendo que vocês estão juntos.

— “Juntos?” — Perguntamos eu e Peter em uníssono.

— Desculpe, usei a palavra errada. Eu quis dizer como amigos.

Peter disse passando o braço pelo meu pescoço:

— Sim, é verdade. Gwen é minha melhor amiga. Uma irmã, na verdade.

Spider-Gwen - Livro IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora