Capítulo 33

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Depois que eu convenci meu pai que meu novo cargo de secretaria na empresa iria ocupar quase meu tempo todo, fui até a S.H.I.E.L.D. participar dos treinos. Como sempre, todos estavam lá esperando as ordens do Nick Fury, mas para nossa surpresa, o Agente Coulson que iria dar a aula.

— O que será que o Coulson vai nos ensinar? É a primeira vez que ele faz isso. — Comentou Ava.

— Pra mim tanto faz, desde que não seja tão rigoroso como o Fury. — Sam deu de ombros.

Um pouco mais afastado da turma estava Peter, de braços cruzados e, se não fosse pela máscara, deveria estar de cara fechada. No momento em que ia falar com ele, Coulson entrou na sala.

— Bom dia, pessoal. Nick Fury não pôde vir hoje por causa de uma reunião marcada, então, hoje serei seu treinador. Alguém tem algum problema com isso?

Todos se entreolharam, receosos.
Como eu não queria perder tempo, me coloquei na frente deles e disse:

— Qual é, gente? É o Coulson! — Virei-me para ele — Todos eles estão com medo de você ser tão exigente e rigoroso como o Fury. Esse é o problema.

— A sorte de vocês é que eu não sou. Mas também não vou pegar leve. Na prova de hoje, vocês terão que passar por diversas armadilhas sem dispará-las.

— E quem não conseguir? — Perguntou Amadeus.

— Terá que limpar a sala de treinamento depois do treino. Então, quem quer ser o primeiro?

Ninguém quis ir. É, acho que serei a primeira.

Levantei minha mão fazendo todos olharem para mim, surpresos.

— Eu serei a primeira.

— Eu também. — Peter colocou-se de pé ao meu lado.

Agora que ele estava do meu lado, pude ver o quanto ele estava estranho. Ele nem se quer olhou para mim.
Eu tinha que descobrir o que estava acontecendo com ele.

Coulson deu início ao treino acionando várias armadilhas e armas no chão. Para passar pela primeira arma, eu tive que pular em cima dela e pular para uma outra desviando de um piso falso no chão, que, com certeza era um buraco. Desci da arma e tive que me abaixar para não acabar tocando em um fio de lazer que eu não teria visto, se não fosse pelo sentido aranha.
E por falar em aranha, ele estava fazendo o mesmo que eu, calado.

Já estava ficando preocupada.

O último obstáculo foi passar por uma corda bamba, onde logo abaixo tinha vários espinhos. Consegui atravessar sem nenhum problema e Peter terminou logo em seguida. Coulson nos liberou um tempo enquanto os outros tentavam.

Peter foi até a cafeteria da base aérea e eu não pude evitar segui-lo. Ele sentou-se em uma mesa mais afastada e tirou sua máscara, parecendo preocupado com alguma coisa.
Me aproximei dele e sentei em uma cadeira a sua frente, também tirando minha máscara.

— O que aconteceu, Peter?

Ele continuou calado.
Peguei em suas mãos, fazendo-o olhar para mim e disse:

— Você sabe que pode me contar qualquer coisa, então, por que não me diz o que está te deixando assim?

— O Abutre sabe.

— Sabe o que?

— Sobre a minha identidade. E minha tia também. Eu... Eu 'tô com medo de que ele faça alguma coisa com ela.

— Não, ele não vai fazer nada. Vou pedir para o Fury cuidar disso.

— Valeu, Gwen.

Ele ainda estava preocupado.

— Tenho a impressão de que não é só isso que estava te deixando assim. Quer me contar mais alguma coisa?

Peter negou com a cabeça, sem olhar para mim. Levantei-me de minha cadeira e o abracei por trás, dizendo:

— Se precisar é só chamar, 'tá bem? Eu vou voltar para o treino e dizer ao Coulson que você não está bem para continuar.

— Obrigado.

Spider-Gwen - Livro IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora