CAPÍTULO 12 - MEIA DÚZIA DE PROMOTORES DO CAOS

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— Eu não sei. Preciso pensar. — Ela não conseguia esconder a perturbação. O tom de voz oscilava, fora de controle. — Só preciso de um tempo sozinha, agora.

Elinor a olhou com duas rugas entre as sobrancelhas, depois direcionou a careta para Marko. Ele encolheu os ombros como se não soubesse de nada, mas então relaxou a postura e revelou a verdade:

— Tá, eu disse pra ela sobre o Ronan.

— Marko, qual o seu problema? — disse Elinor, levantando as mãos à altura da cabeça. — Dá pra parar de agir por conta própria? Será que dá pra você parar de decidir sozinho o que vai falar ou fazer?

— Você sabe que não é bem assim — retrucou ele à mulher que agora massageava as próprias têmporas.

— Kristina... — disse Adriana — Você que quis vir com a gente. Você só precisava contar o endereço, mas veio pra cá porque quis.

— Eu vim num momento em que acreditei que meu pai tava mesmo nisso e antes de saber que o Briel foi responsável pela prisão dele e mentiu pra mim. Eu quis entrar nisso por eles dois, em primeiro lugar.

— Você pode ter vindo pelos dois — disse Elinor —, mas que tal continuar por você mesma?

Kristina ficou em silêncio. À sua volta, o grupo todo se entreolhou, até que Franke tomou a palavra:

— E tu vai fazer o quê? Vai dar pra trás? Voltar pra casa e chorar? Vai denunciar a gente, por acaso? Porque, se a gente cair, tu sabe que a gente pode incluir teu nome na lista negra dos engomadinhos.

— Eu não vou entregar ninguém, tá? Eu só tenho que processar tudo isso. E mais do que nunca eu quero falar com o Briel, então eu vou sim atrás dele com vocês.

— Vai mesmo? — disse Tone. Ela confirmou com um balanço de cabeça. O gesto pareceu rasgar um pouco da dureza que pairava no ar, entre as respirações fundas e os olhares significativos.

— Se quiser tomar um ar no jardim... — Adriana apontou a direção, e Kristina seguiu.

Sentada na grama incrivelmente verde, as costas apoiadas em uma árvore, a garota tentou não se desesperar

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Sentada na grama incrivelmente verde, as costas apoiadas em uma árvore, a garota tentou não se desesperar. Seguiria o caminho até Briel: fato. Nem tinha mais possibilidade de desistir daquilo, visto que já tinha revelado o endereço, e sabe-se lá o que o grupo faria com Briel se ela os deixasse ir sozinhos atrás do desertor. Mas e depois? A nova informação que Marko tinha lhe dado dificultava tudo. Ronan era inocente e Briel culpado. Naquele caso, juridicamente falando, inocentar Ronan era culpar Briel e continuar escondendo a culpa de Briel era manter Ronan na cadeia. A não ser que a morte de Sarto mudasse o sistema do dia para a noite (isso se o assassinato desse certo), um dos homens da vida de Kristina estava perdido.

Diante da complicação, ela buscou desfocar o futuro mais longínquo e contou apenas os próximos passos a curto prazo: respirar; levantar; respirar; voltar para dentro da mansão; respirar; se preparar para a viagem do dia seguinte; não se partir em pedaços. E assim executou.

AO NOSSO HERÓI, UM TIRO NO PEITOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora