Chapter Two

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Seja minha , eu vou estar voando, você pode ficar ao meu lado
Mas o meu coração quer morrer, eu nunca vou viver minha vida
Você pode ver nos meus olhos que não consigo decidir
Estou fudido, mas o meu coração ainda bate por você
Coração quebrado, não consigo respirar na sala de espera
Agora eu estou tentando esquecer você
Tenho todo o clube armado tentando superar

- Tonight, Lil Peep.

Eu definitivamente não queria ir naquela maldita festa de volta às aulas. Não havia necessidade de comemorar a volta para o inferno, e eu nem digo isso só por minha causa, mas porque a faculdade - e a escola também - é simplesmente horrível para a sanidade de qualquer pessoa. Eu realmente não conseguia entender como algumas pessoas conseguiam gostar de um lugar como aqueles.

Ou talvez eu soubesse, afinal.
Alguns enfrentam um inferno dentro de casa mais forte que o inferno do campus e de todos os problemas que ele traz.

Talvez nem todo mundo considerasse a faculdade tão infernal assim, mesmo tendo uma vida ótima em casa também, mas eu...
Talvez por tantos problemas eu tenha começado a ver um pedaço de inferno em cada lugar que vou que não seja meu quarto.

Eu estava em uma faculdade nova, havia começado lá fazia uns quatro meses. Era bem melhor que a antiga, mas ainda sim, um inferno. Eu estava quase implorando que o tempo parasse e as férias não acabassem nunca. Mas não fui atendida, e para piorar decidiram fazer uma droga de festa para comemorar a volta ao inferno. Eu definitivamente não queria participar disso.

Mas Dayse não me deixava em paz. Até mesmo meu quarto não era mais um local seguro já que ela simplesmente resolveu aparecer por lá hoje e jurou não sair enquanto eu não fosse com ela comprar uma roupa para a droga da festa.

— Veja bem, você sabe que eu não hesitaria em ficar aqui para sempre. — Ela disse abraçando a coberta em cima da minha cama.

— Na verdade, se você quer tanto ir à festa, você iria acabar saindo daqui sim para ir. Ou pretende levar meu quarto junto?

— Não, querida Katryn, eu não iria sair daqui mesmo. Não irei sem você. — Ela cruzou os braços. — Não vou te deixar aqui sozinha em uma sexta à noite.

— Olha, eu tô bem aqui. — Digo pegando o controle do meu Playstation 4 e balançando enquanto comia pipoca que minha amiga tinha feito.

Dayse jogou um travesseiro em mim que peguei por pouco. Coloquei o controle de volta perto da TV enquanto minha amiga afundava a cara em minha coberta e gritava algo incompreensível.

— Por que arranjei uma melhor amiga tão teimosa? — Ela resmungou e eu ri.

Dayse era minha companheira desde sempre. Quando digo sempre, realmente quero dizer sempre. Nos conhecemos e nos tornamos amigas ainda na maternidade, quando as coisas ainda fluíam bem para meu lado.

Crescemos juntas, sempre vizinhas, mas algum tempo depois ela se mudou para esta cidade, enquanto eu ainda morava com meus pais. Quando vim para cá, ela voltou a ser minha vizinha, mas no último ano havia se mudado para a rua de trás. Não era grande distância, eu gostava de pular os muros das casas atrás da minha para chegar na dela mais rápido, mas um dia acabaria sendo pega, como Dayse mesmo dizia.

Depois de tudo que aconteceu, Dayse foi a única que sobrou. De todos os amigos, de toda família. Ela era tudo que eu tinha.

E um coração completamente despedaçado que ainda mantinha seu agressor lá dentro, é claro.

— Já são duas da tarde, Kat. Temos que comprar logo as roupas se quisermos uma noite de sexta feira incrível.

— Ah, mas a minha será incrível, e eu nem precisarei sair de casa. — Arqueei as sobrancelhas e sorri fraco enquanto deitava ao seu lado na cama.

Parliament'sWhere stories live. Discover now