Chapter Twenty

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Dentro dos meus ossos
Em algum lugar que eu nunca havia conhecido
Bem no fundo da minha cabeça
Ele me atingiu como um raio de luz
Me atingiu como se eu não pudesse estar certo
E eu poderia ter caído no chão

Porque você fala comigo e isso sai pela parede
Você fala comigo e isso vai sobre minha cabeça
Então vamos para a cama antes que você diga algo real

Porque é você
É sempre você
Eu sempre soube
Oh, é você

I always knew, The Vaccines




Algum dia, no passado, eu li em algum lugar uma frase um tanto reflexiva: O amor é para os fracos.

Eu estava sentada no ônibus e a frase estava escrita em uma parede da rua. Eu não tinha muito a dizer na época, eu não conhecia Hayden, eu nunca havia amado ninguém daquela forma. Agora, sentada olhando a pintura que eu fizera de mim e Hayden, como ele pedira, eu podia dizer minha opinião sobre isso:
O amor, com certeza, não é para os fracos, mas sim para os mais fortes. Precisa ser forte em todos os sentidos, para aguentar as dores que podem vir e ainda assim, permanecer. Para brigar e odiar, mas ao mesmo tempo amar tanto que simplesmente não consegue deixar ir, e então você permanece, lutando, apenas para encontrar um mínimo caminho de não desistir, porque você é forte demais para isso.

Então, com esse pensamento em mente, eu pintei o último detalhe da lua no céu e finalizei a pintura. Encarei a imagem, finalmente pronta. Eu poderia dizer que era uma das minhas melhores obras. Tentei encaixar o máximo de detalhes possíveis, a luz fraca da lua, a vista dos prédios atrás de nós, seus braços ao meu redor... Eu estava realmente orgulhosa da minha obra, já que faziam meses que eu não pintava. Estava ansiosa para pintar mais e poder voltar ao trabalho.

Chequei o relógio. Eram quase sete, e já era sábado. Suspirei, pensando que logo teria de sair do conforto de minha casa para encarar uma festa com Dayse. Mais uma prova de que o amor, seja lá de qual tipo, é para os fortes, afinal, eu precisava reunir tudo de mim para conseguir sair de casa por Dayse.

Ainda sentada na cadeira que usava para pintar, encarei a janela, ao lado do cavalete de pintura que eu colocara ali. A cidade estava bonita, o sol começando a querer se despedir do horizonte, o céu noturno pronto para chegar...

Suspirei e me levantei, caminhando para o banheiro, avaliando as marcas de tinta no meu rosto, braço e até perna. Eu estava com um salopete marrom e uma blusa branca, ambos com vários pingos de tinta também. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e estava pronta para começar a me despir para o banho quando o interfone do meu apartamento soou em meus ouvidos.

Suspirei de novo. Dayse, com certeza, viera checar se eu estava me arrumando para a acompanhar na maldita festa.

Abri a porta pronta para reclamar, mas parei imediatamente. Ao invés de uma Dayse desesperada, encontrei Hayden ali, encostado no batente da porta, com os cabelos bagunçados, o sorriso no rosto, a maldita jaqueta de couro... Seu cheiro de sabonete e perfume imediatamente me atingiram, e simples assim, eu estava hipnotizada.

Caramba, Katryn!
Me censurei.

— Espero que essas adoráveis manchas no seu rosto não seja seu novo estilo de maquiagem. — Ele disse sorrindo e eu caí de volta na realidade, sentindo o rubor nas bochechas.

Eu não havia falado com Hayden desde aquela manhã, depois do aeroporto. Era agradável saber que estávamos bem, de alguma forma, mesmo que eu não saiba explicar em que momento da relação estávamos.
Eu, definitivamente, não esperava ver ele de novo estando no estado catastrófico que eu me encontrava.

Parliament'sWhere stories live. Discover now