Nota breve: recomendo que escute uma boa música, algo mais melancólico ou então... não sei, só recomendo algo. Aliás, essa que vai estar aqui embaixo no começo do cap é uma ótima ideia, se você gostar do estilo. Boa leitura.
•••
Se eu pudesse estar a mil milhas de distância, eu ainda gostaria de ficar?
(...)
Tudo o que ele queria era ser um homem
Mas ele sempre foi bonito demais para ser admitido sob mármores perdidos
Ele estava sempre a mil milhas de distância, enquanto ainda de pé em frente a seu rosto— Pretty Pimpin, Kurt Vile.
— Você me perdoaria? — Hayden perguntou, exalando a fumaça de seu cigarro, encarando a rua. Ele usava uma bela jaqueta de couro nova naquela noite. A brisa estava fria, quase gelada. O céu estava limpo. Era inverno. — Se eu te dissesse que não quero falar nada sobre a minha vida, mas quero saber tudo da sua?
— É meio injusto. — Falei, bebendo um gole da garrafa de cerveja. Estávamos sentados no gramado de sua casa. A rua estava totalmente vazia, o poste de iluminação mais próximo da casa estava com defeito, de modo que deixava a rua mais escura.
Hayden encostou-se no carro atrás de si e olhou para mim, também experimentando um gole da cerveja.
— Eu quero saber tudo sobre você, Sharpe. — Meu corpo inteiro se arrepiou com o modo como aquelas palavras saíram de seus lábios. Tudo bem, Hayden. Eu queria dizer. Eu quero que saiba tudo sobre mim. — Mas não posso te oferecer nada para contar sobre a minha vida. — Ele deu o último trago e jogou o resto do cigarro fora.— Por quê? — Eu cruzei os braços. Não porque eu estava irritada, mas porque uma brisa fria soprou meus cabelos. Hayden olhou pra mim.
— Hoje é sexta. — Falou simplesmente. Olhei para ele sem entender. Estávamos saindo há apenas três semanas. Ainda era difícil decifrar o significado do que saía por debaixo de suas palavras.
— É. — Assenti uma vez. — Amanhã é sábado.
Ele sorriu. Eu poderia dizer que me aqueci apenas com aquele sorriso.
— Espere aqui um minuto. — Ele disse e então se levantou em um segundo e foi para dentro da casa. Eu sorri enquanto ele não podia ver.Kodan voltou com uma sacola e um isqueiro na mão. Olhei para ele, parando com a garrafa de cerveja a caminho da boca. Ele soltou uma risada suave que atravessou meus ossos e alcançou meu coração.
— Faz algum tempo que preciso queimar esses papéis e você está com frio, não vejo uma hora melhor para fazer isso. — Eu sorri e ele sorriu de volta. Ele se sentou ao meu lado e colocou um montinho de papéis sobre a grama, a nossa frente.
Logo tínhamos uma pequena fogueira feita com papéis velhos. Hayden me ofereceu um montinho deles e sem uma palavra, apenas o sorriso, eu aceitei e comecei a ir colocando os papéis na "fogueira" de pouco em pouco. Soltei um riso nasalado, me sentindo aquecida, experimentando a cerveja.
Kodan olhou para mim uma vez; eu senti o olhar dele sobre mim. Não olhei de volta, no entanto. Minha pele queimava e não era pelo calor do fogo.
Por fim acabamos de colocar os papéis e observamos as chamas. Hayden passou um braço ao redor de mim e me puxou para si. Me acomodei em seu peito, sentindo seu cheiro, seu calor.
— Sobre o que eram esses papéis? — Perguntei.
— Cheques antigos. — Falou simplesmente, tomando um gole da cerveja.
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Parliament's
Teen Fiction"Kodan era o tipo de pessoa que sempre te marcaria. Com um olhar, um gesto ou até mesmo uma respiração, ele iria ficar preso em sua mente por um tempo consideravelmente longo. Primeiro ele me marcou quando exalou a fumaça de seu Parliament's, na ar...