Chapter Twenty Two

5.4K 507 161
                                    


Isso vem e vai como ondas
Sempre vem e vai, sempre vem e vai
Nós assistimos os nossos jovens corações sumirem na inundação
Na inundação

Liberdade, paixão, o sentimento
Que eu pensei que era definitivo
Escapa pelos meus dedos, tentando fugir
Isso vem e vai como ondas
Isso vem e vai como ondas
Isso nos leva para longe

Waves, Dean Lewis.



O vento gelado passou por meu corpo, protegido pelos cobertores, e atingiu minha face, me fazendo despertar. Encarei o céu nublado acima de mim, levemente confusa, mas me recordando logo em seguida.

Um dos braços tatuados de Kodan estava abaixo da minha cabeça, enquanto o outro passava sobre meu corpo, como se quisesse me prender ali.  Respirei fundo pensando em como conseguiria sair dali sem o acordar. Eu ouvia sua respiração pesada em minha nuca, queria ver seu rosto. Eu sabia que Hayden tinha o sono pesado, mas ainda assim tomei todo o cuidado ao tirar seu braço de meu corpo e me virar, encarando seu rosto, tão angelical adormecido.

O vento balançava levemente seus cabelos e a camiseta branca entrava em constraste com as tatuagens. Sorri uma vez, o cobrindo melhor e dando um beijo rápido em sua têmpora, antes de me levantar e vestir o casaco, ainda tendo cuidado para não fazer nenhum barulho. As garrafinhas de cerveja ainda estavam espalhadas pela varanda, a vitrola ainda tocava alguma música. A desliguei e peguei as chaves do carro na bancada, caminhando para a saída.

Fechei a porta com cuidado, descendo pelo elevador e agradecendo mentalmente por Drew ainda não estar fazendo turno. Saí do edifício e destranquei a porta do carro. Antes de entrar senti a sensação familiar de estar sendo observada e olhei para cima, recebendo um par de olhos verdes me encarando de volta. Hayden soprava a fumaça de seu cigarro lentamente. Ele deu um meio sorriso antes de dar outra tragada, me fazendo perder o ar por um instante.

Ele sabia. Ele sabia o que eu estava pensando. Em como realmente éramos bons em ignorar tudo e viver o momento quando estávamos juntos.
Mas ele sabia que isso tinha prazo de validade também, e estávamos lidando com isso de formas diferentes.

Entrei no carro e acelerei, antes que acabasse fazendo o caminho de volta para seu apartamento.
Cheguei em casa minutos depois, sem saber o que pensar exatamente. Apenas me dirigi ao banheiro para um banho longo.

Eu não sabia o que dizer sobre minha vida naquele momento. Tudo estava confuso. Eu ainda não havia conversado com Hayden sobre todas aquelas coisas, não sabia o que estava acontecendo em sua vida, não sabia nem mesmo o que estava acontecendo com a minha. Eu continuava ignorando tudo isso apenas para ter mais momentos bons como a véspera. Mas eu sabia muito bem que essa barreira cairia algum dia, provavelmente próximo.

Soltei um suspiro e saí do banheiro, ouvindo o celular tocar. A voz animada de Dayse soou animada do outro lado da linha, assim que atendi.
— Espero que sua noite tenha sido ótima, pois a minha foi perfeita. — Ela foi dizendo. — Fomos para casa dele, aquela mansão, foi ótimo, colocamos um filme de terror, mas não assistimos, claro.

— Você odeia filmes de terror. — Falei sorrindo, ainda enrolada na toalha e escolhendo algo no guarda roupa.

Não assistimos, é claro. — Ela repetiu, enfatizando as palavras. Então soltou um suspiro contente. — Vamos tomar um café por aí, quero contar mais disso pessoalmente. — Ela pensou por um segundo. — Ah, já estou perto da cafeteria da faculdade, me encontre lá agora mesmo. — Disse e desligou simplesmente.

Suspirei e joguei o celular na cama, escolhendo uma jardineira jeans escura, t-shirt laranja e tênis verde opaco para usar. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e saí.

Parliament'sDonde viven las historias. Descúbrelo ahora