Chapter Twenty Nine

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Nota Importante:
Bom.......... Meus queridos... Quero avisar que dentro de alguns capítulos nosso livro chegará ao fim. Infelizmente. (Ou talvez finalmente kk, estamos nessa desde dezembro de 2018). Meu coração já dói por dizer isso, MAS eu já preparei para vocês um novo livro que vai seguir uma temática similar a Parliament's e tenho certeza que vão gostar. Faltando pouquíssimo capítulos para o fim de Parliament's eu já vou estar publicando o outro. Me sigam para receber a notificação que vou deixar no meu mural assim que publicar!
Beijinhos e boa leitura!

Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa a demora.

•••




Eu te amo
Até eu morrer

Perfect life, Moby





Há cinco chamadas perdidas quando eu saio do banho. Havia deixado o celular no silencioso para evitar acordar Hayden que ainda dormia desde a noite anterior. Quando ligo de volta para Dayse ela atende antes que o seu celular conste o segundo toque.

— Minha nossa, Kat! Você me deixou preocupada! — Ela foi dizendo antes mesmo que pudesse dizer um "oi". — Mandei mensagens ontem a noite e te liguei hoje, mas você não aparecia. Termino de me trocar e vou até a cozinha.

— Desculpe, não olhei o celular ontem e eu estava no banho agora há pouco. — Sussurrei. Peguei uma frigideira no armário tomando muito cuidado para não fazer barulho enquanto equilibrava o celular entre o ombro e a orelha. Dayse suspirou do outro lado da linha e eu suspirei de volta quando finalmente consegui pegar a frigideira sem muito alarde.

— E então? Como estão as coisas? O que aconteceu? — Suspirei de novo. Voltei para o fogão e o acendi, despejando óleo na frigideira e indo até a geladeira pegar alguns ovos. Mas a geladeira está completamente vazia, a não por algumas garrafas de cerveja, água e potes de algo que talvez fosse um queijo já fora de sua data. — Kat?

— Preciso ir ao mercado. — Falo mais para mim mesma, desligando o fogão. Escrevo um bilhete rápido dizendo que voltaria em alguns minutos e deixo preso na geladeira.

— E me responder também.

— Me dê um minuto, fique na linha. — Me olho no espelho da sala conferindo o cabelo e volto até o quarto. Hayden ainda parece completamente adormecido, então sem fazer barulho saio do apartamento e vou até o elevador. — Pronto.

— E então? — Dayse pergunta e escuto barulho de panelas do outro lado da linha.

— Ele estava todo machucado quando cheguei... — Falei, observando os números no visor do elevador sem realmente enxergá-los. A cena do rosto de Hayden inchado e sangrando voltavam a minha mente me causando um frio terrível na espinha. — Ele disse que me contaria tudo que preciso saber, ele ainda está dormindo. Eu fiz uma sopa pra ele ontem e depois disso ele dormiu e ainda não acordou, então não sei como se sente.

— Ele está vivo? — Meu corpo enrijece. O elevador se abre, mas eu não saio dele, apertando o botão para o andar de Hayden fixamente.

— É claro que está! — Falei ofegante, mais para mim mesma. Eu não havia exatamente reparado se Hayden estava respirando quando saí da cama, mas claro que estava vivo, ele teria pedido um hospital se estivesse tão ruim. Ou talvez não pediria porque ele...

Praticamente invadi o apartamento quando estava no andar de novo, ainda segurando o telefone no ouvido. Paro na porta do quarto, olhando o homem deitado e solto um suspiro de puro alívio. Ele estava em outra posição. Cadáveres não costumavam se mexer até onde eu sabia.

— Kat? — Dayse chama do outro lado da linha.

— Espere. — Sussurro para ela e me aproximo de Kodan, colocando a mão em sua testa, testando a temperatura. Estava febril. Talvez eu também devesse passar na farmácia.

Voltei a descer o elevador e saí do prédio sem prestar muita atenção ao meu redor.
— Você precisa de algo? — Dayse perguntou ainda ao celular. Eu sabia que não era a melhor coisa do mundo ter que interromper uma conversa toda hora como eu estava fazendo. Peguei um papel no painel do meu carro e soltei um palavrão. — O que foi?

— Levei uma multa por estacionar levemente errado. — O carro estava quase todo no passeio e completamente torto. Não era minha culpa de toda forma, era uma emergência.

Entrei no carro e joguei a multa no banco de trás.
— Me ligue se precisar de algo. — Dayse disse. — Você está bem?

— Vai ficar tudo bem. — Falei simplesmente. Eu sabia que ela tinha assentido devagar do outro lado.

Finalizamos a chamada e eu tirei o carro do lugar indo até o supermercado e a farmácia, comprando frutas e remédios, legumes e analgésicos. Passei em casa também, peguei dois pares de roupa. Eu sabia que ele precisaria de mim por algum tempo e eu ficaria. Por quanto tempo ele pedisse.

O dia estava bonito em São Francisco. As lojas estavam mais cheias, as ruas animadas. Um sol quente e brilhante. Não haviam nuvens até onde eu podia ver. Talvez fosse um dia para coisas boas.

Eu não sabia como me sentia. Eu tinha medo de saber o que aconteceu com Kodan, mas estava desesperada por respostas. Eu estava assustada. Estava em choque. Só precisava saber que ele estava bem de novo, andando por aí.

Precisava saber que ele estaria comprando discos sempre que acabasse de frente com uma loja antiga, que estaria zerando jogos em poucas horas e negando aos amigos que fosse assim tão amante de vídeo games. Que estaria discretamente olhando para as flores nas floriculturas embora nunca comprasse, que estaria entrando em lojas de peças de carro apenas para ficar sonhando acordado. Que estaria contando moedas para comprar seus maços de cigarro, que estaria sorrindo e brincando com o cara que sempre lhe vendia bebidas pela metade do preço. Sorri comigo mesma. Eu devia estar pensando em coisas saudáveis para ele.

Me aproximei do apartamento e estacionei direito dessa vez. Desci do carro e peguei as sacolas no banco de trás me apressando até o elevador. Eu não havia tentado deduzir o que acontecera com Hayden. Eu jamais descobriria, eu jamais sabia exatamente o que ocorria na vida de Kodan. Eu não sabia se estava pronta para descobrir agora. Eu não sabia o quão grande era isso tudo.

E eu me perguntava como passei tanto tempo sem saber de nada. Sem saber como de fato era sua vida. Não devia ser simples pelo que vi.

Quando o elevador parou meu peito se apertou.
Não, sua vida não parecia simples. Parecia haver muito, muito atrás daquilo. Mas quando ele estava comigo... ele escondia tudo. Era apenas nós. Não havia mais nada. Ele fazia minha vida simples. Simples e feliz. Ele queimava papéis para me aquecer, ele me levava em lugares que pudesse me fazer centrar na terra novamente. Ele me ajudava esquecer todos os meus problemas, todo o antes. Mas e ele? Como ele se sentia?

Entrei no apartamento e coloquei as sacolas na mesa. Sorri quando ouvi uma música vindo do quarto. Era You are my love de Liverpool Express.
Hayden sempre colocara essa música em máquinas de bares e dizia que ela era minha música, porque ele sempre se lembraria de mim quando a escutasse.

Ele estava acordado e já conseguia se levantar então.

— Como se sente? — Pergunto quando chego na porta do quarto, mas... Hayden não está lá. Nem na varanda, nem no banheiro. Não estava no apartamento. O bilhete que eu havia deixado na geladeira estava agora no balcão, ao lado de outro.

Você se lembra daquela noite no colchão quando estávamos tão bêbados que as estrelas se multiplicavam?
Se lembra quando eu lhe disse que você era como a lua e deveria brilhar em mim também?

Eu fiz uma poesia para você.

Li o bilhete diversas vezes. Não havia mais nada escrito, não havia nenhuma poesia.
Não havia se ele estava bem, se estava melhor, o que acontecera, por que saíra sem avisar, sem dizer para onde.
Não havia sua localização.
Não havia quando ele iria voltar.
Não havia se ele iria voltar.

Parliament'sWhere stories live. Discover now