Chapter Twelve

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Todos os meus amigos me dizem pra seguir em frente
Estou deitada no oceano
Cantando sua música
Ah, foi assim que você cantou
Amar você para sempre não pode ser errado
Mesmo sem você aqui
Não vou seguir em frente
Ah, é assim que nós somos

E não há remédio para as lembranças
Seu rosto é como uma melodia
Que não sai da minha cabeça
Sua alma está me assombrando e me dizendo
Que tudo está bem.

Dark Paradise, Lana del Rey





— Então essa é sua grande ideia de superação? — Dayse perguntou, se aconchegando ao meu lado no sofá, depois de pegar um cobertor. — O que está parecendo é que você acabou de terminar com ele, e está sofrendo.

— Jura? — Perguntei nos cobrindo. — Pois eu diria que estou aproveitando a vida.

Estava chovendo, e passava das cinco da tarde. Dayse e eu comemos o sorvete no carro, enquanto eu gastava um pouco da gasolina dirigindo sem rumo e contando tudo que havia acontecido. Depois decidi, quando o tempo começou a fechar, que iríamos para casa maratonar alguma série, para que eu pudesse esquecer daquele dia catastrófico.

— Nas séries, por exemplo. — Ela disse, colocando o balde de pipoca entre nós. — Elas ficam deitadas comendo sorvete para esquecer do ex.

— Estamos deitadas comendo pipoca, e está chovendo. — Esclareci.

— Mas comemos sorvete. — Ela aponta. — Está fazendo exatamente o que as garotas que acabaram de terminar um relacionamento fazem, e você acabou o seu já tem um mês, Kat. Já passou da hora de superar.

— É, eu sei. — Me rendi. — Mas você sabe também, não é fácil.

— Certo, mas deixa a ideia de sorvete, você já passou dessa fase.

— Era de baunilha, Dayse. — Tentei virar a discussão a meu favor. — Não recusaria nem que já estivesse casada.

— Precisa escolher outra coisa para afogar suas mágoas.

— E o que sugere?

— Outra pessoa, é claro. — Respondeu de pronto, tomando um gole de seu refrigerante.

— É, Dayse, foi exatamente isso que tentei fazer hoje, e olha só, estou com uma dívida de oitenta e cinco mil dólares. — Cruzei os braços, me lembrando só agora que Kodan não era o maior dos meus problemas.

— A gente devia ter mais aventuras. — Ela falou, ignorando o assunto sobre a dívida, e com o olhar pensativo.

— Que tipos de aventura, Dayse? Você tem noção de que eu tenho uma dívida de oitenta e cinco mil dólares?

— Por exemplo, quando fui pegar os sorvetes — Ela se virou para mim, pausando a série, um sorriso no rosto. — Eu estava sem dinheiro, então eu apenas fui no mercadinho e peguei deixando dois dólares, que era o que eu tinha lá. Foi muita emoção, você parecia minha piloto de fuga.

— Não era você quem estava com pena do pobre pai do garoto? O dono do mercado?

Ela deu de ombros, comendo mais um pouco de pipoca.
— Só estou dizendo que você precisa de distrações e aventuras. Amanhã começa as aulas e nossas férias do trabalho também acabam, mas não significa que a gente não pode aproveitar os fins de semana. — Ela me encarou, parecendo pensar em alguma coisa. — Mas vamos decidir isso depois.

***

Observei o conjunto de prédios na minha frente, pensando se eu realmente queria fazer alguma coisa da vida, tipo jogos, para estar ali.

Parliament'sWhere stories live. Discover now