CEM CHANCES • jjk + pjm

[f(42) = 3x - 84] Não mais sozinho

A atualização final é dupla. O epílogo já foi postado e vocês podem ler assim que acabarem a leitura deste capítulo <3

🔮

Quantas vezes já concluí que os deuses me odeiam?

Bem, some mais uma na conta.

Depois da última semana que tive, esse homem é definitivamente a última pessoa que eu gostaria de ver.

Saber que ele é padrasto de Jimin absolutamente em nada muda a minha relação com meu namorado. Já passamos dessa maldita fase, aparentemente, depois de um colapso completo do universo em que vivemos. Não vamos voltar ao erro desgraçado que nos fez viver o equivalente a uns doze anos perdidos entre memórias apagadas e loopings temporais.

Mas Hajoon... esse cara... porra.

Talvez seja imaturidade, talvez até injustiça de minha parte, mas eu preciso culpar alguém pela morte de meu pai e culpar o universo não é o suficiente.

Eu preciso direcionar a raiva para não permitir que ela continue impregnando cada sentimento meu. Então direciono a ele, sendo justo ou não.

— Você disse para ele vir, Jimin?

Ji olha para mim ainda tão surpreso quanto eu, o que facilmente responde a minha pergunta que, para todos os efeitos, foi feita com o tom de voz mais doce que eu consegui verbalizar.

Estou puto, odeio esse cara, mas não quero que Jimin pense sequer por um momento que estou puto com ele.

— Jimin não me pediu para vir — Hajoon diz, ainda parado do lado de fora.

Ele é elegante, alto, veste roupas certamente caras sob um sobretudo escuro e pesado. Os olhos acinzentados parecem maiores sob as lentes dos óculos de grau que ele usa, e estão mirados unicamente em mim.

Ele assim, todo engomadinho, me faz pensar que, puta merda, que vontade de desarranjar tudo depois de meter uma surra nesse cara.

— Posso entrar? — Ele tem a cara de pau de perguntar.

— Nem com o cacete.

Jimin olha de um lado para o outro, sem saber como reagir.

Eu sei que ele se dá bem com o padrasto e tem, com ele, a relação que nunca pode ter com o próprio pai, aquele merda do inferno.

Mas a verdade é que, mesmo sendo bom para Jimin, Hajoon também é um merda do inferno para mim.

Estávamos bem sobre isso: eu sabia que Jimin é relacionado ao CEO da empresa que, indiretamente, provocou o acidente que levou à morte de meu pai; ele, sabia que eu o amo feito louco, mas preferia nunca ter que dividir o mesmo ambiente com seu padastro.

Mas é claro que esse maluco tinha que mudar todo o cenário que se encaminhava para se tornar pacífico — encaminhava, porque paz de verdade nós ainda não tivemos.

E eu espero que Jimin possa me perdoar caso eu faça uso de violência como poucas vezes, talvez nenhuma, fiz em minha vida. Porque eu juro que vou quebrar esse cara.

— Jungkook — Eu ouço a voz de minha mãe vindo de algum lugar atrás de mim. É um tom baixo, comedido, mas muito mais aterrorizante que seus gritos e tapas.

— Com licença — Hajoon diz. — Eu sou...

— Eu lembro de você. — Minha mãe o interrompe, olhando-o sem se preocupar em forçar simpatia. — Infelizmente.