14k de capítulo pra vcs <3
🔮
— Eu tô com fome.
Eu olho para Junghee, agora sentado no banco traseiro de Pandora. Com essa cara bandida, ele insiste:
— A gente pode parar pra comer em algum lugar?
— Agora que Hee falou... também queria comer alguma coisinha...
Quanto moleque folgado.
O conversível cor de abelha para diante de um sinal vermelho. Jimin, em sua posição de motorista, aproveita a pausa forçada para olhar para os moleques, depois para mim, sob as lentes claras dos óculos de sol que repousam na ponte miúda de seu nariz.
— O que você acha, Jungkook-ssi? — Ele pergunta, então, com um sorriso suave. — Eles estão merecendo?
Eu rolo os olhos com falsa impaciência. Apoio o cotovelo no suporte da porta, para então descansar meu queixo sobre a palma e, olhando para o outro lado, resmungo:
— Achei que só sabiam usar a boca para beijar.
Jimin ri do meu comentário, carinhosamente apoiando a mão em minha perna, que logo para de se agitar quando sente o afago que ele faz.
— Também usamos pra comer e fofocar, Jungkook-ssi — Taehyung diz, inclinando-se entre os dois bancos da frente, o que me faz levar o maior susto quando viro para olhá-lo e me deparo com essa carona quase colada na minha.
Maluco.
— Sai — Eu digo, cobrindo o rosto dele com minha mão para empurrá-lo para trás. — E coloque o cinto.
— Coloco. Onde nós vamos comer?
— Ah! — Junghee parece pensar em algo, subitamente. — Podemos ir na MoonMoon?!
Por toda a empolgação no tom, me parece que Junghee esqueceu que a minha última lembrança de ter ido até a MoonMoon é de três anos atrás. Em sua ingenuidade, porque sei que ele não faria nada com o intuito de me magoar, acredito que ele não percebe que a perda de minhas memórias recentes reflete também na maneira como me sinto em relação a um lugar tão marcante do meu passado.
A escolha do momento para que ele faça a pergunta coincide com o instante no qual o sinal fica verde. Na via pouco movimentada, no entanto, Jimin espera algum tempo enquanto observa o efeito da sugestão de meu irmão.
Sem ouvir qualquer resposta minha, meu namorado começa a acelerar suavemente. A velocidade de Pandora, no entanto, continua baixa e constante enquanto ele ainda parece esperar, e eu, mais uma vez olhando para a frente, pondero sobre a sugestão do meu irmão.
Finalmente, ainda incerto demais para decidir de uma vez, aproveito uma nova parada do carro para questionar:
— Se nós formos e eu não conseguir entrar... nós podemos ir embora?
— Amor... — Jimin chama, com o olhar simultaneamente preocupado e carinhoso, como se eu sequer devesse fazer a pergunta. — É claro que sim. É claro que sim, Jungkook.
— Desculpa, hyung — É ao ouvir nossas trocas de palavras que Junghee finalmente parece perceber e também parece completamente arrependido e preocupado. — Desculpa, eu não quis te pressionar, eu só acabei esquecendo... hyung...
— Não, moleque. Fique tranquilo. Nós podemos ir. — Decido, com a garantia de que, a qualquer sinal de desconforto, poderei mudar de ideia sem chateá-los.
E, com um sorriso que não nasce com muita força, eu pouso meu olhar e minha mão em Jimin, apertando-o na altura da coxa quando, sem pensar no porquê da minha escolha de palavras, digo para ele:
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CEM CHANCES • jjk + pjm
Fanfiction[CONCLUÍDA] Jeon Jungkook odiava Park Jimin com todas as suas forças. E o sentimento parecia ser recíproco. Como dizem, dois pólos iguais se repelem, e ter corpos marcados por tatuagens é apenas uma das coisas que eles têm em comum. Quando uma discu...