[f(27) = 54 - x] Minha chance

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Olá, nenês. Espero que esse capítulo ajude a trazer pelo menos uns momentos de descanso pra mente de vocês!

Hoje não vamos usar a hashtag no twitter, ok? E vamos evitar falar sobre a atualização por lá! Boa leitura! <3

🔮

— Pai?

— Aqui, Jungkook!

Eu coço meus olhos sonolentos, seguindo pelo corredor em direção à cozinha iluminada pela luz do sol.

Meu pai está aqui, vestindo seu calção velho de ficar em casa e uma blusa toda puída. De costas para mim, ele prepara algo no fogão.

— O que o senhor está fazendo? — Questiono, junto a um bocejo, quando me sento numa das cadeiras.

— O café da manhã para meu mulherão e para meus dois meninos — Responde, antes de me olhar por cima do ombro e lançar uma piscadela brincalhona. — Hoje é um dia especial, Jungkook.

— É? — Disparo, em confusão. Aliás, que dia é hoje? — Especial por que?

— Porque você, meu filho, está apaixonado de verdade pela primeira vez!

— Que história é essa?! — Repreendo, tomado pela vergonha.

— Você vai descobrir o que eu senti por sua mãe lá no começo de tudo e eu te juro... a sensação é insuperável. Você já anda até mais feliz, não percebeu?

Sem falha, Jimin me vem à memória. Sua presença única, sua voz, seu jeito de me tocar e de me fazer rir.

Ele é, certamente, parte do motivo.

Mas como meu pai sabe? Eu acabei de admitir para mim mesmo que estou me apaixonando por Park Jimin. Como meu pai já percebeu?

— Vocês tiveram anos difíceis, não foi? — Depois de segundos de silêncio sob minha ponderação, ele questiona. O tom torna-se mais baixo, preocupado, entristecido. — Porque eu não estava aqui. Você, sua mãe e seu irmão sofreram muito. Eu vi, Jungkook.

Ele não estava aqui.

Quando voltou?

Não importa. O que importa é que ele voltou, que está aqui novamente.

— Eu senti sua falta, pai... — Confesso, com o coração dominado por esse alívio de tê-lo por perto mais uma vez.

— E eu sinto sua falta todos os dias. Sinto falta de todos vocês.

Eu abaixo meus olhos, atordoado pela sensação. Um sorriso nasce, porque eu tenho tudo, agora.

Minha mãe. Meu irmão. Novos amigos. Um primeiro romance. E, de volta, meu pai.

— Lembra de quando eu e sua mãe trabalhávamos até tarde e você e Junghee deixavam o jantar servido para nós dois? — Relembra, de repente, sempre de costas para mim. — E vocês sempre tiravam da própria comida aquilo que não gostavam. Cebola e ervilha. E colocavam nas nossas porções.

— Mãe come minhas ervilhas até hoje...

— Ela também não gosta de ervilhas, sabia? — Meu pai confessa, junto a uma risada. — Nunca gostou, mas também nunca gostou de jogar comida fora. Come sem fazer careta. Um mulherão, não é?

Ela é. Minha mãe é a mulher mais incrível que existe no mundo, ainda mais agora que sei que ela também não suporta ervilha.

— É disso que eu mais sinto falta, Jungkook. — Ele continua. A luz que vem do sol é calorosa, ilumina a cozinha em tons suaves de um branco pacífico que me acalma a alma, enquanto ouço: — Das coisas simples da nossa família. Dos jantares que me esperavam à noite, quando você e Junghee já estavam dormindo...

CEM CHANCES • jjk + pjmWhere stories live. Discover now