[f(7) = 2x - 7] Fora da curva

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— Jeon? — Jimin me chama novamente, diante da minha ausência de resposta e constante expressão de dor e confusão. — Jungkook?

Minha mente gira e eu pressiono ainda mais minha palma contra a lataria do carro no qual me apoio, o osso do maxilar travado para conter um grunhido frustrado e confuso.

— Jeon, há quanto tempo você está com febre? — Park insiste, inquisitivo. — Você está pegando fogo!

Diante de sua afirmação assustada, eu retomo a consciência sobre seus dedos em minha testa e seguro seu pulso para afastar sua mão de mim, num gesto enfraquecido pela vertigem.

— Não é febre, eu só... — Tento dizer, mas falho. Não é a dor em minha perna que me faz gaguejar, mas a confusão desesperadora em minha mente.

— Isso definitivamente é febre. Passar a madrugada inteira na ponte deve ter detonado você — Ele pondera.

Sua preocupação é esquisita. Por que Park Jimin se preocuparia comigo?

Eu quase me deixo levar pela possibilidade de que talvez ele não me odeie tanto quanto imaginei (e quanto nega odiar) mas me sinto idiota ao perceber. Eu sou a única pessoa com quem ele pode contar agora.

Esse é seu único motivo para se preocupar.

— Quer saber? Você precisa de um banho quente e de um café da manhã mais reforçado. — Jimin muda de ideia de repente, e volta a me puxar pelo braço.

— O que você está fazendo? — Pergunto, desconfiado.

— Cuidando de você.

Essas são, certamente, as palavras que eu nunca esperava ouvir de Jimin, mas ele parece surpreendentemente sério sobre isso.

— Só preciso fazer algo antes — Continua, alheio ao meu choque, enquanto eu cambaleio, seguindo-o em direção à calçada, e seus dedos continuam envolvendo meu pulso até que saímos completamente do estacionamento e, na calçada, paramos diante do velho do hambúrguer, que está encolhido no banco ao lado da entrada da MoonMoon.

— Jimin — O senhor diz, feliz ao vê-lo. — Veio cedo, hoje.

— Oi, Namoo. — Ele responde, já se agachando na frente do senhor para abrir a bolsa que esteve pendurada em seu ombro, então tirou dali a mesma manta que usou para nos cobrir. — Não vou poder vir mais tarde, então trouxe isso para você.

Eu continuo parado no mesmo lugar, silenciosamente observando enquanto Jimin usa o tecido grosso para cobrir as pernas do senhor magro.

Ele realmente volta aqui todos os dias para fazer isso?

— Tome isso também — Ele prossegue ao retirar da bolsa duas barras de cereal. Por último, retirou duas notas de sua carteira e passou para o velho. — As barras não são gostosas, mas são nutritivas. E o dinheiro é para o hamburguer, porque nem só de coisas saudáveis vive o homem.

— Jimin, você sabe que eu não posso aceitar seu dinheiro... — O senhor diz, hesitante.

— Só dessa vez. — Insiste, empurrando as notas contra a mão do outro com cuidado. Ao completar, ele parece se sentir culpado: — Não quero que você fique com fome e eu realmente estou com um pouco de pressa.

O senhor olha para as notas pousadas sobre sua luva gasta, então encolheu os ombros e ofereceu um sorriso para Jimin, que fica de pé novamente.

— Você é um menino de ouro, rapaz. — Jimin nega com um gesto singelo, e Namoo olha para as coisas em sua mão antes de olhar para Park novamente. — Aquela pessoa de quem você gosta... já disse a ela como se sente?

CEM CHANCES • jjk + pjmWhere stories live. Discover now