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No capítulo anterior:

— Meu deus, Hoseok!

Em alerta, eu volto a olhar para eles tão rápido quanto consigo, sentindo meus olhos arregalarem involuntariamente quando vejo Hoseok tentando ficar de pé, pálido como uma folha de papel e com sangue escorrendo pelas narinas.

Sua mão está apoiada na parede, parecendo tentar buscar algum sustento, mas logo seus olhos piscam numa rapidez incomum e sua palma desliza pela superfície de concreto à medida que seu corpo desfalece.

E com um baque oco, o corpo de Hoseok cai desacordado no chão.

[...]

🔮

— Isso tudo é... é demais. É demais, cara. — Yoongi diz, enfurnado na enfermaria do hospital ao nosso lado.

Hoseok está deitado no leito, um cateter enfiado na veia e o rosto menos pálido, mas ainda quase sem cor.

Depois de seu desmaio repentino, nem eu, nem Jimin sabíamos o que fazer. A irreversibilidade do que acontece em nossos corpos foi um agravante, porque ambos sabemos que nada disso será revertido depois da próxima meia-noite. Por isso, nós o trouxemos a um hospital.

Aqui chegando, o médico que o atendeu supôs que a causa do desmaio foi o baixo nível de açúcar no sangue — mas nada foi concluído, nem sobre o desmaio, nem sobre o sangramento repentino.

"Precisamos fazer alguns exames" ele disse, mesmo garantindo que parece um evento isolado.

Para nossa sorte, é melhor que seja. Porque assim que o relógio marcar meia-noite e tudo reiniciar, Hoseok ainda pode estar sob algum risco desconhecido, mas ninguém da equipe médica lembrará de tê-lo socorrido, tampouco os registros médicos de hoje existirão.

Com a agonia que isso despertou, a suposta ajuda de Yoongi se tornou ainda mais urgente, por isso eu liguei e liguei e liguei até ele me atender novamente. Depois, Jimin insistiu e insistiu e insistiu para que ele viesse até o hospital.

Ele parecia irredutível em sua decisão de nos ignorar. Quando Jimin disse que era Hoseok a causa de estarmos no hospital, o não-bruxo piromaníaco parece ter subitamente mudado de ideia.

Agora, nós tivemos a chance de explicar tudo para ele. Preciso admitir, Jimin se saiu muito melhor que eu nessa tentativa. Aparentemente ele tem mais habilidades sociais que eu.

Grande surpresa.

Mas nem mesmo suas explicações detalhadas e pacientes foram suficientes para convencer Yoongi de tudo que tentamos dizer a ele. Bem, eu amo culpar outras pessoas por tudo, mas não acho que posso culpá-lo por não acreditar num papo lunático como esse.

O azar? O papo lunático é, na verdade, real.

No exato momento, os olhos de Yoongi estão pousados em Hoseok, que mal olha para qualquer um de nós. Ele continua olhando pela janela, com a presença fraca, a cada segundo mais diferente daquilo que costumava ser.

É como se, pouco a pouco, segundo a segundo ele estivesse... apagando.

— Acredite no que eles te explicaram... — É a primeira coisa que ele fala desde que Yoongi entrou no quarto, ainda com o olhar distante. — Nós estamos vivendo o inferno e não tem ninguém para nos ajudar.

Yoongi massageia a própria nuca. Parece mil vezes mais balançado agora que Hoseok se manifestou.

— Vocês não brincariam com isso, não é? Vocês não inventariam tudo isso, até colocar alguém numa cama de hospital, só para tirar uma com a minha cara. Certo? — Ele pergunta. Ainda desconfiado, mas mais tendencioso a nosso favor, finalmente.

CEM CHANCES • jjk + pjmWhere stories live. Discover now