Capítulo 21 - O Herdeiro

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A câmara era comprida e mal iluminada. Haviam várias colunas de pedra em formato de cobra. Harry e Kally puxaram as varinhas e continuaram andando. Caminharam até chegarem no último par de colunas, e viram, no fundo havia uma estátua alta, mais alta que as outras. Na frente da estátua, estava Gina, desacordada.

- Gina! - Harry e Kally murmuraram, correndo até a amiga.

- Gina... não esteja morta... por favor não esteja morta... - Harry disse, largando a varinha e segurando Gina. O rosto da menina estava branco e frio, estava de olhos fechados.

- Acorde, Gina! Por favor acorde! - Kally murmurou, sacudindo o corpo de Gina.

- Ela não vai acordar. - Disse uma voz.

Os dois se viraram, ainda de joelhos ao lado de Gina. Era um garoto alto, de cabelos negros, ele era diferente, parecia meio borrado.

- Tom... Tom Riddle? - Harry disse.

O garoto confirmou com a cabeça, sem tirar os olhos de Harry.

- Que é que você quer dizer com ''ela não vai acordar''? - Kally perguntou. - Ela não está... não está...?

- Ainda está viva. Mas por um fio. - Tom Riddle disse, sem tirar os olhos de Harry.

- Você é um fantasma? - Harry perguntou.

- Uma lembrança. Conservada em um diário durante cinquenta anos.

Apontou para um diário preto no chão.

- Você tem que nos ajudar, Tom. Temos que tirá-la daqui. Tem um basilisco... não sei onde está, mas pode chegar a qualquer momento... Por favor, nos ajude... - Harry disse.

Harry foi se levantar do chão e apanhar sua varinha, mas ela não estava mais lá.

- Você viu? - Harry perguntou.

Riddle agora girava a varinha de Harry em suas mãos.

- Obrigado. - Harry disse, estendendo a mão para a varinha, mas Riddle a afastou - Escute aqui. Temos que ir embora! Se o basilisco chegar... - Harry disse.

- Ele não virá até ser chamado. - Riddle disse.

- O que quer dizer? Olhe, me dê a varinha, posso precisar dela... - Harry disse.

- Você não vai precisar dela. - Riddle disse.

- Que é que você quer dizer, não vou...? - Harry disse.

- Esperei muito tempo por isso, Harry Potter. Por uma chance de vê-lo. De lhe falar.

- Olhe, acho que você não está entendendo. Estamos na Câmara Secreta. Podemos conversar depois... - Harry disse.

- Vamos conversar agora. - Riddle disse, sorrindo.

- Como foi que Gina ficou assim? - Kally perguntou.

- Bem, essa é uma pergunta interessante. E uma história bastante comprida. Suponho que a razão de Gina Weasley estar assim é porque abriu o coração e contou todos os segredos para um estranho invisível. E quem é você? - Riddle disse.

- Kally, Kally Snape. E do que é que você está falando? - Kally perguntou.

- Do diário. Do meu diário. A pequena Gina anda escrevendo nele há meses, me contou suas tristes preocupações e mágoas, como os irmãos implicavam com ela, como teve que vir para a escola com vestes e livros de segunda mão, como, como achava que o bom, o famoso, o importante Harry Potter jamais iria gostar dela... - Riddle disse.

Riddle não desgrudava os olhos de Harry, estava com uma expressão faminta.

- É muito chato ter que ouvir os probleminhas bobos de uma garota de onze anos. Mas fui paciente. Respondi. Fui simpático, gentil. Gina simplesmente me adorou. "Ninguém nunca me compreendeu como você, Tom... É uma alegria ter este diário para fazer confidências... É como ter um amigo portátil que se leva para todo lado no bolso..." - Riddle disse.

Riddle deu uma risada e continuou.

- Ainda que seja eu a dizer, Harry, sempre fui capaz de encantar as pessoas de quem eu precisei. Então Gina me revelou sua alma, e por acaso essa alma era exatamente o que eu queria... fui ficando cada vez mais forte com a dieta dos medos mais arraigados e segredos mais íntimos. Fiquei poderoso, muito mais poderoso do que a pequena Srta. Weasley. Suficientemente poderoso para começar a alimentá-la com alguns dos meus segredos, e começar a instilar nela um pouco da minha alma...

- Do que é que você está falando? - Harry perguntou.

- Você ainda não adivinhou, Harry Potter? - Riddle perguntou. - Gina Weasley abriu a Câmara Secreta . Ela estrangulou os galos da escola e escreveu mensagens ameaçadoras nas paredes. Ela açulou a serpente de Slytherin contra quatro sangues-ruins e a gata daquela aberração do Filch.

- Não... - Sussurrou Harry.

- Sim. É claro que ela não sabia o que estava fazendo no início . Era muito divertido. Eu gostaria que você tivesse visto as anotações que a garota fez no diário depois... ficaram muito mais interessantes. - Riddle disse.

Kally estava boquiaberta, e os punhos de Harry estavam fechados. Riddle continuou.

- Levou muito tempo para a burrinha da Gina parar de confiar no diário. Mas ela finalmente desconfiou e tentou jogá-lo fora. E foi aí que você entrou, Harry. Você o encontrou e eu não poderia ter me sentido mais satisfeito. De todas as pessoas que podiam tê-lo apanhado, foi você, exatamente a pessoa que eu estava mais ansioso para conhecer... Também queria terminar a tarefa de Salazar Slytherin.

- Bem, você não a terminou. Desta vez ninguém morreu. - Harry disse.

- Acho que ainda não disse que matar sangues-ruins não me interessa mais. Há muito meses, meu alvo tem sido... você. - Riddle disse. - Tenho muitas perguntas a lhe fazer Harry Potter.

- Por exemplo:...? - Harry perguntou.

- Bem, como foi que você, um garoto magricela, sem nenhum talento mágico excepcional, conseguiu derrotar o maior bruxo de todos os tempos? Como foi que você escapou apenas com uma cicatriz, enquanto os poderes do Lord Voldemort foram destruídos?

- Que lhe interessa como escapei? Voldemort foi depois do seu tempo... - Harry disse.

Riddle tirou a varinha de Harry do bolso e escreveu na parede: TOM SERVOLO RIDDLE. Em seguida, agitou a varinha e embaralhou as letras do seu nome: EIS LORD VOLDEMORT

Kally - A filha de Snape e LilyWhere stories live. Discover now