Capítulo 92 - O enterro

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- Eu estava lá e vi. Voltamos direto para a Torre de Astronomia porque vimos a Marca lá... Dumbledore estava mal, fraco, mas acho que percebeu que era uma armadilha quando viu passos rápidos subindo a escada. Ele me imobilizou, não pude fazer nada, estava coberto pela Capa da Invisibilidade.. então, Malfoy entrou e desarmou Dumbledore... - Harry explicou.

Mas Kally não prestava mais atenção nele. Ela não prestava mais a atenção em nada. Desde que seu irmão contou que seu pai havia matado Dumbledore, a menina congelou, apenas segurava firme a mão de Tonks.

Harry abriu a boca para continuar a contar o que havia visto mais cedo, mas Tonks o parou quando viu o estado de Kally.

- Kally? Kally! Você está bem?! - Ela chamava pelo nome da menina que havia crescido como sua irmã.

Mas Kally não demonstrava nenhuma reação quando Tonks começou a sacudir seu braço. A menina havia congelado, e a única reação que ela esboçava eram as lágrimas que agora caíam de seu rosto.

Tonks passou seu braço em volta de Kally para ajudar a menina a se segurar, enquanto isso, levou-a até uma das camas, e em nenhum momento soltou a mão de Kally. Astoria e os outros alunos da Sonserina que estavam ali, foram todos até a cama de Kally.

- Ela entrou em choque. - Lupin disse.

Madame Pomfrey abriu caminho entre os amigos de Kally que a cercavam e a examinou.

- Entrou mesmo. - A enfermeira confirmou.

Kally estava com a pele mais pálida e fria do que o normal, além de estar respirando mais lentamente.

Em seguida as portas da ala hospitalar se abrem e Profa. McGonagall entra. Ela tinha arranhões no rosto e as vestes rasgadas.

- Molly e Arthur estão a caminho. - Ela anunciou. - Harry, o que aconteceu? Segundo Hagrid, você estava com o Prof. Dumbledore quando ele... quando aconteceu. Ele diz que o Prof. Snape esteve envolvido em alguma...

- Snape matou Dumbledore. - Harry a interrompeu.

Madame Pomfrey conjurou uma cadeira quando viu o estado de McGonagall.

- Snape. Todos nos perguntávamos... mas ele confiava... sempre... Snape... não consigo acreditar...

Foi então que a professora percebeu a presença de Kally na ala hospitalar.

- Kallyne, querida... - Ela disse se levantando para ir em direção à menina.

- Sente-se, Minerva. - Madame Pomfrey ordenou. - Você não está em um estado bom para ficar de pé. Além do mais, a Srta. Snape precisa de espaço. Quero que no máximo duas pessoas fiquem com ela.

Os amigos de Kally deram espaço para a menina, sobrando apenas Tonks e Harry. Cada um sentou em uma cadeira, um do lado esquerdo da cama e o outro no direito.

- Snape era um Oclumente excepcionalmente talentoso. Sempre soubemos disso. - Lupin continuou.

- Mas Dumbledore jurou que ele estava do nosso lado! - Tonks sussurrou, enquanto segurava firme a mão da irmã de criação. - Sempre pensei que Dumbledore soubesse alguma coisa de Snape que ignorávamos...

- Ele sempre insinuou que tinha uma razão inabalável para confiar em Snape. - McGonagall disse. - Quero dizer... com o passado de Snape... é claro que as pessoas duvidavam... mas Dumbledore me confirmou, de modo explícito, que o arrependimento de Snape era absolutamente sincero... não queria ouvir uma palavra contra ele.

As pessoas continuaram conversando como se Kally não estivesse ali. E não estava. Seu corpo até podia estar, mas a mente de Kally só pensava no pai. Será que ele foi um Comensal durante todos esses anos? Servir a Voldemort era mais importante do que sua própria filha?

- Eu adoraria saber o que Snape disse para convencê-lo. - Tonks comentou.

- Eu sei. - Harry disse, fazendo todos se virarem para ele. - Snape passou a Voldemort a informação que fez Voldemort caçar meus pais. Então, Snape disse a Dumbledore que não tinha consciência do que estava fazendo, que lamentava o que tinha feito, lamentava que eles tivessem morrido.

Kally, que até agora parecia não estar ali, voltou a si quando Harry disse isso.

- O-o que? - Ela disse, soluçando enquanto lágrimas continuavam a escorrer de seus olhos, ainda segurando na mão de Tonks.

Harry viu que o que ele havia falado a afetou, então resolveu não falar mais nada.

Tonks se sentou na cama onde Kally estava, e imediatamente, a menina soltou sua mão, e a abraçou com toda a força, enterrando a cabeça debaixo do pescoço de irmã mais velha.

Seu pai era o culpado pela morte de sua mãe? Durante todos esses anos ele a criou somente pelo sentimento de culpa em ter entregado James e Lily a Voldemort? Foi uma questão de segundos até Kally desmaiar.

- K-Kally? - Tonks chamou ao perceber que o corpo da menina havia se soltado. - Oh céus...

- Deite-a. - Madame Pomfrey disse. - Ela ficará bem, não se preocupe.

McGonagall, que era a vice-diretora, conversou com todos ali presentes (agora junto de Molly e Arthur) e decidiu mandar os alunos para casa mais cedo.

- O que faremos com Kally? - McGonagall perguntou. - De maneira nenhuma vou deixar que ela volte a morar com o pai.

- Kally é mais que bem-vinda a morar conosco, Minerva. - Molly sugeriu.

Assim que a Sra. Weasley disse isso, Astoria, Blaise e os outros amigos de Kally começaram uma discussão, todos dizendo que ela poderia ficar na casa deles.

- Chega! - Tonks disse, tentando soar alto, mas sem gritar. - Kally cresceu todos esses anos comigo e meus pais, enquanto o pai dela trabalhava aqui. Ela nos vê como sua família, e nossa casa como a casa dela também. Não tenho dúvidas de que o certo é ela ir morar conosco.

Todos se calaram.

- Está decidido, então. - Minerva disse. - Agora, acho que aqui, cheio de gente, não é o lugar ideal para ela descansar. Alguém leve-a até seu dormitório.

Tonks pegou Kally nos braços, a levou até o dormitório, junto dos outros alunos da Sonserina, e a colocou na cama.

Todas as aulas foram suspensas e os exames foram adiados. Uma delegação de funcionários do Ministério foi acomodada na escola.

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O Expresso de Hogwarts iria partir uma hora após o funeral. Todos estavam com vestes formais, e ninguém parecia estar com fome.

Os alunos todos se achavam cada um na mesa de suas respectivas Casas. Kally se encontrava envolta nos braços de Astoria, que sabendo o que a amiga estava passando, não quis falar nada desde o momento que Kally havia acordado.

A cadeira central, sempre ocupada por Dumbledore, agora se encontrava vazia. McGonagall não quis ocupá-la por respeito ao diretor. A cadeira de Snape agora se encontrava ocupada por Rufo Scrimgeour, o novo Ministro da Magia.

- Está quase na hora. - McGonagall começou, ficando de pé. - Por favor, acompanhem os Diretores de suas Casas até os jardins. Alunos da Grifinória, venham comigo.

Os alunos da Sonserina todos se levantaram e seguiram Slughorn, agora o novo Diretor da Casa.

Kally notou, quando chegaram nos jardins, que pelo menos metade das cadeiras já haviam sido ocupadas. Viu Tonks ao lado de Lupin, os dois de mão dadas.

Durante todo o caminho até lá, e mesmo depois de se sentarem nas cadeiras, Astoria não largou a mão de Kally.

Um coro de sereianos cantava.

Um homem vestido todo de preto dizia algumas coisas para a multidão que cercava o corpo do ex-diretor.

A partir de agora, tudo seria diferente.

Kally - A filha de Snape e LilyDove le storie prendono vita. Scoprilo ora