8- Multiverso?

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Acordei em um  hospital às 5:00 da manhã com uma dor muito forte na cabeça, passei a mão no local e encontrei um pequeno curativo.  Olhei pela janela e descobri que estava no hospital em Carapina perto do aeroporto de Vitória e decidido a sair dali comecei a procurar meu celular pelo quarto em que eu estava, porém sem sucesso.

Andei pelo corredor e vi a recepção vazia então sem pensar duas vezes peguei o telefone e liguei para Felipe.

- Atende Felipe, que merda.- Pensei auto enquanto o telefone chamava.

Por um instante pensei em sair do hospital daquele jeito mas chamaria muita atenção vestido com uma regata e uma samba canção com desenhos de bananas .

Finalmente meu amigo atendeu o telefone .

- Puta que pariu Rafa  são 5 horas da manhã, eu realmente espero que tenha uma ótima desculpa para ter me acordado a essa hora.

- Eu tenho, não desligue, eu juro que tenho. Estou no hospital particular em Carapina  aquele perto do aeroporto. - Falei rápido olhando para os lados para ver se estava vindo alguém.

- Por que?

- Porque com certeza a emergência achou o cartão do plano de saúde na carteira que estava no carro, de outro modo iria me levar para o hospital público. - Expliquei .

- Não é isso seu idiota, eu quero saber porque motivo está em um hospital?

- Lipe apenas venha me buscar, e traga uma muda de roupa.- Desliguei o telefone e  voltei para o quarto a fim de não chamar atenção e calculei mais ou menos o tempo que Felipe gastaria para chegar no hospital, quando fui à recepção novamente encontrei meu amigo com uma sacola de supermercado na mão ; peguei a sacola e fui ao banheiro colocar uma roupa decente.

- A calça jeans ficou um pouco larga .- Reclamei ao sair do banheiro e antes que alguém chegasse fomos para o carro, até passamos por um segurança mas ele estava aproveitando a falta de movimento no hospital para ver conteúdo adulto no celular e sei disso por motivos óbvios. 

...

Dentro do carro...

-Você ainda não me falou  porque eu te ajudei a fugir de um hospital às 5 horas da madrugada. - Meu amigo  dirigia  sem fazer a a mínima ideia do que estava acontecendo.

- Coisas estranhas andam acontecendo comigo, muitas vezes acordo às três da manhã, ando vendo números repetidos constantemente e por vezes coisas estranhas acontece comigo quando vejo esses números, mas isso não vem ao caso. Ontem o Pança me ligou dizendo que viu uma pessoa na casa dos Loureiros.

- Pança, o gordinho que sentava atrás de você no terceiro ano ?

- Sim o seu primo, foco Felipe, foco. Fui até a casa dos Loureiros pensando que a mulher que o pança havia visto poderia ser a mesma que vi no cemitério.

- "Pera" aí. Você havia dito que tinha visto a Duda no cemitério.- Meu amigo freiou subitamente me fazendo quase bater com atesta no painel do carro.

- Quando entrei no quarto da Duda eu a vi , e posso provar. Eu estava gravando com meu celular exatamente para você não me tirar de doido.

-Eu nunca faria isso. - Lipe falou revirando os olhos e voltando a dirigir em seguida.- Então para onde vamos?

- Para a casa dos Loureiros, devo ter  deixado o celular cair quando a Duda me abraçou.

- Te abraçou? - Meu amigo freiou bruscamente  me  lembrando que não devo esquecer de usar o  cinto de segurança.

Olhei para ele sério enquanto colocava o cinto e Felipe  com cara de "ops" voltou a dirigir.

...

Chegando  na casa dos Loureiros subi as escadas correndo em direção do quarto de Duda enquanto meu amigo  acendia as luzes e olhava para tudo a sua volta.

- Rafa, você tem certeza que essa casa não é mal assombrada? - Não respondi e  continuei subindo as escadas.

Chegando no quarto comecei a procurar o celular e o encontrei  debaixo da cama . Quando Lipe chegou no quarto eu  já estava abrindo a galeria e procurando o vídeo.

- Eureka !

- Quem hoje em dia fala Eureka? - Meu amigo falou enquanto chegava perto de mim para ver o que eu estava fazendo.

- Eu falo . - Disse enquanto   dava início ao vídeo:

-Eu estou gravando esse vídeo para provar a um certo amigo que eu não estou ficando doido.

Felipe revirou os olhos antes de  acender a luz do quarto e voltar para perto do celular para ver o vídeo.

-Alguém tirou a chave da porta da frente do lugar habitual então terei que entrar pela porta dos fundos. - Falei indo até à porta dos fundos e pegando a chave do meio de uma samambaia.  Entrei pela porta da cozinha, fui até à sala e subi as escadas em direção aos quartos.

- Parece que alguém usou a cozinha mas não tenho certeza. - falei enquanto começava a subir as escadas.
-Agora vou entrar no quarto da Duda.

-Rafa.

- Sério é só isso? - Lipe falou desdenhando meu vídeo. - Não dá para saber direito se é uma mulher ,um roqueiro cabeludo, ou um Yeti .

- Yeti é a sua bunda  . - falei voltando o vídeo e dando pausa exatamente na imagem da Duda.

- Não sei , não parece muito com a Duda essa mulher parece mais velha, talvez uma prima. - Felipe falou e me segurei para não perder a calma.

- Ela é exatamente igual a Duda seria  se  tivesse chegado aos 25 anos.

- Já pensou na tese da Duda não ter morrido de verdade?

- Felipe, pelo amor de Deus, você estava lá me viu tentando ressuscita- la , viu a Duda dentro do caixão, viu ela sendo enterrada.

- Então isso nos leva para a hipótese de um multiverso .


Felipe

Felipe

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