Capítulo 8

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POV ELIJAH

Empurro o homem, ele cai de costas na mesa, que balança freneticamente quando ele tenta se levantar, empurro-o novamente, dessa vez, a mesa cede e cai no chão, o barulho dos copos estilhaçando chama atenção de todos do bar.

Para. – Ouço Lotte dizer para mim, é mais como uma ordem do que um pedido, mas estou pouco me fodendo, acerto um soco bem no queixo do homem, ele fica desorientado, mas tenta me tirar de cima, avanço mais uma vez com um soco, dessa vez em seu nariz, sorrio maliciosamente quando ouço o som crocante que o osso dele faz ao quebrar.

– Para! Eu conheço ele. – Ela grita de trás de mim, quando decido que o homem quase inconsciente não é mais uma ameaça para ela, saio de cima e me viro para ela. – Porra, porra, porra, porra. O que caralhos você fez? – Ela repete enquanto encara o homem jogado no chão, não é preocupação com ele, mas sim, medo.

Medo dele.

Pego-a pelo pulso e a tiro de perto do cara de barba, a boate inteira está nos olhando, mas Lotte não para de repetir coisas que não entendo.

– Merda, eu estou fodida. – Ela sussurra para si mesma, enquanto puxo-a para o lado de fora da boate, o ar do amanhecer me faz querer respirar fundo, mas não tenho tempo para isso.

– Relaxa, ele não vai mais te incomodar. – Tento acalmá-la, o que obviamente não funciona.
Ela me encara com os olhos hiper dilatados.

– Você não entende, porra. – Ela diz seriamente. – Ele conhecia meu pai... Meu pai tinha uma dívida com o chefe daquele cara que você espancou.

– E o que você tem haver com isso? – Pergunto, desconfiado.

– O chefe daquele cara é o Capo dos Viola.

Viola.

Fico imóvel por muito tempo, apenas absorvendo a merda desastrosa que causei.

Não. Não. Não. Não.

– Porra! – Solto em um grito de raiva, algumas pessoas entrando na boate me encaram de cara feia. Viro a cabeça quando ouço gritos de horror da multidão, o cara que eu espanquei abre caminho entre as pessoas com o rosto coberto de sangue, o nariz está quebrado e provavelmente está cheio de cacos de vidro enfiados em si, ele aponta para mim e anda até nós, meio cambaleando.

Puta que pariu.

A garota fica imóvel de medo, pego em seu pulso e a puxo para mim sem delicadeza nenhuma, acho meu carro na rua e vou até ele com pressa, o homem continua atrás de nós, mas está lento e machucado.

– Eu vou matar sua vadia, Verdetto! – Ouço-o gritar de longe, ainda desviando de todas as pessoas horrorizadas. Abro a porta do copiloto e jogo a garota extasiada lá dentro, dou a volta e entro no mesmo segundo, dou a partida e arranco com o carro a toda velocidade, a Ferrari Vermelha canta nas ruas escuras da cidade.

Fodi com tudo.
E o filho da puta me reconheceu, eu sabia que era impossível, mas ainda tinha uma esperança que não reconheceria, mas reconheceu.

– Caralho. – Xingo mais uma vez, ela ainda está em choque demais para dizer alguma coisa.
Preciso pensar.

Para começo de conversa, essa cidade tem três pilares: Rosso, Viola e Blu. São os três grupos que comandam a cidade de todas as formas possíveis, para simplificar, são organizações mafiosas.
As três nunca se metem uma com a outra, é assim que mantemos a "paz" na cidade. Acontece que, meu pai é o Capo da Rosso, e eu, por associação, sou o herdeiro, e o cara que acabei de espancar faz parte dos Viola.
Ou seja, a paz acabou.

Intocável - Dark Romance Where stories live. Discover now