Capítulo 16

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POV ELIJAH

Sempre odiei essas festas que meu pai dá, ele só junta um monte dos clientes dele com os patrocinadores das minhas lutas com mais meia cidade disposta a entrar em território Rosso.

É horrível porque todo mundo me conhece, e todo mundo sente a necessidade infeliz de vir me cumprimentar.

Hoje é um pouco diferente, já que tenho Chary para tomar conta, principalmente porque não vou deixar Raffaello e André chegarem perto dela.
Nunca.
Nem eles e nenhum dos malditos que estão encarando ela desde que chegamos.

Esse evento é uma pura distração para a movimentação das ações do meu pai por debaixo do pano, hoje estamos fazendo com que o clã Rosso cresça mais, convidando alguns investidores e renovando alguns contratos, e é por isso que não deveriam ter tantos Viola aqui.
Os maiores dos Viola têm permissão vez ou outra para vir em alguma festa do meu pai, geralmente nem têm a decência de aparecer, mas hoje, contei cinco no salão.

Nenhum deles é Alexei ou o capacho que espanquei.

Ótimo.

Percebo o olhar de um Viola em Chary, por isso, passo um braço por cima do ombro dela como se fosse um gesto natural, ela demora um segundo para perceber o que estou fazendo, mas quando entende, se aproxima de mim e encosta a lateral do corpo no meu, ela está tão cheirosa que tenho dificuldade para lembrar o que tenho que fazer.

– Pareça tranquila. Eles estão investigando. – Digo baixo e sério, apenas para ela ouvir. Chary confirma uma vez com a cabeça, sinto-a se encolher em mim.

– Se aproveitar da proximidade para fazer alguma coisa eu juro que pego uma dessas garrafas caras de uísque e quebro na sua cabeça. – Ela diz cada palavra com muita calma, e mesmo sendo uma ameaça, sinto vontade de rir.

– Quanto carinho em suas palavras, Chary. – Digo com um sorriso malicioso. – Podemos resolver essa rivalidade na cama ou no ringue, você quem decide. – Brinco com bastante humor, embora esteja armando todas as defesas contra os Viola.

– Você perderia nos dois casos, Verdetto. – Ela solta sem nem perceber, porque logo após falar, fica vermelha feito um pimentão.
Me permito rir da reação dela.

– Por acaso você também luta? – Pergunto, distraído.

– Não, mas já te vi lutando, sei suas táticas e sei como você ganha – Ela dá de ombros, analisando cada convidado da festa com o olhar longe. – Eu posso superá-lo, simplesmente.

– Bom, mas você nunca me viu na cama, então, não sabe como me vencer.

Chary levanta o rosto para mim e franze o cenho, sorrio mais um pouco.

– Você é um nojento arrogante. – Diz ela, ergo uma sobrancelha.

– E você é uma puta mimadinha.

– Falou o garoto rico para caralho, que luta e se arrisca por pura diversão. – Ela diz cada palavra como se planejasse há muito tempo.
Esperta.

– Isso é preocupação comigo, Chary? – Provoco.

– Além de arrogante, é orgulhoso. – Ela revira os olhos, irritada.

– Bom, já que estamos disparando tantos elogios, eu posso finalmente dizer que você me deixou bem excitado com esse vestido.

– E isso é um elogio? – Ela franze a expressão de raiva, evito rir da cara dela para não levar um soco. – Vai se foder, seu babaca!

– Podemos fazer isso agora mesmo – Proponho com ironia falsa, ela revira os olhos. – No meu carro, em algum banheiro, na biblioteca, ou na...

– Você consegue não ser um escroto por um minuto? Te desafio. – Ela interrompe sem humor, dou de ombros simplesmente.

Minha expressão muda quando vejo Raffaello vindo em minha direção, ele está acompanhando de um dos maiores investidores dos Viola, exatamente o cara que não parava de encarar a Chary.
Só tenho tempo de apertar-la contra mim antes que Raffaello diga:

– Não sabia que sua noiva tinha associação com os Viola, primo.

– Não tenho. – Chary se apressa para responder, levo uma mão até sua cintura e aperto de leve, indicando para que não fale mais nada.
Ela me encara incrédula, mas para minha surpresa, e talvez pela primeira vez na vida, fica em silêncio.

– Creio que isso não seja da conta de ninguém, não é, primo? – Minha voz sai necessariamente ameaçadora, Raffaello percebe, porque sorri, se divertindo.

Acha que implicar com Chary é pegar em meu ponto fraco.
Só que eu não tenho ponto fraco.

– Incrível como entra na defensiva rapidinho... – Ele começa a falar, mas antes que eu dê um soco em sua cara, o outro homem interrompe:

– Luke é meu amigo – O Viola diz olhando para Chary, isso me irrita profundamente, ele finalmente volta o olhar para mim. – Luke foi o homem que você espancou, Sr. Verdetto.

– Agradeça por seu amigo ainda estar vivo. – Digo entredentes, sem humor algum. – E já que é amigo dele, passe meu recado: a próxima vez que ele encostar em algum pertence meu, não terei a mesma generosidade que tive naquela boate.

– É por isso que Elijah tem a fama de ser o Verdetto psicopata. – Raffaello diz alto, rindo como se fosse uma grande piada. – Ninguém é burro o suficiente para mexer com ele.

– Mesmo assim, ele não mereceu o que você fez... – O homem volta a falar, olhando para mim. – O que foi que ele fez de tão ruim? Apenas ficou alterado demais em uma boate e mexeu com a mulher errada.

– Cuidado com a língua, Viola,  você está sozinho em território inimigo. – Digo, completamente sem humor.

– Está me ameaçando? – O Viola pergunta, com os olhos semicerrados.

Solto um sorriso preguiçoso para ele.

Quando eu estiver te ameaçando, não precisará perguntar. – Digo, simplesmente, ele arregala os olhos, em surpresa pela minha resposta direta. – Se me der licença, já cansei dessa festa.

Aperto Chary em meu braço e saio de perto dos dois homens, quando já estamos longe o suficiente, ela me empurra com força, seu rosto está franzido de raiva.
Suspiro exausto, o que foi que fiz dessa vez que desagradou a princesinha?

– Não sou um pertence seu, porra. – Ela solta com raiva, dou uma risada rápida, então foi isso.

– Para sua própria segurança, sugiro que faça todos pensarem que é.

...

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