Capítulo 14

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POV CHARLOTTE

Talita me contou que Elijah passa a maior parte do tempo trancado no escritório trabalhando em alguma coisa, e disse que em hipótese alguma devo incomodá-lo enquanto ele estiver lá, mas, não prestei atenção o suficiente nessa última parte, e é por isso que passo pela sala do apartamento e soco com força a primeira porta do corredor, não demora muito para que eu ouça:

– Eu vou matar o filho da puta atrás dessa porta! – Ele grita do outro lado, escondo o sorriso quando ele abre a porta de uma vez, sua expressão de puro ódio se suaviza por um segundo com a surpresa, depois a raiva se transforma na que eu conheço, esse tipo de raiva dele é só para mim.

– Eu estou ocupado, não me atrapalhe. – Ele resmunga, completamente mal humorado.

Tenho que admitir que a diferença de altura entre nós dois me excita um pouco, mas é apenas isso, de resto, tudo em Elijah Verdetto é repugnante para mim.

– O que exige tanto sua concentração assim? Punheta? – Pergunto com humor, os olhos dele brilham pela provocação.

Ouço uma risada escandalosamente alta de dentro do cômodo.

– Virei fã dessa garota. – Paolo grita de algum lugar do escritório, não escondo o sorriso malicioso.

– Que caralhos você quer agora? Precisa de ajuda para comer sua papinha? – Ele pergunta, irritado e de mau humor.
Cerro os olhos, esquecendo por um momento o que vim fazer aqui.

– E você precisa de ajuda ou só sua mão da conta? – Solto antes que possa controlar.

Os olhos dele brilham mais um pouco.

– Não faz ideia do que uma única mão minha faria com você.

Preciso de um segundo para absorver a frase.

– Posso imaginar que nada muito empolgante. – Digo, com uma indiferença falsa.

– Creio que compartilhar o chiclete já seja muito empolgante para uma garotinha como você. – Ele aproxima o rosto do meu para falar, sinto vontade de socá-lo com toda a minha força.

Queimo-o com meu olhar, sabendo que perdi a troca de farpas dessa vez.
Ele sorri, vitorioso.

– Um à zero para o Elijah, Charlotte. – Paolo se intromete com humor, reviro os olhos para os dois, Elijah me encara com uma expressão maliciosa pelo meu gesto, evito revirar os olhos novamente.

– Quero ir falar com o Jae. – Imponho. O humor dele some imediatamente.

– Não, você não vai a lugar nenhum. – Ele rebate com seriedade, cruzo os braços e o encaro. – Manda uma mensagem avisando que está bem, só isso.

– Você pegou a porra do meu celular, esqueceu? – A raiva nasce em minha voz novamente, ele ergue uma sobrancelha para mim.

– Isso é problema seu, não? – Diz com ironia, calculo o quanto de força preciso usar para chutá-lo. – Pode sair da minha frente agora.

– Vai se foder, seu arrogante do caralho. – Xingo para aliviar a raiva, o que obviamente não funciona, porque ele ri de mim.

– Isso é jeito de falar com seu noivo? – Diz com ironia, mas sua expressão não mostra humor nenhum, parece mais como um aviso, um alerta para que eu me comporte como uma garota apaixonada.

Ele suspira, aparentemente cansado da nossa briguinha.

– Eu te devolvo o celular com uma condição. – Diz com seriedade, está falando baixo, provavelmente porque aqueles dois homens ainda estão no apartamento.

– Gentileza sua devolver o meu celular em troca de um favor. – Solto de mau humor, ele cerra os olhos para mim. – O que tenho que fazer?

– Preciso de uma acompanhante para a festa de hoje à noite.

Fico esperando ele dizer mais alguma coisa, mas Elijah se vira de costas para mim e entra novamente no escritório, antes que ele feche a porta na minha cara, me enfio no cômodo também, ele ergue uma sobrancelha para mim, imito o gesto.

Que foi? – Ele resmunga.

– Talita já me disse que você não tem dificuldades em arrumar acompanhantes. – Falo sem humor. – Não precisa de mim.

– Não pegaria muito bem aparecer em um evento importante com uma mulher que não seja minha noiva. – Ele completa como se eu fosse burra.

Filho da puta.

– Então vai continuar com isso? Essa é a ideia mais idiota que já ouvi.

Ouço mais uma vez a risada de Paolo, que agora está sentado confortavelmente em uma cadeira perto da mesa enorme do cômodo.

– Você está bem fodido, irmão. – Ele diz, entre as risadas. – É mais fácil convencer uma porta a fingir ser sua noiva do que essa aí.

Essa aí.

Elijah olha de soslaio para Paolo, ele resmunga um xingamento e volta o olhar para mim.

– Essa é a condição. Aceita ou não, lindeza? – Pergunta como se eu tivesse alguma outra opção além de aceitar.

...

Intocável - Dark Romance Where stories live. Discover now