Capítulo 12

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POV ELIJAH

Ouço o clique que a porta sempre faz quando é fechada com delicadeza.
Um sorriso involuntário nasce em minha expressão.

Ela está tentando fugir de mim.

Largo a papelada em uma bagunça organizada, arrumo depois, e saio do escritório com uma nova emoção circulando em meu sangue, fazia muito tempo que não sentia essa adrenalina.
Faço questão de demorar para chamar o elevador justamente para dar a ela alguns minutos de vantagem, não vai ter graça se eu pegá-la tão rápido.
E quando o elevador chega, aparento estar calmo e paciente, mas por dentro, estou borbulhando de euforia.

Vou achar e pegar ela de volta.
Boa caça para mim.

POV CHARLOTTE

Não sei para onde estou indo, mas não paro de correr.
Minhas pernas ardem e meus pulmões ardem, mas continuo em movimento.
Esse condomínio é gigante.

POV ELIJAH

O cabelo dela é escuro o suficiente para camuflá-la na noite, mas ela, por outro lado, não é boa em se esconder, nem em correr silenciosamente.
Alcanço-a em poucos segundos, e quando estou perto o suficiente, agarro um dos pulsos, ela para de correr contra a própria vontade, o que a faz perder completamente o equilíbrio, seguro-a firmemente com uma mão, Chary arregala os olhos quando percebe que sou eu, seus lábios estão entreabertos pela falta de ar, e suas bochechas estão levemente avermelhadas pelo esforço físico.
Quase nem reparei em como ela fica vestida com minha camiseta, quase.

– Ia embora sem se despedir, lindeza? – Minha voz sai divertida, não me divirto tanto faz tempo.

Ela puxa o braço com força para se libertar, mas não adianta.

– Não gosto de me sentir presa. – Ela diz, ofegante.

– Você não estava presa, mas agora terei que tomar algumas medidas para que não fuja novamente. – Explico, paciente. Ela revira os olhos, sorrio com o gesto.
Levo um susto ao ouvir passos vindo em nossa direção, quando percebo que é apenas o segurança, ele já desviou de rota, sem nem nos enxergar na escuridão; Chary percebe que fraquejo por um segundo, mas em vez de usar o momento para correr, ela escolhe se aproximar de mim, quase involuntariamente, como se quisesse ser protegida.

Interessante.

Aproveito para absorver a forma que eu adorei vê-la em minhas roupas, é uma sensação viciante.

– Não se preocupe, não vou deixar que nenhum perigo noturno te machuque. – Ironizo sem humor, vejo que ela está prestes a revirar os olhos, mas por algum motivo, não faz, em vez disso, se aproxima um pouco, só um passo, mas é o suficiente para me surpreender.

– Cadê sua capa de herói? – Ela pergunta com sarcasmo, mas seu olhar transmite algo a mais, uma nova emoção, parecida com interesse.
Cerro os olhos para ela, sem entender o porquê da mudança repentina de humor.

– Eu só estava assustada, está bem? Achei que podiam me achar aqui, então, eu corri... – Começa com um tom de voz totalmente desconhecido por mim, gentileza. – Mas eu devia saber que você estaria aqui para me proteger.

Por que ela pensaria que eu não a protegeria?
Sinto-a se aproximar mais, seu corpo gruda no meu, está gelado em comparação com o meu, fecho os olhos quando ela leva a mão livre até meu rosto e contorna a linha do meu maxilar com o dedo, é tão leve e delicado que parece de mentira.

Intocável - Dark Romance Onde as histórias ganham vida. Descobre agora