Capítulo 31

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Helena nos recebeu com o mesmo afeto caloroso de sempre, como nas vezes anteriores

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Helena nos recebeu com o mesmo afeto caloroso de sempre, como nas vezes anteriores. É estranho como me senti dessa vez ao olhar para o lar Greco, para ela. Notei detalhes de uma opulência quase divina, que antes haviam passado despercebidos. Tudo me pareceu mais evidente, talvez porque agora compreendo melhor a posição de poder que os Grecos ocupam.

Eu sou um peixe, um peixinho bem pequeno, diante de tubarões. Mesmo o meu pai, me parece maior do que sou capaz de compreender. Cercada por uma imensidão de riqueza e influência, me sinto engolida por tanta magnitude.

É tão evidente que Helena e meu pai são realmente bons amigos. A maneira descontraída com que se tratam revela uma amizade sólida. Ele parece genuinamente gostar dela e a respeitar como a dama que ela é. Não é difícil entender por que o Sr. Greco a escolheu, o que me leva a questionar a inteligência do filho dele. Talvez o Heitor se identifique com a arrogância e estupidez da Natalie. Talvez eles se completem com suas almas podres.

Ao dirigir seu olhar para mim, Helena não escondeu nada, pareceu saber da ideia repentina de noivado. Ela sabe o que se passa, talvez melhor do que eu, a real razão por trás disso. Talvez ela seja mais óbvia do que eu imaginava, ou talvez mais do que ela mesma reconheça. Sua opinião eu ainda não sei, pois ela nos convidou para um chá da tarde que logo seria servido na varanda Oeste, e no qual todos os demais estariam presentes.

Meu coração palpitou. Não! Parecia prestes a saltar pela boca só de pensar que Heitor estaria presente. Não suportaria sua presença, não hoje. Eu sei que voltarei a vê-lo, é inevitável, mas tudo que ele terá de mim será desprezo. Porém, ela esclareceu no mesmo contexto do convite que seu primogênito havia saído em viagem, sem uma data específica de retorno. Forcei-me a não imaginar onde ele está? Pior, com quem?

Nós a seguimos enquanto ela me perguntava realmente afetuosa sobre a minha mãe, e também sobre o meu bem estar.

Eu não sou tão ingênua ao ponto de achar que essa ideia de noivado, esse método de formar alianças, que as famílias abastadas utilizam, seja motivado por algum sentimento que o Adam nutre por mim. Acho muito difícil. Ele nem me conhece. São puramente negócios, estratégia.

Chegamos a ala Oeste, tudo tão lindo e perfeito quanto todo o resto. O sol do fim de tarde ainda presente, e uma porção de Grecos, relaxados em volta de uma mesa redonda, repleta de guloseimas, e chá, chá fumegante e com um aroma incrível. A visão deles reunidos, nunca será considerado algo comum. Impossível!

Não houve nada atípico nas atitudes dos homens, mesmo o Adam foi exatamente como antes. Puro bom humor, e mais fome do que o imaginável, ele estava mesmo concentrado nos bolinhos de maçã com canela e as Kanelbulle. Me senti até um tanto patética por estar apreensiva ao vê-lo e ver alguma espectativa em seu olhar. Eu seria incapaz de atende-las, caso existissem. Mas seus sorrisos descontraídos e seu olhar despretensioso me fez pensar que o Heitor parece um engolidor de almas, com seu olhar hipnotizante, atraente e agressivo. Aquele azul glacial impactante pode ser tão bonito quanto assustador, em contrapartida o irmão mais novo exala felicidade, cordialidade.

SECRETS Vol.02 (Série: Grecos)Where stories live. Discover now