Capítulo 2

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Eu nem estava muito afim de ir pra balada não, mas sabe como é, né? Final de semana, sem nada para fazer, afim de sair e curtir com a galera... Só sei que se não fosse aquele dia, aquela balada, minha vida não teria mudado como mudou. Tudo mudou.

Mesmo não estando afim de ir não ia fazer por menos, tomei banho, coloquei uma cueca boxer preta, uma camiseta branca lindona, que eu tinha pego da loja, e que definia bem o meu peitoral, calça jeans e o meu all star velho, tomei banho de perfume, passei até Listerini que era pra não dar bafo. Foi a conta de eu por o relógio no braço o Paulo buzinou. Ele estava super bem arrumado, nunca tinha visto ele daquele jeito. Tinha até cortado o cabelo (risos). Também, pretendia pegar a mina que ele queria, né? A gente foi direto pra uma conveniência que era pra já chegar drenado na balada. Tomamos umas cagibrinas e fomos. Chegando lá a gente teve que pegar uma fila pra entrar. Ele tentando falar com ela pelo celular e nada. Na fila só tinha viado (risos) e a gente lá igual a dois ets. Pensa em uma situação assim. Só rindo. Quando ela mandou um torpedo, disse que já estava dentro da balada.

— Aqui só tem viado, mano. — Ele me disse.

— Deve ser balada GLS.

— Você sabia que aqui era balada GLS?

— Eu não, nunca vim aqui. Só sei que estou bem fodido, né?

— Por quê, mano?

— Se você ficar com a Dani eu vou ficar com quem?

— Se liga, Fabinho, ela deve ter trazido umas amigas. E outra, eu já ouvi falar que em balada GLS está cheio de mulher.

— Tudo sapatão, né? — Eu disse, já ficando puto da vida.

Já tinha tudo em mente, ia beber todas e ficar no meu canto pra noite passar mais rápido e ai de alguém que tentasse dar em cima de mim.

Quando entramos na balada, o local era um muito bonito. Música boa pra caraaaalho.

— Vai a caça Fabinho, deve ter alguma buceta que curte piroca aqui.

— Vou pegar algo pra beber primeiro. – Eu disse e fui para o bar gingando o corpo como se eu fosse o Zé Pequeno e aquele lugar fosse a minha Cidade de Deus. Ninguém ia chegar perto de mim e muito menos usar palavras no diminutivo comigo.

"Fabinho, posso falar com você rapidinho? Você tem um chicletinho?"

"Fabinho é o caralho! Meu nome é Linderoff, porra!"

Saí fora e fui pro bar, a balada estava bombando, não dava pra negar que o pessoal ali era de primeira linha. Também era um assalto o valor da entrada e nem tinha consumação. Tomei duas caipiroskas que subiram feito foguete. Foi nesse momento que eu senti um puxão no meu braço. Era o Paulo:

— Vamos embora, moleque.

— Calma caralho, o que foi? — Eu já estava pra lá de Bagdá com duas caipiroskas.

— A Dani, meu!

— Que foi? Não achou a mina?

— Claro que achei.

— E porque não está lá com ela?

— Porque a filha da puta é sapatão! — Ele disse com raiva. A mim, só cabia rir...de gargalhar. Quase apanhei por causa disso.

E não é que a mina veio e me apresentou a namorada? Sério! Fiquei espantado e excitado ao mesmo tempo...duas mulheres...hummm...já fazia filminhos na cabeça, a mina da mina era muito bonita de rosto, era meio gordinha. Não posso negar que eu fiquei feliz com aquilo, sei lá, era como se eu tivesse me vingado lá da semana do bicho. Acho que sou meio rancoroso, não sei. O pior que todas as minas que estavam com ela eram sapatões. E eu fiquei sem saber porque ela tinha chamado eu e o Paulo pra pagar aquele mico na balada. Nunca tínhamos ido numa balada GLS, a gente não era viado, porque ela sacaneou a gente? E ela mesmo respondeu a pergunta.

2 HÉTEROS NUMA BALADA GLS (2016)Where stories live. Discover now